sábado, 4 de outubro de 2025

Pedalar distâncias com sabedoria

Tive um almoço a 20 km de casa, ciclovia do rio Pinheiros de ponta a ponta, lugar delicioso, YCSA, comida ótima, companhia de dois amigos de longa data. Pedalar 20 km não é problema... se forem bem pedalados. "Ciclismo é a arte de preservar energia". Dia ótimo.

Estou gaga e já não me lembro mais se já soltei que semana que vem devo ir pedalando para Aparecida, 180 km divididos em três etapas, 100 km, um dia de descanso, mais os 80 km finais. Gostaria de um dia, lá atrás, num passado distante, ter feito os 180 km numa tacada, mas a esta altura do meu campeonato está completamente fora de questão. As dicas que dou aqui são para seres humanos normais e foram aprendidas com ciclistas de alta performance. 

Primeira dica: para distâncias médias ou longas nunca saia fritando. Aliás, nunca e em nenhuma situação saia fritando. Deixa o corpo pegar aos poucos o exercício, adaptar-se à situação. Mais, dá um tempo para a cabeça entrar na brincadeira. Vale não só para ciclismo, mas para todos exercícios e esportes. Aliás, não fritar de cara é a sabedoria que o ermitão, aquele que descobriu o sentido da vida, levou para seu feliz isolamento no topo da montanha. Exatamente a mesma verdade que nós, de vida apressada que não leva a nada, procuramos em nossas vidas mundanas. O ermitão responderá: "Pedale, pedale, que teu espírito se acalmará".

Voltemos ao mundo dos simples e neuróticos mortais.

No ciclismo profissional tem uma regra explícita para subidas que vale ouro também para longas distâncias: começa devagar para terminar rápido. Para entender, vale a comparação com o sujeito que pedala desesperadamente antes da subida "para pegar embalo" e metros depois enrola a lingua nos pedais. Preciso explicar melhor?

O ideal é que quando você saia para uma pedalada longa os muitos primeiros km sejam na mais completa manha. Cada um tem um tempo de aquecimento, respeite o seu. Minha musculatura demora muito para entrar no espírito de uma pedalada longa, 100 km. Acreditem, se minha cabeça está bem, se estou me controlando, só depois de uns 10 ou 15 km é que solto. Fiz meus melhores tempo total de pedal em todas as longas distâncias que saí muito cuidadoso, diferenças grandes.

Ir e voltar do almoço, 40 km total, foi uma baba. Pensando bem, porque sai com muito tempo para chegar, não querendo suar muito, e ainda por cima peguei vento de popa indo e voltando. Virou o vento, pura sorte. 
A volta foi com uma ventania empurrando forte, 24, 26 km/h de vento nas costa, o que deu uma diferença de 4 km/h de média. Mas confesso que aí me entusiasmei e fritei as pernas. 

Como sei a velocidade do vento? Com vento pelas costas é fácil. No momento que para o barulho do vento é quando o vento e o ciclista estão na mesma velocidade. Aí basta olhar no velocímetro para saber. 

Segunda dica: não se deixe levar por situações fáceis. Tente se controlar, o que vou dizer que não é muito fácil. Entusiasmo é bom até a hora que passa dos limites, o que pedalando é fácil acontecer. Quando vejo entro na bagunça e pedalo feito uma vaca louca. Vaca louca? Que seja. 
Que delícia, vento empurrando. Aproveita para preservar mais energia. O maluco aqui socou mais ainda os pedais. Resultado: voltei moído. Desnecessário.

Sem prática é difícil se fazer algumas perguntas. Se for seu caso, comece bem devagar, curtindo a paisagem, o ar, as pessoas. Não pense na distância. Aliás, esta é uma dica indispensável: Não pense em quanto falta, não pense em nada, curta o momento que está vivendo. Quanta energia eu tenho e como posso melhor usá-la? É uma ótima pergunta que bem usada vai servir para diminuir os gastos. 

Com tempo, com autonhecimento, você vai conseguir controlar o "Onde e como posso ou devo colocar minhas energias?", sempre controlando o impeto do "Eu quero chegar logo". Isto mata. 

quinta-feira, 2 de outubro de 2025

Por que se morre no trânsito do Brasil?

Depois de rever algumas vezes este vídeo confesso que falar sobre o assunto, "Por que se morre no trânsito do Brasil?", será repetir mais uma vez o que venho há muito repetindo. Porém, tem uma pequena fala do Aveleda que me leva a relembrar algo que já escrevi, mas agora usando um velho ditado popular que põe a coisa de uma forma mais sarcástica:

"Morreu? Antes ele do que eu". 
Traduzindo: Foda-se que o outro tenha morrido. O outro é o outro. Comigo e com os meus não vai acontecer porque nós somos mais espertos e melhores. (Vai nessa, mané!)

A verdade dura e crua é que o problema de acidentes no trânsito no Brasil, no mundo e no universo, tem nome e sobrenome: custo financeiro. Em outras palavras, simplificando, custo hospitalar e de tratamento. Foi por esta primeira razão que países do 'primeiro mundo' começaram a organizar o trânsito, melhor, as cidades, seus bairros, suas vias e espaços públicos. Foi para diminuir custos hospitalares que na década de 60 passaram a obrigar nos países nórdicos o uso de cinto de segurança, depois a diminuição da velocidade e outras medidas para redução de acidentes, leia-se custos.
 
