segunda-feira, 18 de agosto de 2025

Bike Africa



Um dos projetos que acompanhei com profunda emoção foi o Bike África. Não me lembro mais dos detalhes, mas sim do que pretendiam e até onde acompanhei realizaram: usar o potencial da bicicleta para transformar vidas, para melhor, nas regiões mais carentes da África. Foram entregues muitas bicicletas e os resultados divulgados eram sempre muito positivos. Um projeto em particular era meu predileto, doar bicicletas só para mulheres.

O link do Instagram acima mostra inúmeras situações de uso da bicicleta na África de hoje, a maioria para trabalho, diria subsistência ou sobre vivência. Primeiro, a quase totalidade são bicicletas em aço com fabricação, desenho e geometria típicos da era pré mountain bike. A maioria tem desenho típico das inglesas do entre grandes Guerras Mundiais, algumas com barra dupla superior. São praticamente indestrutíveis. 

Uma das coisas que nos chama atenção, nós, os acostumados com bicicletas leves, é o peso e tamanho da carga que está sendo carregada. O cálculo que se fazia para aquelas bicicletas, as dos anos 40, 50, 60, era que se podia transportar 10 vezes mais que o peso da bicicleta. Uma bicicleta daquelas pesa algo em torno de 20 kg, portanto consegue carregar uns 200 kg. Mais ou menos o mesmo hoje em dia, com a diferença que aquelas bicicletas eram fabricadas para nunca acabar, e com poucos cuidados duravam uma eternidade. Notem que os garfos tem reforços para aguentar mais peso ainda.

Todas as bicicletas da filmagem não têm marchas, o que é mandatório para diminuir custos e aumentar durabilidade. Quem tem urgência de um modo de transporte quer que ele seja usável e sem custo, não interessa tamanho, marchas ou outros detalhes mais que para nós são cruciais. Rodou, ótimo. Não rodou, coloca para rodar, não importa como. Eu tenho mais que paixão pelo que eles fazem, tenho uma inveja sem tamanho pelas soluções que eles encontram.

Detalhe, as bicicletas vistas no Instagran são 28 com relação longa, para plano. E aro 28, o original, não tem nada a ver com aro 700 como se vendeu uma época. As 29 na realidade são pneus de 29 polegadas externa montadas em aros 700. Bom, só sabe o que é pedalar uma 28 original, com diâmetro grande e aro de aço e uma relação dura, quem já pedalou  uma. Depois que ela embala é uma delícia, mas até lá, ufa!, precisa ter pernas. Nas subidas então! É um outro babado, completamente diferente. Pedalar como estes africanos pedalam é para quem tem pernas mesmo. São meus heróis da bicicleta.

Outra detalhe que chama atenção é o comportamento das crianças quando vêem uma bicicleta passar. 

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