segunda-feira, 30 de janeiro de 2012


Idade: 46
Altura: 1,80
Cidade: São Paulo
UF: SP
Mensagem: Olá, Tenho sobrepeso (110 kg) e com um problema no pé que me impede de fazer caminhadas. Meu médico liberou o uso de bicicleta. Estou retomando o hábito de passear de bicicleta após muitos anos. Gostaria de adquirir um modelo de passeio urbana no que privilegiasse o conforto e o lazer. Podem me fazer alguma indicação de boas bicicletarias em São Paulo? Obrigado
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bom dia

Dependendo do problema de seu pé e da dificuldade de apoiar nele, talvez tenha que comprar uma bicicleta com geometria "flat foot" (imagem abaixo), na qual o ciclista pedala um pouco mais deitado e consegue apoiar os pés por completo no chão. São ótimas para o plano, mas sobem mais lento que uma bicicleta convencional. Faça vários testes antes de decidir. Boas bicicletarias permitem estes testes.

Quando a maioria pensa em São Paulo só consegue olhar as subidas, esquecendo que temos imensas áreas planas ligadas aos rios Tiete, Tamanduateí, Pinheiros e vários córregos. Recomendo que comece a pedalar nestas áreas, que tem passeios maravilhosos. Uma "flat foot" é ótima para descobrir esta São Paulo plana.

Você não disse onde mora e fica difícil dizer qual a melhor bicicletaria local. Há várias boas bicicletarias em São Paulo.

Arturo Alcorta
Escola de Bicicleta
www.escoladebicicleta.com.br

sábado, 28 de janeiro de 2012

bicicleta baratérrima

Idade: 30
UF: Paraná
Mensagem: Gostaria de saber como posso escolher uma boa bicicleta,que eu possa usar e minha esposa também???Simples e baratérrima!!!
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bom dia

Não há números oficiais, mas as concessionárias de rodovias aqui de São Paulo, que tem números precisos, dizem em conversas informais que pelo menos 35% das mortes de ciclistas é causada por falha mecânica da bicicleta. Também em conversas informais, os fabricantes de bicicletas oficializados, ou seja, que existem perante a lei, dizem que provavelmente este número é baixo. A saber: Brasil fabrica algo em torno de 6 milhões de bicicletas ano, sendo que metade destas não tem origem que garanta qualidade ou procedência que possa ser definida. Muitas bicicletas vendem destas bicicletas porque sabem que o comprador irá obrigatoriamente ter que gastar para consertar. Algumas marcas vendidas em supermercado e magazines, que são legalizadas, tem qualidade baixa e também quebram com muita facilidade.

Bicicleta é um veículo e qualquer defeito coloca em risco o ciclista

Respondendo sua pergunta: Como forma de garantir a integridade física de nossos leitores, e de qualquer cidadão, nós definitivamente NÃO recomendamos bicicletas baratinhas. Menos ainda as baratérrimas. Vai quebrar, vai ter que consertar, vai custar mais caro que pagar por uma bicicleta com qualidade.

Arturo Alcorta
Escola de Bicicleta
www.escoladebicicleta.com.br

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

siginificado dos números da banda de rodagem

Idade: 66 anos
UF: SC
Mensagem: Gostaria de saber o que significam aqueles números nas laterais dos PNEUS.
Acredito que seria muito bom que Escola de Bicicleta fornecesse a todos seus freqüentadores, uma tabela explicando, em medidas normais (Centímetros) os seus reais significados.
Por exemplo:
Qual é a dimensão em centímetros, de um Pneu 28x48 ?
- Sabemos apenas que PNEUS 28 ou 700 podem ser usados no mesmo aro, mas não sabemos se a largura de um Pneu 28x48 caberá no espaço do quadro de uma bicicleta de passeio/urbana/Comfort, não speed, pois desconhecemos o significado do numero 48. Se fossem e centímetros todas as dúvidas acabariam. Pois, bastaria ao ciclista, medir o "vão do quadro" que irá receber o pneu, para sabermos o que comprar.
Muito grato

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bom dia

Caso você leia inglês dê uma olhada no Sheldon Brown que é a bíblia da mecânica de bicicletas. Este é o link para pneus e suas medidas - http://sheldonbrown.com/tire-sizing.html

Aro 28 é uma coisa. Outra é 28 1.5/8, que é o dito "aro 700" que é vendido no Brasil. Ai no sul ainda se vê bicicletas antigas, clássicas, com rodagem 28, como as Phillips, mas também muito comum em várias outras marcas. Hoje creio que não seja mais fabricada.