Mortes? Depende de quem morre. Sim, repito, depende de quem morre. São pouquíssimos os que tem valor agregado suficiente para pesar no cálculo ou fazer diferença. A maioria é número que só conta pelos votos ganhos ou perdidos, ponto final.
No mesmo contexto, uma cidade menos violenta, com melhor qualidade de vida, muito mais fácil de ser administrada, isto em vários sentidos, portanto com menos custos, é mais rentável.

Dirão: minha visão é de capitalismo e de um liberalismo selvagem. Responderei: É mesmo? 
"Morreu? Antes ele do que eu", não tem partido, ideologia ou religião, principalmente onde o salve-se quem puder, até corporativo, impera.  
Se um lado tem preocupação com a população, como explicar dar incentivos para a população comprar veículos particulares, carros e motos, sem um mínimo de preparo para sua condução? Como explicar a falta de pressão (para valer, não o diz que diz) para diminuir (mesmo) o número de ocorrências com pedestres e motociclistas sabendo que a imensa maioria dos acidentados e mortos estão na população de baixa renda? 

Relembrando o que escrevi: o melhor símbolo da "preocupação" com esta situação é a Ponte Estaiada, construída unicamente para carros e motos, sendo que numa de suas cabeceiras existem duas favelas cujos moradores não podem usá-la para cruzar o rio Pinheiros.

Sérgio Aveleda fala de forma educada a realidade: todos estão se lixando se o outro sofre um acidente. Se não mudar isto, vai ser difícil.

Dá para mudar? Dá, como diz no vídeo Flávio Cunto, Professor do Departamento de Engenharia de Trânsito da UFC: "Com medidas simples", pequenas intervenções de engenharia viária, ou calming traffic, acalmamento de trânsito. Eu acho que já ouvi falar sobre isto.
Dá para mudar, com fiscalização, multa, educação, punição, punição rápida e eficaz... Acho que também já ouvi falar...

Dá para mudar! E mudará, melhorando muito a segurança de todos, se parar de apontar o dedo para o outro. 

O único participante do trânsito que pode apontar o dedo para todos os outros é o pedestre. E como diz Reginaldo Paiva: "pedestres somos todos, sem exceção".

O dia que a vontade do pedestre for respeitada, a coisa vai tomar jeito. A meu ver, este é o primeiro e prioritário passo. 

Não há interesse por parte da população brasileira, sem exceção, ricos, pobres, direita, esquerda, tementes a Deus ou não, em reverter o que vivemos hoje. Talvez avisando o pessoal que acidente de trânsito doi no bolso de todos a coisa tome jeito. Do contrário, por causa de mortes... eu duvido que a barbárie pare, e tenho boas razões para duvidar.    



terça-feira, 23 de setembro de 2025

Ciclovias que não escoam a água e ciclofaixas que viram rios

Será que chove em São Paulo? O sistema cicloviário que foi implantado levou em consideração chuvas? A pergunta parece ironica, mas pelo que se vê pedalando na chuva ou depois dela não é, não é mesmo. 

Ontem sai quando deu uma estiada. Não precisei de capa, mas tive que ir muito devagar porque a drenagem das ciclovias é péssima. Na chuva ou depois dela só de barco a remo. Ridículo! Na Europa o pessoal sai de bicicleta em qualquer condição. As ciclovias, ciclofaixas ou qualquer lugar por onde passe a bicicleta são preparados para escoar ou absorver a água com rapidez. A curvatura do piso faz escoar a água e o tipo de asfalto usado, sim asfalto, em certos casos absorve a água quase tão rapidamente quanto arreia. Temos este tipo de asfalto aqui, já é usado em ruas e avenidas de São Paulo, e em várias estradas. Dá para fazer com absorva mais rápido ainda, "basta ajustar a usina de asfalto" disse um renomado especialista em pisos rodoviários da USP.

Boa parte das ciclovias paulistanas enchem de poças de água que não escoam nem bom tempo depois da chuva. A formação de poças de água é fácil de evitar, aliás, obrigatoriamente deve ser evitada com uma curvatura ou inclinação correta do piso. Os responsáveis pelas ciclovias que temos não estudaram, nem conhecem, esta ciência. No caso de ciclofaixas, muitas simplesmente viram rios com as chuvas. Enfim, ridículo.

E em muitas delas usaram uma tinta que é impermeável. Pelo menos pararam de usar a tinta que mandava para o chão até ciclistas profissionais. 

Fico profundamente irritado em dias de chuva porque para circular nas ciclovias não tenho bote e não sou bom remandor.

Num momento de estiágem tive que pedalar na ciclovia da Pedroso de Moraes. Tem trecho que é uma poça atrás da outra, ridículo, irritante. A chuva tinha parada já fazia um bom tempo, portanto o piso deveria estar seco. Já reclamei para as "otoridade", mas nicas de resposta e muito menos ação. 

Pedalei com chuva em várias cidades da Europa, e sei que não precisa ser assim por aqui. Pedalar na chuva pode ser chato pelo lado do molhado, mas passar por todo trânsito completamente atravancado compensa. Num destes dias de chuva forte um conhecido estava de carro e demorou 2h30m para chegar em casa num trajeto que eu fiz em um pouco mais de 30 minutos no mesmo dia e hora. Simples assim. Quem usa carro sabe bem.

