segunda-feira, 2 de maio de 2016

Decathlon MTB 200, um tempo depois

Um pouco mais de uma semana depois de usar sem parar a Decathlon MTB 200 meu veredito é "vou ficar com ela". Preciso de uma bicicleta simples, que chamo bicicleta de poste, que seja discreta, não chame muita atenção de ladrões e ao mesmo tempo funcione direitinho. Com a troca do avanço por um mais longo e alto a MTB 200 ficou justa para mim e não me dores nas costas, pescoço ou mão.  
A MTB 200 é uma básica que roda como algumas bicicletas de faixa de preço acima dela. Confortável, desliza bem, previsível nas curvas, freia suave, tem uma suspensão básica que funciona bem. A troca de marchas poderia ser mais precisa, mas não foge a regra desta nova geração de câmbios Shimano básicos. Eu sou da geração que pedalou os Shimano 100GS, (e 200GS, 300GS e 400GS) e não entendo porque a Shimano tirou de linha. A linha GS era deliciosamente impecável, um ano luz melhores que os correspondentes da própria Shimano vendidos hoje.
Eu escrevi no texto anterior que a MTB 200 está praticamente pronta para ser vendida no mercado Europeu. Quase. Precisa de três mudanças: movimento central, pedais e carrinho de selim.
Fui obrigado a trocar o movimento central porque depois de ajustado rapidamente apresentava folga. Fui conversar com um mecânico experiente sobre o problema e ele me abriu uma gaveta cheia de movimentos centrais, das mais diversas marcas desconhecidas, todos com defeitos, todos tirados de bicicletas básicas. "Não é só nas básicas que está dando problema. Tem muita bicicleta média com problema", explicou Branco. Coloquei um movimento central Shimano e a bicicleta ficou uma delícia. Interessante é que na outra MTB 200 (comprei e montei duas iguais) até outro dia o central ainda não tinha dado problema, mesmo tendo rodado mais que a minha.
Quando fui pagar o movimento central entrou na bicicletaria um garoto com uma bicicleta bem mais cara que a MTB 200 com um problema no cassete sem marca definida. "Não tem conserto. Se você for reclamar eles (vendedores da bicicleta e representantes da marca) vão dizer que é mal uso. Se forem trocar você vai ter que esperar uns meses até eles receberem um novo do fabricante (do cassete). E tem chance de voltar a dar problema", afirmou o mecânico.
 O fato é que para diminuir custos os fabricantes estão colocando o que tem de mais barato nas bicicletas. Minha GT Timberline, mesmo relativamente nova, já está com algum problema no cubo dianteiro, que acredito seja uma deformidade numa das esferas, o que é literalmente ridículo. Lembrei da GT porque o cassete dela já apresentou a mesma falha que a da bicicleta do menino que entrou na bicicletaria. E quando zero os freios hidráulicos originais de uma marca que não lembro qual tiveram que ser trocados antes de sair na rua. A GT é ótima, uma delícia, mas a bicicleta é muito nova para apresentar qualquer problema.
Voltando à Decathlon MTB 200: também tive que trocar o carrinho do selim, que mesmo sendo Sele Royale era frágil, logo deformou e não segurava mais a posição do selim. 
Por incrível que pareça o pedal que tanto critiquei ainda está lá. Quebrou um dos refletores e só - pelo quanto.
Mesmo com os três problemas a Decathlon MTB 200 vale a pena? Vale. Ontem esqueci com qual bicicleta estava e num determinado momento fiquei feliz pensando que estava pedalando uma bicicleta bem mais cara. Mesmo com o movimento central Shimano, R$ 90,00 e um carrinho de selim novo e melhor da própria Decathlon, R$ 7,00, a conta é favorável a MTB 200. Com um detalhe: eu optei por não ir na Decathlon reclamar a troca das peças defeituosas, o que eles fazem no ato. 

Errata - óbvia aliás: não tinha reparado que o pedal direito já está quebrado. Ou seja, durou um pouco menos que duas semanas. Na mais que o esperado.