sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Aros aero? Eu não.

Estou recuperando mais uma bicicleta feminina aro 26 de 1989 ou 1990. Os aros daquela época é o que mecânicos chamam de folha simples. Por diversas razões prefiro um aro folha simples que os folha dupla ou aero. A principal é que um bom aro folha simples pesa menos que uma folha dupla ou um aero e isto faz muita diferença no pedalar. Já escrevi aqui se você precisa de um aro reforçado, que é o mote de venda dos aero, na verdade você precisa aprender a pedalar. Quando o aro entorta é porque houve algum erro de alinhamento do aro ou o ciclista é prego, faz muita besteira.

No pergunta aqui pergunta e ali acabei encontrando aros Weismann e Mavic que estavam jogados numa bicicletaria fazia mais de 10 anos. Upa!!!! "Ninguém quer. Você mostra, fala sobre a qualidade destes aros (maravilhosa), oferece por um preço baixíssimo e mesmo assim o pessoal diz que prefere os aero porque são mais fortes". Acredita quem quiser. Eu fico feliz da vida com estas ignorâncias porque acabei comprando os 3 Mavic e um Weismann, um par de 36 furos e outro de 32. Se tivesse mais levaria. Aliás, numa história parecida consegui um Alexrims 700 também desprezado.

Já montei e centrei o Mavic 36 furos. Que delícia! 
Aproveitei e desci da estante os aros que tenho em casa, todos nacionais, para ver o que são e acabei descobrindo que um deles, 26 X 32 folha dupla, tem o diâmetro um pouco maior que o padrão. Opa! Esta nunca tinha visto. Aí peguei os outros e fui medindo e acabei descobrindo pequenas variações no diâmetro, o que não deveria acontecer. Mas uma diferença bem visível a olho nu para quem usa óculos? Opa! que loucura. 
O diâmetro tem que ser exato, dentro do padrão estabelecido na norma técnica, ou a montagem e o assentamento do pneu no aro viram problema. No caso do aro com diâmetro maior ainda não fiz a experiência para ver se um pneu normal entra no aro. Nas décadas de 70 e 80, quando a qualidade das peças de bicicletas brasileiras era para lá de duvidosa, eram frequentes as variações. Pirelli, que fabricava a maioria dos pneus de bicicletas, teve uma briga feia com fabricantes porque todas reclamações recaiam sobre eles, nunca sobre a qualidade dos aros. Pirelli Brasil exportava (e segue exportando) pneus de bicicleta para a Europa o que era prova irrefutável que os seus pneus estavam dentro das normas padrão. Ademais era só pegar uma fita métrica e medir. O fabricante dos aros chamou o ferramenteiro e a máquina de corte e solda dos aros foi ajustada, o que deveria ter sido feito há muito. Vergonha!

Numa das bicicletarias que procurei os aros vi uns aros aero que gostaria de ter, mas minha carteira não "guenta", nem em sonhos. Simples: o par, levíssimo, maravilhoso, eixos que deslizam como manteiga em pão saído do forno, custa... R$ 10.000,00; sim dez mil Reais. "E aí, vende?" perguntei. "Vende, muito mais que eu esperava" disse Ivan. Ironia do destino enquanto eu babava entrou um chofer para pegar um par de rodas aero para a bicicleta da madame.

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