Pedalar na chuva e vento

Hoje não dá. Não dá o que? Sair para pedalar. Uai, por que? Chuva e vento em rajadas fortes. OK, até dá, mas a possilidade de chegar empapado é grande. Por que? 

Não tenho problema algum em sair de bicicleta com chuva, mas tem um limite de quanto está chovendo ou a capa, por melhor que seja, não vai segurar. Outro problema é vento. Com vento normal ainda dá para ir, mas se o vento for forte, em rajadas e lateral a capa voa, abre, entra água por tudo quanto é canto. Aí só vou se for inevitável. Falo como ciclista urbano e não como esportista. Os equipamentos de chuva são bem diferentes. O esportivo é fechado, calça e jaqueta, o de ciclista urbano deve ser aberto para evitar suor.  
 
Com lufadas de vento fortes, intermitentes e picos de tempestade, como está acontecendo neste instante, daí não dá. Não há equipamento que segure. Tá bem, pode até ter, e deve ter, tem o que segure, mas para outro uso que não o pedalar. Pedalar com um equipamento que sele você seco vai ocorrer um outro problema: o suor vai ficar dentro da capa, macacão, ou qualquer roupa a completa prova de chuva ou molhado. Ouça o que digo, é pior que ficar molhado de chuva. Nestes casos, em vez de você ficar molhado em alguns lugares do corpo, você ficará encharcado em todo corpo. E depois que você chegar ao destino vai demorar muito mais para ficar seco. Falo de experiência própria. Antes de conhecer a capa correta para ciclistas, o poncho, exprimentei de tudo, inclusive equipamento para marinheiros, e não dá, é muito ruim por várias razões. 
Equipamento de chuva para ciclista tem que evitar que a água da chuva chegue ao corpo e permitir que a transpiração do corpo saia.

Tem uma nissei que pedala, faça sol ou chuva, com um guarda-sol preso à bicicleta. Numa chuva bem fraquinha pelo menos pode deixar a cabeça seca. Capa plástica transparente vendida nas esquinas e campos de futebol também não serve porque seu corte é para pessoas que estão em pé ou a pé, caminhando, e eventualmente sentadas. O ciclista senta na bicicleta, mas movimenta as pernas. Mais, a abertura destas capas é frontal por botões, o que com a velocidade da bicicleta não funciona direito. Finalmente, o material é muito frágil, vai para o lixo rapidinho. 

Qual a capa ideal para ciclistas? A que tem o mesmo desenho dos ponchos de quem monta a cavalo. Cobre todo o corpo, inclusive braços e mãos, deixa as pernas livres para pedalar, e ventila por baixo, o que evita que o suor fique retido junto ao corpo. Há diversos graus de impermeabilização, para país tropical como o nosso recomendo o mais alto. Também há tamanhos e cortes diferentes, alguns inclusive para proteger a mochila. Encomendei uma para Ana, que é pequena, e veio uma que é grande para mim, que tenho 1,83 m. Eu tenho algumas, uma para cada mochila, e sei que há uma diferença no peso. Vestido não faz diferença, mas para quem leva sempre na mochila faz.

Descubra se a capa - poncho vem com refletores, o que em dia de chuva faz uma enorme diferença na segurança do ciclista. Lembre-se que com chuva a visão dos motoristas diminui.



quinta-feira, 18 de setembro de 2025

Mais km de ciclovias dá no que?

Quando trabalhei com os holandeses do I-ce, os alemães do GTZ, e os americanos do IDTP, cansei de ver apresentações com dados sobre implantação de sistemas cicloviários e crescimento do uso da bicicleta. O curva / número de ciclistas não estar crescendo numa proporção relativa ao crecimentos de kms de ciclovias e ciclofaixas implantadas, pelo menos aqui, em São Paulo, não me espanta.

Em todas cidades europeias e americanas onde foi introduzida a bicicleta com resultados positivos todo o processo não se resumeu a implantação de vias exclusivas para ciclistas. É sobre a cidade, como sempre repito. Deu certo porque pelo menos foi feita uma mexida geral no urbanismo, todas mobilidades, no treianmento e na educação. Mais, eles tem profundo apreço pelo dinheiro público, o que os faz gastar com sabedoria, evitando implantar kms onde sequer moscas passam. O nosso mais é melhor para estimular não funciona assim.

A mais pura verdade, e deprimente, é que brasileiro no geral não gosta de pesquisas, dados e estatísticas, e por que não dizer o cumprimento das leis. Não somos o país das leis que colam e as que não colam? Pois então. Contando com a desconfiança da população na coisa pública, querer que experiências que deram certo lá fora podem ser repetidas aqui nem sempre se aplica. "Brasil não é para principiantes", não me lembro quem disse, mas acertou na mosca.

"Tá bom do jeito que está", velho e incruado dito popular. "Pelo menos fizeram... "Melhor assim que sem..." e por aí seguimos. Vai dar certo? Duvido.

O que temos até aqui foi conseguido a custo de uma luta chata, cansativa, muitas vezes grosseira, insultuosa. Entrar chutando o pau da barraca dá bons resultados em raríssimas situações. Fez na porrada, fez de qualquer jeito não traz os resultados esperados, nunca. E muito do que foi feito saiu, melhor, começou de forma torta. Daí um "Toma guri, vai brincar ali e vê se para de encher".

