terça-feira, 6 de outubro de 2015

O mercado de bicicletas do Brasil

Eu iria publicar só Face book, mas creio o meu comentário sobre o artigo de Renata Falzoni A falta costura do mercado de bicicletas do Brasil se encaixa bem aqui também.
 
Não são só as empresas que estavam no Brasil Cycle Fair que estão fora de sintonia com a realidade; se é que elas estão. É absolutamente todo setor, incluindo ai os próprios ciclistas que tentam colocar a coisa toda para frente. Faz algum tempo que não desço para o litoral norte de São Paulo, por exemplo, mas quem se aventura lá ou em qualquer localidade onde a bicicleta é usada pela população de baixa renda, trabalhadores e estudantes, vai entender que o centro do universo não é a classe média que agora pedala para fugir do trânsito ou do transporte coletivo infernais, ou os que estão nesta por pura moda. Quando se entra em contato com esta outra realidade você acaba descobrindo que o mercado acaba atendendo o que existe, o que vende, o que é pedido, não o que seria ideal. Sem corrigir vícios sociais ou de linguagem, sem haver neutralidade, inteligência de palavras e vontades, nunca se vai sincronizar o mercado, ou melhor o setor.
É muita inocência acreditar que empresas que estão no mercado são umas idiotas e não sabem fazer 1+1=2. Num mercado sabidamente selvagem eles estão ai, são vencedores, mesmo que não gostemos. Nos falta parar, ver, analisar e aprender com eles para poder dar respostas, ou direcionar no que achamos ser bom para o setor
Quer mudar? Qualidade! Em tudo. É isto que falta na questão da bicicleta. O primeiro passo rumo a um setor de bicicletas muito melhor acredito que foi dado com o trabalho de treinamento para mecânicos oferecido pela Shimano. Seria interessantíssimo que o pessoal que está empurrando a bicicleta para frente baixasse um pouco a soberba para que os resultados venham com mais naturalidade.

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