segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Medo de pedalar na av.Paulista

É uma causa bem difícil pra este país onde a noção de cidadania ainda está p/ ser desenvolvida. Mesmo já começando a perceber algumas mudanças, mas eu ainda continuo com medo de pedalar por aqui. Como moro perto da av. Paulista, tenho medo de pedalar por aqui. Hoje mesmo falei com um ciclista que disse que esta região é perigosa, costuma acontecer muitos acidentes. Por enquanto eu só tenho pedalado nos parques c/ bikes alugadas.
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M
bom dia

Em seu questionamento você repetiu mais de uma vez que “tenho medo de pedalar aqui (av. Paulista, próximo de sua casa)”. Olhe para a cidade, olhe para a liberdade, não fique olhando para as restrições que os meios de transporte motorizados obrigam ao passageiro viver. Bicicletas oferecem a liberdade de ir para onde quiser, fugir de avenidas, conhecer uma cidade que o automóvel esconde.

Sobre os perigos da bicicleta: qualquer veículo é perigoso quando mal conduzido. O local pode ser mais ou menos complicado, mas a diferença mesmo está na condução.

Atualmente há muito novato, além dos "eu sou o bom", pedalando fazendo besteira. Dai o número de acidentes estar alto. Um amigo, Tobias, me chamou atenção para que o pessoal está sentindo um certo orgulho em ter acidentes, como se fosse um rito de passagem; o que infelizmente é a realidade.

Só para te avisar: os maiores índices de acidentes da cidade ocorrem dentro dos parques e nos fins de semana. Ai, pedalar em parque (ou ciclo faixas) é muito mais perigoso que pedalar em interno de bairro. É lógico que pedalar no meio dos ônibus não é recomendável, mas nos fins de semana você tem bairros maravilhosos e calmos logo ali, próximo de sua casa.

Para terminar: bicicletas de aluguel em parque, que normalmente são modelos muito básicos e baratos, costumam ter uma qualidade ruim. O dia que você se sentar numa bicicleta de qualidade e sair pedalando em ruas tranquilas vai se sentir muito melhor, mais confortável, mais segura. Vai descobrir que bicicleta e pedalar não é o que você pensa agora.

sábado, 20 de outubro de 2012

ciclista invísivel














L
altura: 1,50m
cidade: São Paulo
UF: SP

Uso a bicicleta para ir ao trabalho e a faculdade. Pedalo em qualquer rua ou avenida, mas estou cansada porque os motoristas sempre dizem que não me veem.

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L

E você de fato é praticamente invisível. Infelizmente ciclistas não são visíveis para a maioria dos motoristas, tanto porque motoristas não estão acostumados com a bicicleta e o ciclista, como porque você é uma ciclista particularmente baixa. Com 1,50m de altura e pedalando, portanto com o corpo inclinado para frente, a área de visível fica muito pequena no meio dos carros. Esta condição piora muito quando há trânsito porque qualquer carro, mesmo os pequenos, que passe por você vai torná-la invisível para outros motoristas e motociclistas. Mesmo um motociclista, no meio do trânsito em movimento, é difícil de ver.

Outro ponto importante é que os motoristas das grandes cidades, onde o uso da bicicleta está crescendo, ainda não se acostumaram a ver ciclistas. Este é um processo normal e muitas vezes não dá para culpa-los por não ver. Há uma razão simples para que isto aconteça: qualquer condutor com prática acaba treinado para dar respostas automáticas a estímulos, como placas, semáforo, movimentação de outros veículos, obstáculos, enfim, um grupo básico e não muito numeroso de estímulos. O cérebro acaba selecionando quais são as respostas automáticas, ou reflexos, mais importantes e frequentes. O que não é comum para o cérebro é deixado num segundo plano e muitas vezes sequer é “percebido” pelo motorista. É o que está acontecendo atualmente na relação dos motoristas com os ciclistas.

Números de segurança no trânsito mostram que quanto mais ciclistas circulando na cidade maior é a segurança individual de cada um dos ciclistas; ou seja; quanto mais ciclistas, mais comum é a situação para motoristas, portanto mais treinado e alerta está o cérebro, e mais visível se torna o ciclista no trânsito.