Dizer que o número de ciclistas não acompanha a expansão das ciclovias será correto? A partir de que números, que dados, tirados de onde, de que forma? Sei que os dados que temos atualmente são muito mais acurados que tínhamos há 20 anos, mesmo assim duvido que quem levantou estes dados tenha tido verba, equipe e tempo suficiente para saber o realmente está acontecendo. 

Bato uma aposta que a verdade não interessa para muita gente. Manter o emprego, manter a entrada de um dinheirinho, manter as amizades, manter..., manter..., manter... interesses individuais são muito mais importantes que os coletivos. Entre os contra e mesmo entre os a favor. Estou falando besteira? Veja o noticiário sobre a votação do "deixa eu proteger o meu" que acaba de ser aprovada no congresso. Só um lado votou a favor? Não tem nada a ver com esta reportagem, os ciclistas e suas ciclovias. É mesmo?

Fato inequívoco é que a quase totalidade dos usuários de bicicletas, mecânicas ou elétricas, querem que se dane se cresceu, diminuiu, se fizeram correto ou errado. E aí está o problema maior.

Não importa o que esteja acontecendo, passou da hora de aprendermos que a melhor coisa a se fazer, sempre e em tudo, é perguntar-se o que não está bom, o que pode ser melhorado, e principalmente o que não pode ser repetido. Fazer isto sem dedo em riste.









domingo, 7 de setembro de 2025

ciclismo: ensinamentos do budismo e do estoicismo

Para início de conversa, o titulo que cheguei a escrever seria "fé no ciclismo: ensinamentos do budismo e do estoicismo", mas, como sempre, busquei no dicionário o sentido exato de "fé" e...

1 confiança absoluta (em alguém ou em algo); crédito
2 Religião
no catolicismo, a primeira das três virtudes teologais

Não, eu não tenho "fé" na bicicleta, pelo menos no sentido literal, mas gosto, confio, faço votos por ela, sem extremos. Resumindo a ópera: não sou radical, não vejo a bicicleta pela bicicleta para a bicicleta, até porque não existe burrice maior que fanatismo. Fanatismo é destrutivo.

Tendo dito isto, sigo: amor incondicional, fé absoluta, ou qualquer inflexibilidade ou radicalismo fecha as portas para o conhecimento mais amplo.
Pedalar, ou um pouco mais, ser ciclista, demanda conhecer e estar aberto a conhecimentos, que nunca acabam.

Uau! Este que vos escreve pirou total, mas sigamos em frente.

Piração é liberdade, e segundo o budismo, não há liberdade sem disciplina. É aí que quero chegar, porque aí é que está o "ó do borogodó" do aproveitar a bicicleta ou qualquer outra coisa na vida.
Se tiver fôlego e determinação para pedalar montanha acima até chegar ao cume, pergunte ao eremita qual o sentido da vida. Antes de ele roubar tua bicicleta e desembestar montanha abaixo ele responderá solenemente: "não há liberdade sem disciplina", e bem baixinho, já com uma mão no guidão, ele concluirá: "sem alguma piração não há liberdade". E no exato momento em que você admirado com a sabedoria ouvida olhar o céu e suas lindas brancas nuvens e a maravilhosa vista verde de montanhas ao redor que só aquele pico de tem, o eremita silenciosamente terá passado a perna por cima da bicicleta e silenciosamente sumirá ladeira abaixo gritando de alegria "Vai mané!".

Comecei o texto com esta explicação porque, como tudo nesta vida, há um paralelo entre o significado de cada palavra e a razão de cada ação que se faz ao pedalar. O bom pedalar, o pedalar com segurança, o pedalar com prazer, o pedalar sem problemas ou tensões, demanda um mínimo de disciplina. Quanto mais disciplina melhor. Disciplina que constrói liberdades.

-  ciclismo é a arte da suavidade
-  ciclismo é a arte de preservar energia

Não confunda disciplina com ato de fé ou religião. São muito diferentes e levam a resultados bem diferentes, até radicalmente opostos.

Não precisa ajoelhar no milho para pagar os pecados, basta conscientizar algumas verdades sobre o que é o bom pedalar para chegar ao nirvana do ciclismo. A primeira delas é trancar a bicicleta até quando estiver na presença de qualquer sábio eremita que diz conhecer o sentido da vida. Einstein que o diga.


Sem contornos e indo direto nas dicas para pedalar melhor: pedalo direto há quase 50 anos, li muito, ouvi muito, vi muito, convivi muito, e não tenho qualquer dúvida que "suavidade e ou preservar energia" é um b a ba, 1+1=2, cartilha e tabuada juntos e unidos. Ou seja, o básico do básico do básico, amém.

Nos dias de hoje se faz uma confusão perigosa em relação ao que é excesso. O segredo da vida definitivamente não está no excesso, é o que a boa maturidade de uma boa velhice ensina. Experiência de vida. Quanto mais se pedala, mais se aprende.

Há uma diferença enorme entre ser religioso e entender o que está realmente escrito nos livros, qual o sentido além do literal das palavras. Assim como há uma enorme diferença entre o fanático, aquele que se diz fiel, e o que acredita no conhecimento, busca constantemente e o aplica com bom senso, sabedoria e liberdade.

A relação com a bicicleta não tem nada de bitolada, tacanha, mas com vida sadia, corpo, mente e relação com tudo sadia, leve, proveitosa. Liberdade.

