quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Como estimular alunos a pedalar?

Nome: Roberto Altoé Candido
Idade: 55 anos
Altura: 1,83 m
Cidade: Nova Iguaçu
UF: RJ
replyto: racandido49@gmail.com
soube: Pesquisa na web
Mensagem: Gostaria de sugestões para implantar um projeto que incentive o uso da bicicleta na Escola que trabalho.
É uma Escola com aproximadamente 600 alunos, e nem 1% faz uso da bicicleta para seus deslocamentos.
A Escola esta situada em uma via de transito médio com ônibus e automóveis. CIEP 111 GELSON FREITAS - Rua Ricardo s/n, Santo Elias, Mesquita, RJ.

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Roberto
bom dia

Vi o CIEP pelo Google Earth. As ruas parecem tranquilas.
O estímulo mais rápido costuma ser oferecer estacionamento que realmente dê segurança às bicicletas, mas fazer só isto não é recomendável.
O ideal seria entender por que os alunos não usam a bicicleta, e a partir dai traçar um plano de ação. Há várias formas de se estimular o uso da bicicleta, mas tenho certeza que todas elas devem ter como princípio básico a educação e o treinamento, o ponto de partida. É importante entender que a realidade é feita de leis de trânsito e mais (infelizmente) manias, por que não dizer vícios, de comportamento. Para se ter uma boa educação, que realmente melhore a segurança dos ciclistas, é crucial ver os dois lados para estabelecer metas que consigam tirar ou pelo menos diminuir os vícios perigosos. Colocar o Código de Trânsito Brasileiro como única verdade, mesmo que este seja lei, é negar a realidade, o que normalmente não dá resultados, ou pior, literalmente não funciona. Tem que ser realista, mas não chato. Realismo tem seus riscos, mas em curto prazo dá resultados muito mais consistentes.

Eu diria então:
  1. conhecer a realidade do público alvo, alunos. Ver posição dos pais
  2. ver necessidades prementes
  3. pensar em faixa etária e gênero. De preferência, professora e orientadora trabalhando meninas e alunas,
  4. conhecer o viário no entorno da escola para ver os melhores e mais seguros caminhos
  5. ver qual a posição do departamento de trânsito local
  6. criar um planejamento de educação para a segurança, conforto e prazer no uso da  bicicleta
  7. incluir pais. Corrigir vícios dos pais na bicicleta. Fazer passeios pais e filhos
  8. estabelecer professores ou orientadores ciclistas que possam dar aulas práticas, nas ruas, para os alunos. Quem orienta precisa saber pedalar MESMO!
  9. instalar estacionamento de bicicletas que seja realmente seguro
  10. acompanhar o progresso
É o que me ocorre neste momento, mas, repito, é necessário mais dados, conhecimento da situação, para estabelecer um programa.
Estou copiando o Zé Lobo, que é ai do Rio e faz um ótimo trabalho na questão das bicicletas. Talvez ele já tenha algo encaminhado ou mesmo pronto.

Precisando escreva

Arturo Alcorta
Escola de Bicicleta
www.escoladebicicleta.com.br


quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Denny Bicycle

Infelizmente, mas infelizmente mesmo, o Brasil olha cada vez menos para a criação de desenho industrial, o que é uma perda imensa para a qualidade de todos. Infelizmente hoje, neste país do nunca antes, é natural que se socialize a mediocridade, o que muitos aceitam com naturalidade. Como sempre repito: vide a baixíssima qualidade e precariedade de nossos espaços públicos. 
"Design", ou desenho industrial, é crucial para melhorar a vida de todos. Passa muito longe de uma frescura de gente rica. É lógico que design de ponta custa caro, é chique, mas não beira ao esnobe. Aliás, beira ao esnobe quando quem vê ou usa tem uma base cultural fraquinha e não entende das coisas.
Pessoalmente acho chique mesmo o desenho clássico e limpo das mais simples bicicletas. Bicicleta, a meu ver, é um utensílio minimalista; e assim deve continuar. Acho fantástico o uso da inteligência para buscar soluções novas, mas prefiro as bicicletas velhinhas que tem alma curtida.
Recomendo ver este vídeo http://vimeo.com/101360482 que mostra o projeto da Merge, para mim mais interessante que a Denny.
Este site tem designs interessantes de bicicletas: http://bicycledesign.net/ 

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

ainda sobre pedalar correto....

