quinta-feira, 29 de agosto de 2019

quarta-feira, 28 de agosto de 2019

Quanto menos bagagem... muito melhor


Em 1976 decidi subir por terra até os Estados Unidos. Na época era o sonho de todo alternativo ou meio hippie. De trem, de ônibus, de carona, a pé, mochila verde militar de cordura nas costas. Não me passou pela cabeça ir pedalando, o que foi uma pena, mas na época não se pensava em bicicleta. 
Em Cuiabá, onde cheguei de trem, conheci um suíço, Bernard Zen-Ruffinen, que viajava só com uma pequena bolsa, um pouco maior que as que usamos para ir ao clube. Eu, como todo bom brasileiro, carregava nas costas uma mochila estilo militar, que é o que existia na época, grande, pesada, cheia de coisas que imaginei que precisaria, mas nunca usei. Bernard estava sempre muito bem vestido, fizesse calor ou frio, estivesse caminhando ou hospedado na casa de uma família tradicional em Santa Cruz de la Sierra, cidade linda. Questão cultural. Eu não. Minhas roupas de frio eram volumosas, pesadas, sem graça, pior, não funcionaram direito no frio para valer. Eu carregava várias calças, camisetas, camisas, meias..., roupas que além de ser não apropriadas para a situação eram volumosas e pesadas. Poucas vezes tive tanta inveja de alguém, e sigo tendo. 
Toda vez que preparo a mochila, mala ou alforje para viagem coloco tudo separado por uso e necessidade sobre a cama, deixo lá, vou fazer outra coisa, volto, olho bem, me lembro da malinha do Bernard, e tiro o que posso. Mesmo assim acabo voltando para casa sem usar alguma coisa. Recomendo a leitura dos livros de Marie Kondo, principalmente o “A mágica da arrumação” – que é mágica mesmo!
Um amigo está se preparando para fazer uma viagem longa em bicicleta. Fizemos uma viagem teste para bicicleta e tudo mais que ele pretende levar. Muito detalhista e apaixonado por estudar a fundo tudo o que faz, ele montou a bicicleta com tudo o que é necessário mais tudo para o que "pode" acontecer. Antes de sair felizmente se convenceu que algumas ferramentas eram desnecessárias, dentre elas as chaves combinadas de boca (que qualquer oficina biboca tem) e as para extração de movimento central, grandes, pesadas e por minha experiência completamente desnecessárias. A questão é que onde ele vai pedalar tem bicicletaria boa por perto, mesmo que isto signifique a alguns km de distância. Tirar este saco de ferramentas significou uns 3 quilos a menos. No meio da viagem peguei ele sentado e olhando fixo para a pesada bicicleta, 45 quilos total. Perguntei o que tinha acontecido e ele respondeu firme "Dá para tirar mais uns 10 quilos". Assim que se faz.
Bicicleta de boa qualidade dificilmente quebra. Aliás, qualquer bicicleta se bem montada e pedalada com respeito dificilmente dá problema. Andei fazendo viagens de 200 km nestes últimos tempos até com minha mais simples bicicleta, uma Decathlon 200 surrada, minha bicicleta de poste, com seus aros folha simples, câmbios os mais básicos, pedais de plástico importados (os nacionais são frágeis, ruins), etc... e fui e voltei sem qualquer problema, zero. O segredo está numa montagem cuidadosa e um bom ajuste geral. Não tem segredo. E aí ferramentas, até mesmo as mais básicas, são quase que dispensáveis. Não as dispensamos por neurose, esta é a verdade.
Como nossas estradas e seus acostamentos são muito sujos, com muito detrito, fiapo de pneu de caminhão, vidro e outros elementos cortantes e que causam furos, a única coisa que não se pode escapar é levar mais câmaras de pneu e remendos que o desejado, que é um infeliz peso a mais. Quem já teve quatro furos seguidos em 30 km sabe como é - isto com pneu e câmaras novos. 
Não existe prazer maior que no meio da viagem você olhar a bicicleta e falar para si próprio "A bicicleta está enxuta, tá leve, só tenho o que realmente preciso. Que viagem boa!"

sábado, 24 de agosto de 2019

Shimano Fest e Bike Brasil 2019, duas feiras ao mesmo tempo?

