terça-feira, 9 de junho de 2020

Barulho ao pedalar - de onde pode vir?

Não sei como é para vocês, mas eu fico completamente neurótico com a bicicleta fazendo barulhinhos enquanto pedalo. Tão neurótico que já tive pesadelos sobre o pedal, dormi muito mal e acordei com um humor do cão. Pior, muito pior, meu pesadelo não deu a resposta de onde vem o maldito barulho. Quem foi o imbecil que disse que sonhos e pesadelos são prenuncio do que acontecerá?

Quadro de alumínio não deixa passar um nhéque-nhéque, um tique-tique sequer de peça mal apertada ou com qualquer defeito. Infernal! Num quadro de alumínio o que parece óbvio pode não ser tão óbvio assim. Barulho que vem de lugar bem definido é só reapertar e desaparece. Néque-néque de pedivela ou pedal mal apertado é barbada. Mas quando parece vir do selim e vem da blocagem traseira solta, o que já me aconteceu... é de enlouquecer.

Quer mais? Quando saio com a bicicleta ela não faz barulho, só vai fazer depois de rodados uns 3 km. Nos dias de muito frio não faz barulho. Se pedalo em pé não faz barulho. Conforme estou pedalando e onde estou faz. E aí vai. Não faz sentido. 

Fez barulhinho? Reapertar com cuidado todos parafusos da bicicleta costuma não só terminar com barulhinhos chatos, mas evitar outros defeitos. Lembre-se que reapertar não tem nada a ver com espanar parafusos ou porcas. Reaperte com a ferramenta correta, bem encaixada, parando quando o parafuso ou porca ficou duro de movimentar. Peças em vibra de carbono só devem ser apertadas ou reapertadas com torquímetro ou correm o sério risco de estourar sem aviso na hora ou quando você estiver pedalando. É preciso muito mais cuidado que o que se deve ter com peças em alumínio ou plástico. 
 
Comecei pelos pontos mais comuns; canote de selim, movimento central, parafusos do pedivela, pedais. Tenho as ferramentas certas, então desmontei, limpei, olhei para ver se tinha alguma pequena rachadura ou outro defeito, tudo certo, lubrifiquei, remontei e apertei. O barulho não parou. Passo seguinte; raios da roda traseira, blocagens.. e... e... tique-tique. O reaperto, depois de tanto rodar, já se fazia necessário na raiação traseira e pedivela. Descobri que um dos refletores dos pedais estava um pouco solto, mas não era a razão do barulho. 
A raiação das rodas deveria ser checada com certa frequência, mas é comum esquecer. Perda de tensão em alguns raios nesta buraqueira que pedalamos pode acontecer e é uma das principais razões para a perda e consequente troca do aro. O ideal é que todos os raios devem estar com mesma tensão, o que raramente acontece com aros e raios comuns, não profissionais. 
Troquei o canote de selim porque achei que a cabeça do canote poderia estar frouxa ou trincada. Não era e voltei para o antigo. Por absurdo que possa parecer aprofundei o grampo de selim no tubo de selim e o barulho diminuiu, mas não acabou. Peguei uma lupa e olhei no tubo de selim para ver sinal de trinca no quadro, mas nada.
Pensa, pensa, olha, olha. "Isto é quadro de alumínio e o barulho pode estar em qualquer lugar. O que não faz sentido e ainda não olhei?" Finalmente descobri: o apoio da blocagem da roda traseira tem uma micro trinca. Não, não, não. também não era. Finalmente descobri: retirei e lubrifiquei o grampo de selim. O maldito barulho de fato vinha do contato do grampo com o tubo de selim como imaginava a princípio. Lubrifiquei a blocagem e o selim, e sonhei que tinha lubrificado o grampo. Acontece, mas não deveria. Ser um louco neurótico obsessivo perfeccionista de vez em quando resolve.

Moral da história e recomendação final: repito, de vez em quando reaperte com carinho toda a bicicleta e veja a tensão dos raios. Caso persista um barulho que você não encontra vá até um mecânico que seja macaco velho, que são os que sabem das coisas. Ele vai resolver.

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