terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

curso e ajuste do manete de freio

O erro mais comum na montagem e manutenção de bicicletas é ajustar o cabo de freio de forma que o curso do manete seja pequeno. Em outras palavras: a maioria dos mecânicos não leva em consideração o tamanho e força da mão do usuário. Lembro que uma das principais causas de acidentes em bicicleta com crianças aqui no Brasil vem do fato que elas não alcançam ou tem força para acionar os freios e numa situação anormal a criança simplesmente tenta parar a bicicleta com os pés ou pular da bicicleta, alias coisa bem comum também entre ciclistas adultos, principalmente os novatos.

A recomendação é que na hora do ajuste das sapatas o cabo de freio esteja só encostado, levemente apertado, e só depois, com o dono da bicicleta, o curso do manete de freio seja corretamente ajustado para a mão do ciclista. Lembro que qualquer manete de freio de qualidade tem um parafuso de ajuste específico para o comprimento dos dedos do ciclista, coisa que praticamente ninguém lembra.

Bicicletas comunitárias pesadas
Praticamente todas as bicicletas comunitárias que experimentei tinham os freios ajustados no limite do curso do manete, o que em vários casos faz com que as rodas não fiquem completamente soltas, mesmo sem o ciclista acionar o freio. Em Londres e aqui em São Paulo, o número de bicicletas "presas" é grande, algumas delas muito pesadas para pedalar. Em Paris o problema é menor.

O outro lado desta história: É possível que esta mania de ajustar os manetes com pouco curso seja decorrente da necessidade de evitar que o ciclista trave os freios, mas é simplesmente uma suposição. Acredito mesmo é que os mecânicos, e seus chefes, não entendem nada de fisiologia. E os fabricantes tentam corrigir a distorção de ter que vender bicicletas com perfil de competição para leigos.

domingo, 3 de fevereiro de 2013

alinhamento do câmbio

Os alinhamentos dos câmbios dianteiro e traseiro é crucial para que funcionem bem. Há um padrão técnico estabelecido pelo fabricante que deve ser seguido e que envolve o posicionamento horizontal, vertical e transversal. Quanto melhor a qualidade da bicicleta, mais dentro das medidas estabelecidas pelos fabricantes dos câmbios estará o quadro.
Câmbio dianteiro:
No caso do câmbio dianteiro a variação se dá no diâmetro e ângulo do tubo de selim, no comprimento da caixa de movimento central, e no diâmetro das coroas da relação usada. O erro mais comum é usar uma curvatura do descarrilhador do câmbio imprópria para o diâmetro da coroa. Exemplo: câmbio para 48/38/28 dentes com uma relação 53/42.
O câmbio dianteiro deve funcionar em paralelo às coroas, guardando uma distância entre o câmbio e a coroa maior de aproximadamente 3 mm.
Câmbio traseiro:
Componente básico para bom funcionamento do câmbio traseiro é a gancheira, ou melhor, a geometria da gancheira. Hoje esta geometria está claramente definida pelos fabricantes de câmbios e seu desenho técnico pode ser facilmente encontrado na internet. Shimano e Sram
disponibilizam o desenho.
O alinhamento da gancheira tem que ser perfeito ou o câmbio vai trabalhar mal. Fica praticamente impossível conseguir precisão na troca das marchas. Para alinhar, caso necessário, é preciso uma ferramenta simples que só as boas bicicletarias tem. O trabalho é simples. No caso de uma emergência dá para dar um tapa e deixar aproximado, mas o correto mesmo é ficar perfeitamente alinhado.
É muito comum o alinhamento do câmbio traseiro sair da posição em razão de simples tombos, até da bicicleta parada. Depois de qualquer tombo é bom checar se não aconteceu um desalinhamento ou o câmbio poderá até entrar no meio dos raios, o que causará uma grande estrago.