Shimano Bike Fest em uma margem do rio Tiete e Festival Bike Brasil na outra? Cara, mas é muito chique! A bicicleta está mesmo bombando no Brasil! Não, não está. É coisa de louco fazer duas feiras de bicicleta na mesma data, mas estamos no Brasil e estas coisas acontecem.
Estive na coletiva de imprensa da ABRACICLO no primeiro dia da Shimano Fest, quinta-feira 22 de Agosto, e depois pude caminhar tranquilo pelo grande evento que toma todo o espaço do Memorial da América Latina, na Barra Funda. Sexta-feira voltei, já com casa bem cheia, mas só aberto para profissionais da área e imprensa, e uns xeretas como eu. Provavelmente vai bombar, sábado e domingo, uma festa muito maior que foi ano passado, que bombou para valer. Para se ter ideia, domingo sai pela manha uma pedalada do Parque das Bicicletas até o Memorial, com previsão de 4.000 ciclistas. Ouvi que tem um grupo vindo de outra parte da cidade com mais 3.000 ciclistas. E outro mais, e outro mais, e outros mais.
A escolha do Memorial da América Latina como espaço para o evento foi mais que acertada. Lá está o Terminal / Estação Barra Funda de trem da CPMT, ônibus municipal e intermunicipal. Não é difícil chegar a pé ou pedalando, principalmente domingo quando o Minhocão está fechado para automóveis e vira um parque. De um lado da avenida está a feira, do outro, junto ao Terminal Barra Funda, está o espaço para testar bicicletas, parte da pista de competição, alguns expositores menores e os food trucks. E um pouco longe, perto da avenida Pacaembu, o estacionamento para bicicletas, que me pareceu pequeno, mas isto só se saberá depois.

Infelizmente não pude ir ao Festival Bike Brasil antes de escrever este texto. Fica do outro lado do rio, não muito distante do Shimano Bike Fest, e é muito menor. Conversei com algumas pessoas do mercado e todos disseram ser uma pena que não se tenha conseguido colocar todo setor junto num único evento. Pelo que ouvi as conversas entre as duas partes se arrastou por mais de três meses e na hora do apito final não certo. Pena. Eu espero que tenha público para os dois eventos. Devo passar por lá para ver.

A ABRADIBI estava no Shimano Bike Fest fazendo uma pesquisa com os participantes. Ótimo, porque só com pesquisas, números, alguma precisão, projetarmos o nosso futuro. É inaceitável continuar fazendo as coisas na base da sorte. Vamos ver o que esta pesquisa nos traz.

Não muito para minha surpresa ouvi que os eventos da Cyclomagazine, principalmente no norte / nordeste, vão de vento em popa. Esta tradicional publicação desde seus primeiros dias, lá por 1990, vem fazendo encontros com seus anunciantes e apoiadores, que são um mercado completamente diferente destas duas feiras paralelas. Cyclomagazine sempre trabalhou voltado para o mercado das básicas, do povão, que para quem não sabe é imenso.

Na coletiva da ABRACICLO de novo soube que algumas publicações tem tido problema para conseguir publicidade, que é o que os sustenta. Deprimente, principalmente num momento destes. O custo das propagandas não é alto para o retorno que dão. Como trabalhei dos dois lados sei que departamento de marketing, comunicação ou propaganda cometem erros bobos, algumas vezes muitos por razões inexplicáveis. Perder uma publicação é criar um vácuo no setor. Por mais difícil que esteja a situação do Brasil, não se justifica.

primeira bicicleta estacionada no evento: a minha

primeiras horas, fotos e encontros. Dai para frente muito trabalho 

vista do galpão principal. Lá no fundo passa a pista de testes

boa sinalização, estandes bem distribuídos, belo trabalho



food trucks e expositores menores ao lado do Terminal



pista de testes e para a corrida passa sobre a avenida

cruzamento demorado e irritante que liga os dois lados do evento

sábado, 17 de agosto de 2019

Ciclo Manual 2019 - bicicletas maravilhosas feitas a mão




Bicicletas feitas a mão por artesões são mais que exclusivas, algumas chiquérrimas, são fruto de mão de obra da melhor qualidade, de especialistas que mantem viva a arte secular de construção de bicicletas especiais, muito especiais. Só uma bicicleta feita a mão pode atender exatamente o que um ciclista deseja, da beleza ao comportamento no rodar. Esta foi a primeira edição. Espero que na próxima mais artesões da bicicleta estejam presentes.     

Vamos pedalar - TV Cultura entrevistando Sérgio da Silvercatbikes


Silvercatbikes

Silvercatbike - obra prima, em tubos Reynolds e solda prata










Ungaro Cycles
Ungaro Cycles - outra obra prima, em madeira









Bornia & Cox
Vários modelos, para várias finalidades, se quiser sob medida. Cromo-molibdenio
pequena cargueira da Bornia & Cox




Dinamica



Util - Bicicletas Utilitárias
Ótima qualidade, transporta muita carga, segura, e esta elétrica


Selins, manetes, bolsas em couro trabalhado