O que peço aqui, em nome da segurança e prazer de cada um de vocês, é que procurem aprender, sempre. Bicicleta e pedalar pode e deve ser um caminho para uma vida melhor, não o único, definitivamente não a única forma, mas sem dúvida uma forma comprovadamente eficiente para se amadurecer, ou alcançar a paz e saúde de que todos almejamos.

Nobre caminho óctuplo do budismo (eu diria caminho inteligente):

  • compreensão correta - ou entendimento correto. Do que? De tudo.
  • pensamento correto - pensou besteira, danou-se
  • fala correta - quanto menos blasfêmia - xingamentos - mais segurança
  • ação correta - pedalar com suavidade
  • meio de vida correta - preservar energia para os momentos necessários
  • esforço correto - não desperdiçar
  • consciência correta - esta aqui é difícil (o eremita sabe bem). Conte até 10
  • concentração correta - estabilidade emocional e foco mental

Da filosofia estóica
  • priorizar o conhecimento e agir com a razão
  • atitudes tem mais valor que palavras
  • focar no que deve ser modificado e controlado
  • causa e efeito
  • agir com prudência
  • conviver e aceitar sua vida da forma que ela é
Dos princípios do estoicismo não coloquei todos, só o que entendo que são mais fáceis de serem aplicados por quem pedala.



sexta-feira, 5 de setembro de 2025

O que aprendi por pedalar sem freios: procure uma bambiarra qualquer.

Foi com a primeira bicicleta com freio a disco que tive. Nunca tinha mexido num freio a disco, então peguei o manual, li inteiro, e regulei como manda. Depois de rodar alguns poucos km na cidade, onde funcionou com perfeição, parti para um cicloturismo relativamente curto, algo em torno de 180 km, mas com uma altimetria pesada, qualquer coisa em torno de 3.500 metros. No meio do penúltimo dia, no topo de uma montanha, cheguei praticamente sem freio. Fiz o que pude, o que me lembrava de ter lido no manual e fiquei com um poder de frenagem parecido àqueles freios ferradura em aço. Para quem nunca (felizmente) pedalou com um destes, explico: mesmo devagar você freia com todas as forças um sistema borrachudo que nunca sabe onde e quando vai parar. Descidas? Ou entra devagar,  quase parando, ou a bicicleta vai desembestar sem controle. Então, meu freio a disco ficou assim.

Tomei uma tremenda bronca de meu velho amigo e companheiro de viagem por não ter revisado a bicicleta antes de sair. Expliquei que a bicicleta e os freios (a disco) eram novos, zero km, mas não adiantou.

O último trecho de viagem tive que enfrentar uma daquelas descidas longas, das com placas avisando para usar o freio motor, completamente na banguela, completamente sem freio, uma das mais assustadoras situações que vivi como ciclista. Detalhe, o trecho estava em obras e tive que ir para a esquerda e descer na pista dos carros que vinham a 100 km/h.

Em Jacarei entrei numa bicicleta muito simples, pedi para consertarem, a dona disse que não tinha aquelas pastilhas, mas para minha sorte saiu da oficina um garoto que ouviu a história, olhou, avisou que as minhas pastilhas tinham acabado e se eu quisesse ele faria uma ganbiarra que me permitiu ir até a rodoviária, e da rodoviária de São Paulo chegar a passo de lesma seguro em casa. 

Já contei esta história aqui, mas tomando banho sei lá porque ela voltou inteira da minha memória. Aliás, sei porque. Gambiarra. 

O problema que tive foi de defeito de fabricação das pastilhas, que acabaram com menos de 180 km. Não, não eram vagabundas, mas de marca respeitada pela qualidade.

O meu erro foi tentar arrumar pensando nos termos do manual de proprietário. Eu deveria ter parado, me acalmado, e inventado alguma solução anormal que funcionasse. Provavelmente se estivesse só faria, mas com meu velho, querido e muito difícil amigo por perto não dava.

Voltando aos malditos freios ferradura de aço acionados em aros de aço cromado. Fazendo um monte de ganbiarra freiava um pouco melhor, digo como exemplo aleatório, em vez de parar a bicicleta em 10 ou mais metros, parava a bicicleta em 7 metros. Comparação: com um freio a disco popular pararia a mesma bicicleta em 2 metros, se tanto. Se um dia tiver a oportunidade, pedale com uma bicicleta da década de 60 ou 70 e vai entender o que escrevo aqui, mas vá devagar. 

Óbvio que os manuais técnicos estão corretos, mas dentro das condições ideias que o fabricante imagina, quer, ou lhe é rentável. Mecânicos trabalham (mais ou menos) nos parâmetros do fabricante por uma razão simples: dar um jeitinho, fazer uma gambiarra, leva tempo e tempo é dinheiro. Eles vivem daquilo.

Agora, você, como eu, no meio do nada, com uma mão na frente outra atrás, vale qualquer coisa. Gambiarra na cabeça!


sexta-feira, 29 de agosto de 2025

Apitos, buzinas de caminhão e outros

Creio que foi numa Bicycling americana, faz muito tempo, que li um artigo sobre o perigo de usar apitos como sinalizador para pedestres e automóveis. Pela forma do texto estava claro que tinha sido publicado a pedido da associação médica de NYC ou coisa parecida. Era mais que um pedido para que os ciclistas não usassem apitos pedalando. Mal que me lembre, haviam dados até sobre mortes causadas pelo apito.