Eu desconheço e não consegui achar pneu 28 X 48, mas como há muita loucura no mercado... Só não sei se é erro do fabricante, o que é bem possível ou aro e medida de pneu que não é mais fabricado. Desconheço. Entre as clássicas havia uns pneus que eram por ai, mas não me lembro exatamente a medida.

Explicando: 28 é referente a altura da roda em polegadas, o que tem variações dependendo do pneu usado. O 26 dá exatamente 26 polegadas com alguns pneus 2.2. O 700 (C) é em milímetros e dá certo pneu 25 (se não me falha a memória).

O último número costuma ser a largura do pneu.

Alguns pneus vêm com um número que dá a tolerância de largura do aro a ser usado.

Há uma enorme variação de desenhos de quadros, aberturas das forquilhas, altura de ponte, distanciamento de eixos de freio (boss), o que faz com que seja muito difícil colocar uma regra.

Entender algumas medidas é um exercício para a loucura, porque foram criando umas coisas estranhas, pessoais de cada marca, e inventando como definir a medida. A tabela do Sheldon Brown mostra bem esta loucura.

A intenção da Escola de Bicicleta é dar uma base de cultura para seus leitores, e com isto estimular a busca de informação mais profunda. A inclusão de tabela com as medidas das de rodas e pneus é bem técnica, uma informação mais refinada que a demanda média que temos. Na página "links" indicamos alguns sites e livros técnicos. Mesmo assim sua mensagem coloca uma situação a qual devemos levar em consideração. Agradecemos a sugestão.

Estou copiando o Valter Busto, que é responsável pelo Museu de Bicicletas de Joinville, e que pode ajudar aqui.

Arturo Alcorta
Escola de Bicicleta
www.escoladebicicleta.com.br

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Trilhas com aro 24

Idade: 19
Altura: 1.71
Estou começando a encarar o ciclismo como esporte. Nos fins de semana pedalo na terra, trilhas mais fechadas, com alguns obstáculos inclusive, e na ciclovia que passa paralela ao parque.
Tenho uma bicicleta aro 24, me sinto muito confortável com ela. Já pedalei em aro 26" e não me adaptei. Pretendendo fazer trilhas em outros lugares, gostaria de saber o que posso fazer pela minha bicicleta, aro 24? Suspensão? Devo tomar cuidado por ter uma bike aro 24?
Quero ter um pouco mais de segurança.

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bom dia

Você não diz que aro 24 está usando, mas se for destas comuns eu fico preocupado. Fazer trilha com uma aro 24 só se for com uma BMX das boas, com qualidade para competição, o que é um "brinquedo" caro. Não sou especialista no assunto, mas nunca vi uma 24 para valer com suspensão que seja coisa séria. Deve haver, mas deve custar mais caro ainda.

O que há sendo vendido por ai não é 24 recomendável para trilhas esportivas. No geral tem muito brinquedo com cara de bicicleta.

Também não sei que aro 26 você experimentou, mas se pedalou uma que tenha qualidade, própria para seu tamanho, ajustada para você, duvido que não vá gostar. O correto mesmo é que você vá para trilhas com uma 26 que é mais segura, se é que você realmente está procurando segurança

Estou encaminhando sua mensagem para nomes que podem te ajudar

Arturo Alcorta
Escola de Bicicleta
www.escoladebicicleta.com.br

bicicleta tamanho 21 para 1,74?

Idade: 46
Altura: 1,74
Mensagem: A utilização de uma bicicleta de tamanho inadequado em relação à altura do ciclista, pode causar algum dano? Por exemplo: ciclista de 1,74 de altura que utiliza uma bicicleta de 21".
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bom dia

Aos 46 anos você não é mais um menino. Sou um pouco mais velho e posso dizer que o corpo depois de uma idade começa a cobrar os erros que fizemos no passado. Consertar estes erros costuma ser chato e custar caro.

Você tem 1,74m e está usando uma bicicleta própria para quem tem 1,85m. O recomendável é que você procure bicicletas tamanhos 17 e 18; faça um teste com as duas e veja em qual se sente melhor. Teste vários modelos nestes tamanhos antes de decidir.

Uma coisa tenho certeza: a tamanho 21 é grande para você. Até consigo entender o fascínio que a maioria tem por bicicletas maiores que o tamanho ideal, mas troque por uma própria para seu tamanho e verá que uma bicicleta pode ser muito mais agradável e confortável de pedalar. Com certeza vai ficar mais segura também.