Voltando ao seu caso, o que se recomenda é que você sempre pedale com roupas claras e chamativas; evite ficar colada a qualquer carro, e principalmente sinalize o que pretende fazer. Sinalizar com mão e braço esquerdo faz muita diferença. E a noite saia sempre com lanterna traseira e farolete. Evite usar luzes que piscam, porque elas confundem mais que ajudam.
 
Terminando: reclamar dos outros piora a nossa segurança. Procure entender o que aconteceu, de preferência com neutralidade. Provavelmente irá tirar conclusões que melhorarão sua segurança

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Monarks e outras paixões: restaurar e comprar outras

Nome: Adenilson
Idade: 41 anos
Cidade: Manhuaçu
UF: MG
replyto:
adenilsonamaral@hotmail.com
Mensagem: Desde criança gosto muito de bicicleta. Fui ter a primeira quando eu tinha cerca de 12 anos de idade. Era uma Caloi com assento no quadro, freio contra pedal (Um luxo para época). Depois eu tive uma Monark 1977 roxa (um espetáculo inigualável !!) Depois comprei uma Monark Barra Circular 1990, novinha. E assim fui comprando, andando e revendendo. Hoje tenho uma Monark 1966 restaurada, uma Monark Barra Circular 1982, uma Monark mountain bike (das primeiras com 18 marchas), 03 mountain bikes modernas (GTS M5, VICINITECH e MONACO). Estou restaurando uma Monark Ipanema. Em breve vou adquirir uma Monareta para restaurar. Para concluir, eu vislumbro que apesar das várias opções que temos hoje para comprar uma bicicleta moderna, entendo que no brasil existem milhares, talvez milhões de pessoas que adoram as bicicletas antigas da Monark, principalmente as barras circulares produzidas nas décadas de 1970 a 1990. Sei que o custo para produção de uma bicicleta no padrão antigo é alto, mas porque ninguém ainda teve a ideia de reeditar e lançar RÉPLICAS das bicicletas Monark antigas e colocá-las a venda pela internet, por exemplo. A fábrica poderia lançar a réplica de um modelo anual a cada ano. Alguém poderia fazer um estudo de mercado nesse sentido. Pode ter certeza que se for colocada a venda uma réplica da Barra circular 1977 e 1982 eu compraria o mais rápido possível. Chego a sonhar em ter muito dinheiro para tentar bancar uma empreitada dessas. Um abraço.
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Adenilson
bom dia

Modelos parecidos com a Monark Barra Circular foram produzidos até bem pouco tempo. Talvez ainda sejam, o que é difícil saber porque o Brasil tem uma quantidade imensa de pequenos e médios fabricantes de bicicletas que só distribuem suas produções regionalmente. Não faz muito tempo cheguei a ver uma destas cópias, azul, sendo vendida aqui em São Paulo.

O mercado brasileiro de bicicletas é muito complicado para alguém querer fabricar cópias de modelos fora de produção. Não temos esta tradição.

Nos Estados Unidos, onde o mercado é muito grande e o americano realmente preza este tipo de coisa, e na Europa, há quem fabrique reproduções de forma artesanal e sob encomenda. Normalmente fabricam biciclos (peni farting ou bone shaking), aquelas bicicletas com roda grande na frente e pequena atrás, e alguns triciclos ou quadriciclos sociáveis. São muito caros.

Estou copiado Valter Busto, responsável pelo Museu de Bicicletas de Joinville, que talvez possa ajudar.

Arturo Alcorta
Escola de Bicicleta
www.escoladebicicleta.com.br

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

NY Times e o não uso do capacete na Europa

http://www.nytimes.com/2012/09/30/sunday-review/to-encourage-biking-cities-forget-about-helmets.html?emc=eta1&_r=0

Reginaldo o outro dia me disse sobre uma palestra da por um Europeu: "Se nós falamos isto ninguém escuta. Se um estrangeiro fala, todo mundo (mundo dos brasileiros) vem ver". Pura verdade! Triste!