"(O apito) já me salvou a vida várias vezes", respondeu a garota de maneira grosseira ao meu pedido que ela procurasse o artigo da Bicycling.

Também ouvi respostas agressivas de ciclistas que usam uma espécie de buzina de caminhão na bicicleta. Assustam a todos, principalmente outros ciclistas.

"Já me salvou a vida várias vezes" aponta para um erro gravíssimo de quem diz: quem afirma isto se colocou em risco com frequência. Quando uma vida depende do apito, da buzina de caminhão, ou de outro sinalizador qualquer, é porque o ciclista está pedalando errado. Há estatísticas mais estatísticas que provam que quem conduz tem parte na responsabilidade de um acidente, mesmo quando ele é vítima. É a forma de conduzir que faz diferença, não os apetrechos ditos de segurança.
Aqui em São Paulo, as autoridades já provaram que uma das razões para tantos acidentes envolvendo motociclistas é justamente a crença deles que buzinas afastam o perigo. Não é verdade. Primeiro, porque é um erro supor que o outro ouviu, segundo supor que o cérebro do outro registrou corretamente de onde veio o ruído, ou o que significa o ruído, e finalmente que quem ouviu teve tempsso para definir qual a trajetória e o que ele tem que fazer para dar segurança a quem buzina. Isto se for só um buzinando.

Ciclistas precisam ser vistos. Se o ciclista for visto e se o mesmo ciclista sinalizar sua intenção da forma correta a possibilidade de acidente praticamente zera. O olho é o melhor comando para o cérebro definir respostas rápidas e acertadas. O processo mental ao ouvir é mais lento, isto quando o carro não está de janela fechada, a música não está alta, o sujeito não está com fone de ouvido...

No caso da buzina de caminhão o problema é outro: assusta, portanto desorienta. E quem usa buzina de caminhão corre o risco de tomar uns tapas de outros ciclistas, o que sei que já aconteceu.

Terminando com o mantra para pedalar bem e seguro, inclusive profissional: 

Ciclismo é a arte da suavidade.

quarta-feira, 20 de agosto de 2025

Passeios ciclísticos em grupo, pequena história, o legal e o não

O primeiro passeio ciclístico organizado e registrado de São Paulo, e provavelmente no Brasil, um Night Bikers, em 1988, saiu numa noite da Praça Charles Miller, em frente ao Estádio do Pacaembu. Fomos num pequeno grupo para o centro da cidade e foi mágico, porque a maioria nunca tinha sequer estado no centro. Os Night Bikers passaram a sair com regularidade, terças-feiras à noite.


Com a divulgação o número de passeios organizados foi crescendo, fora os tipo "junta e vamo simbora". Não demorou muito para surgirem grupos muito numerosos que até assustavam motoristas e moradores da cidade. Todos, sem exceção, rodavam parando o trânsito, literalmente, o que de certa forma e no geral foi aceito por motoristas. 

Sair com os grupos para mim foi divertido até entrar no espírito "vai quem quer, volta quem pode", onde um alegre grupo se reunia, os guias gritavam "vamos embora" e havia um estouro da boiada, desembestada pelas ruas e avenidas sem a menor preocupação não só com motoristas, mas com qualquer pessoa ou coisa que passasse pela frente. Piorou mais ainda quando os próprios participantes do grupo iam deixando, melhor, abandonando ciclistas menos práticos ou habilidosos pelo caminho. A palhaçada para mim teve fim quando esqueceram a patrocinadora do evento. Vivenciei muito grupo que não parava sequer para socorrer quem tomasse um tombo, alguns feios, coisa de hospital. Aí decidi pular fora, chega!

E tinha e segue tendo os grupos de desbravadores que tem por meta fazer longas distâncias a uma média de velocidade alta, quanto longe e mais rápido melhor, no meio de avenidas, vias expressas e até mesmo estradas, se achando donos do pedaço. Cansei de saber de participante que só saía uma vez por semana, nestes grupos, uma imprudência para a saúde que não é nada recomendável. Calma!

Vi muita confusão, muita situação perigosa, muito desrespeito com outros e mesmo com os seus. Cansei de socorrer gente exausta, assustada, desorientada. Passei a sair sozinho ou mui raramente de bico em grupos bem pequenos, lentos, tranquilos. Melhor só que mal acompanhado, bem melhor.

"Sozinho é perigoso". Desculpe, deixa de bobagem. Perigoso por que? A maioria das afirmações sobre "perigo" não procedem.

Tem um buraco de tranquilidade matinal aos domingos que é o meu melhor momento para pedalar. Acordo cedo, com calma tomo o café da manhã, e o mais tardar às 8:00 h, saio para pedalar. Eu sei, neste horário tem montes de ciclistas pedalando nas ciclovias, ciclofaixas, que é exatamente onde eu NÃO vou pedalar. Onde tem muito ciclista aumenta a possibilidade de assalto. "Ciclovia e ciclofaixa é mais seguro", só acredita nesta meia verdade quem não conhece os números. Sim, é comum enrosco entre ciclistas, alguns terminam bem mais que doloridos.

Domingos são ótimos porque se consegue pedalar em ruas e avenidas que ainda estão com pouco trânsito ou vazias. Perigoso? Não! Menos que pedalar com ciclistas domingueiros.