Este link é uma ótima lição sobre como pedalar uma bicicleta de estrada. Olhe a cadência dos ciclistas, num giro que deve estar por volta de 90 giros. O câmbio é usado constantemente de forma a manter a cadência o mais constante possível. Não se usa a força bruta das pernas, mas o giro. Preserva-se o máximo a energia. Nas subidas eles buscam manter o giro e só pedalam em pé quando precisam atacar (outro ciclista) ou querem mudar o uso da musculatura, mas o ideal é tentar manter a cadência girando bem os pedais. Tirando uns pouquíssimos trechos de montanhas, com uma inclinação duríssima para profissionais e praticamente impossível para amadores, nunca se vê um ciclista profissional pedalando com uma marcha dura, ou seja, numa cadência baixa, o que é um crime para as pernas e articulações. 
A posição da mão deles segurando o guidão, sobre os manetes de freio, de forma a manter o peito aberto para aumentar a capacidade de respiração. 
E, mais importante, veja como levam a bicicleta com muita suavidade. Qualquer movimento brusco de aceleração, mudança de direção ou desaceleração é perda de energia. 
Aprende-se muito olhando os principais ciclistas profissionais.
Ciclismo é a arte da suavidade

sábado, 9 de agosto de 2014

marcha dura e tomar pau do velhinho

nome: P.
idade: 29 anos
mensagem:
Como é possível tomar pau de um senhor velhinho se eu estou pedalando uma bicicleta de estrada, trocando as marchas para ir mais rápido, e mesmo assim ele me passou pedalando uma híbrida comum?
Se você diz que trocou as marchas para ir mais rápido eu posso supor que você tenha diminuído o giro do pedal e travado a perna. Se o "velhinho" tem prática ele provavelmente manteve uma cadência correta, lá pelos 80 ou 90 giros, e só fez as mudanças de marcha para manter a cadência correta. 
Não sei como você pedala e me perdoe se o que vou escrever aqui não lhe diz respeito, mas tenho que ser um pouco objetivo. 
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P
bom dia.
Situações como esta são mais comuns que você possa imaginar. As razões podem ser várias, mas vou arriscar uma hipótese.
Infelizmente tem muita gente que pedala da forma que acha correto, mas não é. Um dos erros mais comuns é manter uma cadência muito baixa. A cadência mínima não pode estar abaixo das 60 voltas por minuto, ou uma volta por segundo. Como praticamente todos mortais não tem um contador de cadência o segredo é aprender a girar uma volta por segundo contando cada volta no pedal com o famoso "1 elefante, 2 elefantes, 3 elefantes, 4 elefantes..." Sua perna se acostumou a esta cadência ai é subir aos poucos o giro até sentir-se cômodo. Numa bicicleta de estrada o ideal é que esta cadência seja mais alta, lá pelas 80 voltas por minuto, ou um pouco mais, pelo menos para principiantes. 
Com um giro mais alto e cômodo você vai aproveitar a inércia do peso de suas pernas e irá gastar menos energia. É lógico que para quem não está acostumado é importante subir aos poucos o giro de forma a que seu cardiovascular e a própria musculatura se acostume com a nova situação. Para terminar, o que não pode acontecer é girar tão alto a ponto de sair pulando no selim. 
Na página Pedalar Melhor do site Escola de Bicicleta - http://escoladebicicleta.com.br/melhor.html - você tem mais dicas. 

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Poti falsa ou verdadeira

A que condição chegamos? No Guarujá vi e estupidamente não fotografei várias Caloi Poti falsificadas, de vários fabricantes piratas de quadros, com diferentes gancheiras, umas até com numeração de quadro, outras nem isto. A geometria e as dimensões são exatamente as da Caloi Poti original, mas o resto, peças, rodas, montagem, não. Os adesivos são idênticos e boa parte de seus proprietários acreditam que tenham comprado uma Poti original de fábrica. A maioria agiu de boa fé e acabou engando por bicicletarias de pouco ou nenhum escrúpulo. Posso falar assim por que alguns anos atrás estive na baixada para fazer uma pesquisa que incluía as bicicletarias locais. Ouvi de montão proprietário de bicicletaria, em especial os de Guarujá, dizendo que se não vendesse problema não poderia oferecer solução. Todos aceitam. Não sei dizer sobre a durabilidade e segurança, mas quem compra uma destas perde seus direitos legais como consumidor por que está em condição de contravensão (receptação de produto falsificado).
Bicicleta feminina é o modelo de bicicleta mais vendido na Brasil e a Caloi Poti ainda deve continuar sendo a campeão de vendas. Num país onde tristemente a pirataria é considerada normal até por quem pode pagar pelo produto original, bicicleta original falsificada infelizmente faz parte do deprimente jogo. Para mim ver aquelas Potis só foi novidade por descobrir tantas falsificações sutilmente diferentes de um mesmo produto. Pelo Brasil afora já vi muita Barra Circular e Barra Forte pirata, dentre outras.  
Tenho certeza que o brasileiro quer um país melhor, mas para conseguir isto é necessário assumir que o caminho  está na legalidade.