Arturo Alcorta
Escola de Bicicleta
www.escoladebicicleta.com.br


quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Números publicados, texto em outro site e capacete - continuação

Arturo,
Obrigado pela resposta (mensagem anterior).

Só para constar, o texto estava nesse blog com link para a Escola de Bicicleta.

Estou agora lendo o material que você disponibilizou sobre o uso do capacete, que já havia proposto essa discussão na página de cicloativismo no Facebook. Parece uma zona um pouco cinza, sem uma conclusão, tanto que há divergências sobre sua obrigatoriedade.

Eu uso sempre, mas surgiu essa questão ao ver os vídeos sobre Holanda e Dinamarca, onde pouquissímos usam. Mas as condições de tráfego lá são bem diferentes de São Paulo, né?

E você, usa?

Abraços
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bom dia

Obrigado, de novo, pela informação.

O comentário que você fez foi absolutamente pertinente. Acabei de mandar uma mensagem para a Valéria, minha ótima webmaster, com o novo texto. Eu andei abrindo uma boa quantidade de documentos para ver se localizava de onde havia tirado a base para aquele texto. Todos manuais técnicos cicloviários levam a conclusão semelhante a dos números divulgados. Lembro que tanto um documento da UNESCO quanto a Bycicling (revista americana) divulgaram os números, mas é muito mais pertinente deixar no genérico que acaba correspondendo ao que hoje é mais facilmente encontrado.

Eu não uso capacete porque sou de uma geração que não se acostumou com nada na cabeça. Usar boné ou chapéu por causa do sol, o que sou obrigado a fazer, para mim é um saco. É possível que um dia eu tenha que usar capacete também por causa do sol, porque cobre mais que boné e não voa com um chapéu. Ordem médica.

A questão do capacete é muito confusa porque há um lobby fortíssimo dos fabricantes. O que está em questão não é segurança do ciclista, mas venda de capacetes. Por uma série de razões há uma imensa diferença entre o efeito do uso do capacete na segurança do ciclista esportivo e do usuário da bicicleta como modo de transporte. Velocidade e posição do ciclista são os fatores principais. Os fabricantes sabem disto, mas por razões comerciais misturam uma coisa com outra para vender mais.

Diferente do que todos paulistanos crêem, alguns dos maiores especialistas em sistemas para segurança de ciclistas do mundo, Walter, Jaap, Michael, Jonas..., já pedalaram aqui em São Paulo e todos disseram que não é tão crítico assim, muito pelo contrário. Aliás, um deles, que agora não me lembro se foi o Jaap ou o Walter Hook, afirmou depois de um longo passeio que foi muito mais fácil aqui que em capitais ditas como fáceis.

Sem papas na língua: a imensa maioria dos paulistanos pedala muito mal, com uma baixa qualidade técnica, uma falta de consciência sobre quem ele é e o que deve fazer como ciclista no meio do trânsito. Pedalam em local errado, de forma errada, como se fossem motoristas, motociclistas ou desbravadores. A imensa maioria culpa o trânsito pelos seus próprios erros. A verdade é que quem sabe pedalar 'mesmo' não sente necessidade de capacete, porque saber pedalar mesmo é ser suave, ter bom senso, ser cordial, comunicar-se com os outros e principalmente jogar o jogo. Quem entra na "brincadeira" não se machuca, termina bem, volta para casa feliz. Quem acredita que o jogo tem que terminar com vencedores e perdedores não sabe o que é civilidade, vida em conjunto, sociedade, respeito, nunca vai encarar o trânsito como algo que tem que ser tratado com sabedoria. O trânsito de São Paulo é difícil? É, mas os ciclistas exageram muito nas críticas; muito conseqüência do discurso de ativistas que só se sentem alguém quando fazem bravatas.

Pessoalmente considero muito menos tenso pedalar no meio do trânsito paulistano que nas ciclovias de Munique em hora de rush, por exemplo.

Não me lembro onde está, mas há alguns estudos que demonstram que qualquer condutor calmo, cordial, está muito menos sujeito a acidentes. Não tenho a mais remota dúvida que isto vale muito para ciclistas.

Novamente obrigado pelos comentários e opiniões. É muito bom receber mensagens de qualidade como a sua. Conversa franca e inteligente nunca é rude, é conversa.