Quando me enfio no meio de alguns bairros isolados, aí é tranquilidade total. A cidade está cheia deles. Saia e descubra. "Mas tem muita subida". A maior parte da cidade está assentada em bacias de rios e córregos. Lugar plano ou com subidas suaves é o que não falta. Vai, você vai adorar.  

São Paulo é cheia de ilhas, bairros que ficam isolados entre avenidas ou vias expressas, onde se pode caminhar, correr, pedalar e até mesmo soltar filhos e netos com tranquilidade. 

Organiza passeios desbravadores com amigos e amigas. Respeite o limite de todos, principalmente de mulheres novatas. Sim mulheres. Não é machismo meu, é o que aprendi nos meus mais de 35 anos participando de passeios.

Faça amigos, faça de sua cidade uma amiga. Saia do comum, descobra. 

Referências históricas para um livro?

Política SP


Werner Zulauf - SVMA PMSP - 1993 - 1998

Fábio Feldmann - SVMA SP - 1995 - 1998

Walter Feldman - SELR PMSP - 2007

Eduardo Jorge - SVMA PMSP - 2005 - 2008

    sanitarista

José Serra - Prefeito Município de São Paulo 2005 - 2007

                    Governador Estado de São Paulo - 2007 -2010


Eduardo Matarazzo - lei que não deu em nada década de 90


Caio Pompeu de Toledo - Secretário Municipal Esportes PMSP 1975 -1979

            Caio Luiz de Carvalho - assessor 

            Passeio Ciclístico da Primavera - responsáveis pela criação


Indústria


  • quem deve saber com mais precisão a história é Valter Busto

até os anos 60

30 e tantas fábricas e marcas de bicicleta

muitas importadas, principalmente do Rio de Janeiro para o sul, em colonias

importadas - símbolo de qualidade, diferença para brasileiras muito grande

Merck Suiss ? fabricada no Brasil? alta qualidade

Ricco? cargueiras


militares

transporte, área de segurança nacional 

não intervíram negativamente no setor de bicicletas

devem ter organizado o setor com Caloi e Monark

reconhecimento da importância estratégica da bicicleta na população de baixa renda

bicicletários das fábricas SP e ABCD grandes e cheios

última pesquisa IBGE incluindo a bicicleta em 1981 - resultados surpreendentes 


massa de trabalhadores e operários das indústrias indo em bicicleta

sindicatos forçando ônibus - melhoria qualidade de vida 

bicicleta coisa de pobre


anos 70 - concentração

Caloi 

Monark

anos 80, Caloi + Monark = + de 90% mercado - oligopólio

Caloi > São Paulo e sul

Monark > todo norte nordeste 


década de 70 as duas + uns 5 fabricantes

Arrojo - baixada santista, dizem não ter sequer CNPJ

Ricco - cargueiras São Paulo

todas que tentaram entrar foram 

Peugeot > Caloi fez picadinho, talvez Monark tenha ajudado, vendida para mineiros e sai do mercado


outros estados fabricantes

Santa Catarina - muito provável

Paraná ?

outros? desconheço


Receita Federal e alfandega faziam vista grossa para bicicletas de competição - ajudou demais

contrabando via Paraguai? 

Argentina muito a frente, fábrica de peças autorizada pela Campagnolo


algumas marcas ligadas às bicicletarias 

Mortagua - ver Ciclo Ravena - Mauro e Maurício

Ciclo Cadima

Casa Alberto - centro 

Casa Mercúrio ?

Scate - ZN

  • Lapa - bicicletarias tradicionais - italianos - Ciclo Roma, 

outras


80

JNA - São Paulo BMX e MTB

Luiz - Rio de Janeiro - Monark modificada MTB

quem mais?


88

protótipos no Cruiser das Montanhas e Paraíba do Sul

Caloi Mountain Bike 15 - uma merda


89

Caloi Mountain Bike 18 - bem melhor, mas frágil

Caloi Aluminun

Caloi maior fabricante de quadros de alumínio do planeta


90

Bicicletas Urbano

Bicicletas… 


fabricantes nacionais novos sempre tinham problemas estranhos (Caloi)

Monark entra, mas não embarca no MTB 


abertura importação

fim da dificuldade para encontrar peças, ou muito caras

entrada marcas internacionais

muitas marcas americanas


Coreanas, outras


Alfameq - importante - Gioachino Ambrosio - muita qualidade

primeiros pequenos fabricantes de quadro de alta qualidade


distribuidores 

Isaco - Isapa

e


fabricantes de peças e acessórios nacionais

início da conscientização em relação à qualidade


primeiras bicicletarias com serviço de ponta

a imensa maioria das bicicletarias eram no velho jeitinho

manutenção de bicicletas brasileiras era difícil - quebravam sempre - não tinha jeito


Ciclismo


9 de julho - saindo de Santos e chegando no Ibirapuera

notícia de primeira página - Gazeta e outros


bicicletarias

Eduardo Puertolano - crucial para ciclismo de competição - importantíssimo

Alberto Cambetas - Itaim Bibi 

Scate?

maioria dos estimuladores de direita 


briga entre Caloi e Monark - casa do diretor da Monark metralhada - princípio do fim

Caloi vira a dona do ciclismo, BMX e MTB - quase mata tudo

 

