sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

Enfim o fim da relação Mega Drive

Entrei na Decathlon para ver o que havia de novidade nas bicicletas e dei com as novas relações de câmbio traseiro que foram lançados pela Shimano. Ótima notícia: acabou a maldita catraca Mega Drive de 7 velocidades e sua reduzida de 34 dentes. 
Os 10 dentes de diferença entre a de 24 para a de 34 na Mega Drive faz com que o pedalar tome um tranco ao mudar a marcha. Se na marcha de 24 dentes está muito pesado pedalar, quando se engata a marcha seguinte de 34 dentes fica muito leve. 
As catracas de 7 marchas tradicionais tinham um escalonamento mais suave, agradável, e o pulo era de 4 dentes, de 24 para 28 dentes, menor poder de subida que a de 34, mas muito mais agradável para a musculatura. Nunca gostei de Mega Drive, troquei todas que pude pela catraca normal, estou em festa pelo seu fim.
No Mega Drive é praticamente impossível conseguir uma boa regulagem do câmbio com trocas de marchas precisas e suaves com em qualquer outro SIS da Shimano. Um amigo comprou uma bicicleta nova para mulher e pediu ajuda com a regulagem, fui lá e fiquei com cara de bunda porque simplesmente não consegui fazer a porcaria do Mega Drive funcionar direito. Conversei com um mecânico que dá aulas, ex Shimano, cara respeitadíssimo no mercado, ele riu e disse que não tem jeito, é uma porcaria. Enfim deram fim.
O que tudo indica é que a Shimano está no caminho de aposentar inclusive os câmbios de 7 marchas para ter como o mais básico o de 8 marchas. Se fizerem é medida mais que sábia. O escalonamento final fica com 24, 28 e 34 dentes, ótimo, já existente no mercado, provado e aprovado. 
O interessante é que vi bicicletas com 9 marchas atrás e uma única coroa na frente, talvez onde a Shimano queira chegar. Tom Ritchey estava certo quando ainda na década de 90 disse, para o espanto de todos, que o futuro seria 12 marchas atrás e ponto final. Bom escalonamento das marchas, ou seja, a musculatura trabalhar sempre mais ou menos com a mesma força e o giro da perna não sofrer grandes variações é a melhor forma do ciclista ter bom proveito de sua energia, e uma sequência de marchas contínua, sem trocas no câmbio dianteiro, é o melhor, mas...  
Fato é que a imensa maioria dos ciclistas amadores não sabe usar o câmbio dianteiro. Colocar uma coroa só na frente é a lógica, resta saber se para o mercado ou do mercado. 
Só vejo um problema em toda esta história: como a maioria também não sabe ou não usa sequer o câmbio traseiro e no geral pedala no plano usando uma marcha só bato uma aposta que estas mudanças tem a ver com vida útil da relação traseira, afinal os fabricantes vivem de vendas, e quanto mais dura, menos vende; ou, quanto menos dura maior o lucro.