Subidas, ah! doces subidas! A cada dia adoro mais subir, qualquer subida, principalmente as mais longas. Desta vez, mais uma vez, subi de Penedo para o topo da serra que leva para Visconde de Mauá. A altimetria acumulada? Não sei ao certo, mas algo em torno de 1.000 metros. Interessante, mas o Google deu três números para a altimetria, vai lá saber. Que seja, foi uma delícia.
Penedo é uma simpatia. A cidade, pelo menos para este turista, pode ser dividida em duas, as ruas do centrinho, a que entra e a que sai, e a estradinha onde estão as casas dos moradores mais abastados, que é uma coisa linda. Fiquei no Hotel Daniela, que é um pouco para lá do centrinho, no fundo da cidade, uma residência com arquitetura dos anos 70, maravilhosa, ao lado do rio, que me lembra bons momentos de minha infância. Tem vários restaurantes, mas fico com dois bons, o Duo e Petit Gourmet. Penedo é calma, os turistas não são agressivos, barulhentos, e mesmo com o centrinho movimentado o ambiente é tranquilo. Enfim, Penedo me faz bem. E a estradinha dos moradores..., uma delícia de pedalar, ou caminhar, ou correr, ou ficar olhando as montanhas do Parque de Itatiaia...
Para o Mirante da Luz, o topo da serra para Visconde de Mauá, são 25 km de Penedo. A serra tem 784 metros de altimetria em 12.5 km, em uma subida mais ou menos constante. Subi num sábado pela manhã, não muito cedo, e para minha surpreza o trânsito de carros foi pequeno.
Cada subida é uma subida, e esta foi dura, bem dura, mesmo subindo a passo de tartaruga. No começo da serra parei para fazer um pipi e encontrei um sujeito de mais de 50 anos, Marcio ou Marcos Montanha, que iria iniciar a subida da serra correndo a pé. Ele me disse "Você vai me ultrapassar no meio da serra", e enquanto ele falava eu pensava "Conheço este pessoal (corredores de montanha). Ele é que vai me passar". Dito e feito, no meio da serra lá veio ele e seu acompanhante pedalando, conversamos cordialmente até ele sumir numa curva.
Eu demorei exatas duas horas para subir os 12.5 km, ou, fiz uma média de 6. alguma coisa, bem baixa, mas a possível. Cheguei literalmente empapado, como não me lembro de ter terminado qualquer outra subida ou serra, mas feliz, muito feliz.
Quando fui para Penedo pretendia subir para Visconde de Mauá, descansar uns dois dias e subir de Engenheiro Passos para Garganta do Registro, minha paixão, com 1.406 de altimetria e uma paisagem maravilhosa. Não deu. Cada subida é uma subida, e não sei porque desta vez fiquei muito cansado. Se forçasse a barra conseguiria subir a outra, mas para que?
Indo para a serra parei para ajudar um casal. Ela estava com fortes cãimbras nas pernas muito antes de chegar ao pé da serra. Mais a frente encontrei o que descobrir ser o resto do grupo que estava com o casal. A distância entre os dois deixou claro que a maioria fez seu rítmo esquecendo que a menina era mais lenta, desatenção infelizmente comum entre os grupos de ciclismo.
Estas situações me levam a outros pontos:
- faça seu ritmo, não morra por conta da ansiedade, do ter que pedalar como os outros. Você é você. Eles são eles. Não se divirta para a felicidade deles.
- subir montanhas é ótimo exatamente para ensinar o controle da ansiedade, que é o que mais derruba o ciclista
- Comece devagar para terminar bem
- Não conseguiu? Ótimo. Você teve consciência de seus limites. Parabéns
- E jamais se esqueça: cada subida é uma subida; nunca é a mesma coisa. Um dia vai melhor, outro nem tanto, assim é a vida.
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