BMX


Nisseu Sato - trabalho maravilhoso - massacrado pela Caloi - Toninho Fernandes

formação geração vencedora do MTB

Monark forte - pistas pela cidade

Caloi entra depois


MTB


João Jaques Green - 1984, primeira MTB no Brasil

João Jaques Green e Rolf - primeira bicicletaria / oficina padrão  aeronáutico


1985 - Caloi Extra Light / Monark Mountain Bike - acordo e troca de nomes 

1987 - primeira matéria sobre MTB no Rio de Janeiro - TV Manchete

1988 - começa para valer em São Paulo

    Paraíba do Sul, Rio - primeiro torneio ou campeonato 

    Cruiser das Montanhas - Campos de Jordão - Renata Falzoni / Caloi 

        ver grupo de guias

    primeiras provas

        Felix

        Renata

        outros

1989 - Copa Halls Schick e outras - começa para valer

        Ramires Campeão Mundial Expert USA


Ciclismo Urbano


1986 ? Passeio Ciclístico da Primavera no entorno do Ibirapuera termina quando bate em 1 milhão de participantes. A partir daí é dividido em dois, longe do Ibirapuera. Acaba no Autódromo de Interlagos e fim


Caloi e CET fazem pesquisas em época diferentes, as duas batem em 1 milhão de ciclistas / domingo ensolarado


1988 - primeiro passeio urbano organizado - NIght Biker's / Renata Falzoni 

        Praça Charles Miller, Estádio Pacaembu  rumo ao centro da cidade


Luizinho da Trilha - Zona Norte - passeios grandes


crescimento rápido dos passeios


Walter Feldman - São Paulo Bike Tour

Walter Feldman - Ciclo Faixa de Domingo - explosão

        pesquisa suporte aprovação projeto, 2007 - 1 milhão ciclistas / domingo


leis


Eduardo Suplicy - lei que deu em nada

Walter Feldman - geral São Paulo - 

Fábio Feldman - CTB revisão - 


projetos urbanos


Projeto para Viabilização de Bicicletas para Transporte, Esporte, Lazer e Turismo no Estado de São Paulo, Casa Madre Teodora, Projeto de Governo Franco Montoro, 1982


Entrega de manifestos pró bicicleta a partir de 1986. 


Pró Ciclista - SVMA SP - Secretário Werner Zulauf - Prefeito Maluf

    Diretor Gunter Bantel


GEF - Banco Mundial

    assinado administração Marta Suplicy - e nada mais 

    José Serra - ordem para cumprir contrato

       primeira vez na história do Brasil que foram reunidos todos órgãos que                    deveriam, por lei, estar envolvidos com um projeto cicloviário.

    Coordenação Laura Ceneviva - SVMA MSP

        CET

        SPTrans

        Metro

        Secretaria de Obras

        Secretaria de Transportes

        Gabinete do Prefeito

        Secretaria do Verde e Meio Ambiente

        sociedade civil

        Governo do Estado

        entidades internacionais

        etc...


bicicletário de Mauá / CPTM


entidades internacionais

    ITDP

    ZTE (?) - Alemanha

    I-Ce - Holanda

    Fundação Clinton


Sérgio Luiz Bianco - São Paulo

Zé Lobo - Rio de Janeiro

Antonio Miranda - Curitiba

Gisele Xavier - Florianópolis 

Porto Alegre

Niteroi

- Blumenau

Rubens - Santos


criação União dos Ciclistas do Brasil


esportes


Velódromo USP

José Rubens D'Elia

Timon


Prova 9 de Julho - pré mountain, aliás década até década 60


provas em escolas - família Anderson


bicicletarias


Werneck - Rio de Janeiro

bicicletarias tradicionais de Santos, Praia Grande e Guarujá balsa

Ubatuba - Caraguatatuba

interior de São Paulo

Joinville


imprensa e mídia


Bicisport

    George Panara, Petrier, baixinho e magro

Ciclo Magazine

    Osmar Santos

Ciclo Notícias

Trip

revista do Peter Way

outras


MTB competição


começa

Rio de Janeiro

    Petrópolis

    Paraiba do Sul


 São Paulo

    USP São Carlos - prova dentro do campus

    Pinhal - Aliperti

    Valinhos

    Campinas - Felix

    Campos do Jordão - B.A.

    

    Vargem Grande Paulista - Carlãozinho Coachman


nomes de ciclistas que marcaram


Ana Cecilia Guglielmo

Ieda Botelho

Mari Gaioso

Claudia Carcerone - internacional


a de 41 anos que ganhou RAAM


Michel Bogli - RAAM

Maluf - RAAM

outros


campeões mundiais em outras categorias


Mauro Ribeiro - único brasileiro vencedor de uma etapa do Tour de France  



Coleções


Valter Busto - Joinville

Perasolo - Morro do Querosene, Butantã, São Paulo

 


nomes para o livro


Renata

Paulinho

Ramires

Nelson JNA

Bogli - RAAM

Ieda Botelho ou Ana Cecília

Daniel Aliperti

Gioachino Alfameq

Valter Busto

Walter Feldman

Zé Lobo

Marcos Ripper triathleta e primeiro a organizar provas MTB 1988 Rio

Sr. Eduardo Puertolano

Anderson s

Mauro Ribeiro 

Fernando Louro

Caio Carvalho

Kadeira
Capivara
Bicicletada -
Teresa D'Aprile