sexta-feira, 24 de maio de 2013

Histórias da Peugeot bicicletas no Brasil

UF: MG
Mensagem: A história da empresa Peugeot bicicletas no Brasil, em Montes Claros - MG, não é tão simples assim. Ela se mistura com a tentativa de fabricação de automóveis. É, montaram uma base industrial para depois transformá-la em montadora de automóveis. Não dig o que não queriam vender bicicletas, mas a pretensão mesmo era irem além desse mercado. Tentaram, mas deram com os burros n'água!!...


Para se ter uma ideia, até as Organizações Globo entraram nesse rolo, ao lado das montadoras existentes - ford, gm e vw -, claro!
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bom dia

O que conheço da história da bicicletas Peugeot no Brasil foi contado por pessoas que viveram a história pessoalmente: proprietários de bicicletarias com forte ligação com a família Caloi, representantes do setor, políticos...

Soube desta ação da (Rede) Globo. Celsinho e seus irmãos, donos de uma papelaria no Shopping Iguatemi de São Paulo, Gonçalves e Irmãos, me contaram a história na época que estava acontecendo por que tinham um conhecido, ou cliente, que participou do projeto. Alguém (da Globo?) foi enviado para os Estados Unidos para ver como estava o mercado e trazer algumas novidades para o Brasil. Vieram 10 bicicletas (o que era proibido), de vários tipos e modelos, uma delas uma recumbent (reclinada), a primeira que vi e pedalei pessoalmente. Isto foi no final dos anos 70, mas não me lembro exatamente o ano.

Caloi tinha problemas dentro do mercado americano por uma falha boba, infantil, patética, no controle de qualidade daqui, Brasil, que fez com que fosse enviado um lote grande das Caloi 10 pro USA com defeito no garfo, o que os obrigou a sair daquele mercado.

Na época haviam só dois fabricantes no Brasil, Caloi e Monark, e um mercado imenso, tudo controlado pelo Governo Federal. Alguém da Globo tinha informações de qualidade, sabia o que já estava acontecendo com a bicicleta em vários países da Europa, que ia de vento em popa, e deve ter olhado tudo como negócio. Devia ter uma noção clara que bicicleta era então o veículo mais usado no Brasil, um negócio milionário e que o Governo Federal não iria lhe dificultar uma ação. Olhando a distância realmente não creio que seria uma empresa ligada a área de comunicação, mas um negócio completamente independente da Rede Globo, talvez de alguém da família Marinho ou apoiado por ela.

Houve quem dissesse algo sobre esta relação da Globo com a Peugeot, mas nunca saiu do pessoal que tinha informação quente. Creio que esta relação foi mais boato.

O que talvez não tenha sido tão boato é uma versão que diz que a Globo fez toda a ação só para acertar algumas propagandas com a Caloi (e talvez Monark, que era dura de jogo). Esta versão sim faz todo sentido. Foi dada por um então importante publicitário.

Mais ainda: a Peugeot bicicletas só entrou da forma que entrou, sem uma guerra de maior escala por parte de Caloi e Monark, por que os idiotas dos franceses colocaram toda a diretoria de franceses, que foram devorados e cuspidos pelo mercado brasileiro em pouquíssimo tempo. Caloi e Monark souberam da diretoria antes mesmo da operação começar a funcionar no Brasil. Soube que dentro da Caloi fizeram uma grande festa com várias piadas de como eles seriam engolidos. Em pouco tempo os franceses saíram do Brasil vendendo a marca para um grupo brasileiro, que também não aguentou a briga contra cachorros grandes, ferozes, viciados e até um tanto hidrófobos.

Sobre Peugeot automóveis entrar no Brasil via fabricação de bicicletas, duvido. Nunca ouvi qualquer palavra sobre isto. Um dos meus tios, Mino Falzoni, que era então presidente da Plavinil, fornecedora de tecidos plásticos para a indústria automobilística, teria contato a ‘fofoca’. Na época eu tinha outras fontes de primeira que saberiam desta história. É lógico que podem ter ficado quietos por várias razões, mas duvido. Outro ponto que não faria sentido seria o fato do setor da indústria automobilística ser considerado “área de segurança nacional”, controlado na ponta dos dedos pelos militares. Os acordos comerciais realizados na época estavam muito centrados no relacionamento com Estados Unidos e Alemanha. O nome Renault tinha sido fortemente arranhado no Brasil uns anos antes e mesmo que a base do primeiro Corcel tenha sido o Renault 12, o que ninguém sabia, não fazia sentido a entrada de outra marca no mercado, principalmente francesa. Não era desejável.

Seria fantástico saber que minha versão não bate. A verdade vai aparecendo aos poucos. Nunca ouvi qualquer versão desta história que fosse diferente da que conto acima. Gostaria de saber mais de sua história e fontes

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Arturo,

bom o intercâmbio de informações. Quanto a mais detalhes sobre o ventilado, infelizmente eu não tenho como lhe dizer. Apenas lembro-me de ter lido sobre isso há muitos anos atrás e não guardei a fonte. Apenas ficou memorizado devido ao fato de eu ser da cidade de Montes Claros, bem como ser notícia que envolve a Vênus Platinada que, como sabemos?, é uma espécie de cancro para o Brasil e tudo que posso saber a respeito - apesar de poder fazer pouco - eu faço questão. Quanto a utilização da conversa para maior aprofundamento, está liberado.

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