sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Freio a disco, "V brake", cantilever?

Só agora estou rodando com uma bicicleta com freio a disco. A bicicleta, uma GT rodagem 29, é toda novidade para mim. Chegou com freios a disco hidráulicos com defeito de fábrica e decidi colocar os freios a disco a cabo por uma questão de princípio. Acredito que bicicleta tem que ser símbolo de uma nova era, utópica, de sustentabilidade, racionalidade, minimalismo, utilitarismo, forma e função caminhando juntos. Ou caminhamos por ai ou estamos fritos por que o planeta não suporta tanta frescura, melhor dizendo, tanta tecnologia insustentável. Fui muito longe? Não, não fui, é verdade.
 
Freio a disco hidráulico funciona muito bem. O acionamento é suave, as frenagens precisas, progressivas, o poder de frenagem alto. O hidráulico trabalha as duas pastilhas que quando não acionadas ficam separadas do disco, portanto não há nenhum arrasto, a roda fica completamente livre.
Deu vazamento e tive que tirar o sistema de freio hidráulico da bicicleta e ai fiquei impressionado o quanto é mais pesado que um sistema de freio V brake ou cantilever. E mais complexo. E muito mais poluente. É hidráulico, portanto acionado por um óleo mineral que pode vazar, como no meu caso, e pelo que me disseram deve ser trocado de tempos em tempos. Bicicleta, veículo poluente? Essa não!
Coloquei um sistema de freio a disco mecânico, mais simples e aparentemente menos poluente. O acionamento é feio por um cabo de freio comum. Uau! Como pesa! A montagem é simples, mas regular é um baile chato. Por mais que se faça nunca se chega a roda girando completamente livre de arrasto como acontece no hidráulico. Neste freio a disco mecânico só uma das pastilhas de freio se move contra o disco. A segunda pastilha de freio trabalha fixa, a uma distância muito próxima disco de freio, o que sempre causa um certo arrasto. Não deveria ser assim, mas é. A frenagem é menos eficiente que a do sistema hidráulico em todos sentidos. Parece que com o uso a coisa toda melhora.
Sistemas de freio tradicionais, que as sapatas encostam no aro, são mais leves, muito mais simples de fabricar e manter. Não sei qual a diferença ambiental entre as partículas liberadas pelos sistemas de freio tradicionais e os freios a disco, mas certamente o hidráulico deve ser muito mais poluente por causa do fluido de freio.  
Bom, a história é a seguinte:
·       O V brake surgiu por que os mecânicos têm imensa dificuldade para regular os cantilever. Nenhum outro sistema permite tantas regulagens finas quanto um cantilever de qualidade. Bem regulado, com boas sapatas e aros apropriados, catilever é campeão. 
·       V brake poderia ser muito melhor do que é não fosse pela necessidade de se uniformizar seu padrão, o que aconteceu para facilitar a vida dos mecânicos. Regular minimamente bem um V brake é uma baba, qualquer um faz.
·       V brake e freio a disco hidráulico são sistemas de freio que foram criados para competição e têm um poder de frenagem grande. Muita ciclista já saiu voando sobre o guidão.
·       Catilevers e V brakes precisam de aros de qualidade bem centrados para funcionar perfeitamente bem. A verdade é que poucos mecânicos conseguem centrar bem um aro. Freio a disco funciona perfeitamente bem até com um aro fora de centro, portanto e de novo menos trabalho para os mecânicos e... menos problemas para os fabricantes.
·       Com freio é preciso tomar cuidado para não desalinhar o disco, ou acabou a brincadeira.
·       O povão adora alta tecnologia, tecnologia de competição ou similares. Para boa parte dos compradores o importante é ter o último, o mais sofisticado, o chique para mostrar para os amigos.
·       Bicicleta para mim deve ser minimalista, o mais simples possível, até por uma questão de sustentabilidade. Sustentabilidade? O que é isto?
O que dói é ver até bicicleta urbana com freio a disco. Para as urbanas a Shimano tem um sistema de freio no cubo, que se não me falha a memória é acionado por roletes, que é “a” delícia. Nunca pedalei nada tão macio e preciso. Perfeito.

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