Feliz Ano Novo

Arturo Alcorta
Escola de Bicicleta
www.escoladebicicleta.com.br




Números publicados no site e fonte

Nome: G
Cidade: São Paulo
UF: São Paulo
Mensagem: Olá,
Deparei-me com uma informação no site “X”, que reproduziu um texto que já tinha lido aqui.
Achei que o texto era deles  e a dúvida que tive tanto lendo lá, como aqui, reproduzo copiado e colado, que fiz nos comentários de lá.
"Olá,
Muito bom o texto, as informações são preciosas para quem pedala e quer melhorar a relação entre os integrantes do caos do trânsito urbano.
Uma questão me veio, porém, ao ler o que você escreveu.
Logo após de sugerir:
"1. acredite no que é científico; tome cuidado com o que falam por aí"

As seguintes informações são expostas:
"2. mais de 50% dos acidentes são de responsabilidade do próprio ciclista
3. 95% dos acidentes envolvendo ciclistas acontecem em cruzamentos
4. em menos de 1% dos acidentes o ciclista sofre uma colisão traseira"

Porém estas estatísticas não citam a fonte de onde foram levantadas, e esse não é um método muito científico. Sem a referência, o dado científico apresentado pode virar "o que dizem por aí".
Essas informações são muito importantes e me interessam muito, como posso ter acesso a elas diretamente da fonte?
Abraços e parabéns!"

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G
bom dia

Agradecemos muito o comentário.

Vamos lá:
"2. mais de 50% dos acidentes são de responsabilidade do próprio ciclista
3. 95% dos acidentes envolvendo ciclistas acontecem em cruzamentos
4. em menos de 1% dos acidentes o ciclista sofre uma colisão traseira"


Estes dados são lugar comum em várias publicações. A primeira vez que deparei com eles foi numa publicação da UNESCO do começo dos anos 80, que infelizmente perdi numa enchente junto com parte de minha biblioteca técnica. Mas dados semelhantes são publicados por governos, entidades especializadas e até fabricantes. Você está certo, nós deveríamos colocar uma fonte. O fato é que já li tanta coisa que preciso voltar atrás e buscar uma fonte específica para citar. Eu sei que dentro do site esta informação está disponível num dos links. É uma falha nossa que temos que corrigir. Novamente agradeço o comentário e a ajuda

O site cresceu demais. Como já disse, no meio dos links há muito material sobre segurança no trânsito e números correspondentes. Eu chamei no Google "cyclist safety numbers" e "cyclist safety" achei mais um monte de dados espalhados. Em português não havia nada com carimbo "científico" - infelizmente.

Sobre a publicação de texto nosso em outro site: Muitos nos pedem autorização para publicação. Temos consciência que há quem publica sem autorização. Confesso que não me lembro se o site citado pediu ou não autorização, mas sabemos que na Internet acontecem estas coisas. Obrigado pelo aviso

Arturo Alcorta
Escola de Bicicleta
www.escoladebicicleta.com.br


terça-feira, 3 de janeiro de 2012

bicicleta montada - mal montada

Cidade: São Paulo
Mensagem: Montei uma bicicleta, praticamente toda Shimano. Levei até a bicicletaria para montá-la e demoraram 3 semanas. Não gostei levei em outra bicicletaria e o mecânico mostrou que a caixa de movimento central está montada errada. No lado esquerdo a peça de plástico está para fora uns 4 fios de rosca.
O que vocês acham que pode ser.
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bom dia

Nós da Escola de Bicicleta temos restrições em relação às bicicletas montadas porque casos como o seu são muito mais comuns que você possa imaginar.

Não entendi uma coisa: você montou ou mandou montar a bicicleta? De qualquer forma o serviço prestado por qualquer bicicletaria está sujeito ao Código do Consumidor. Imagino que você tenha um recibo do serviço prestado; do contrário é impossível reivindicar seu direito. O erro foi não ter voltado imediatamente para a bicicletaria que criou o problema.

O primeiro passo é desmontar peças e componentes que apresentam problemas, com você vendo pessoalmente o processo e os danos.

Espero que as roscas não tenham sido danificadas, principalmente no quadro. Caso tenha havido um dano leve na rosca do quadro, uma boa bicicletaria tem ferramenta específica para fazer rosca, o que deve resolver o problema.

A recomendação final é que a bicicleta seja inteira revisada por um mecânico experiente. Sua segurança que está em jogo.

Arturo Alcorta
Escola de Bicicleta
www.escoladebicicleta.com.br

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Homenagem a um grande campeão e amigo




O início do mountain bike no Brasil foi uma delícia, com direito ao título de Ramirez, que veio empurrar sonhos. Ramirez segue o mesmo, um "menino" um tanto quieto, quase tímido, bom amigo, senhor ciclista, um verdadeiro exemplo. Não faz muito trouxe outro título importante, Campeão Master, que infelizmente e como sempre pouco foi divulgado.