Mensagem: A história da empresa Peugeot bicicletas no Brasil, em Montes Claros - MG, não é tão simples assim. Ela se mistura com a tentativa de fabricação de automóveis. É, montaram uma base industrial para depois transformá-la em montadora de automóveis. Não dig o que não queriam vender bicicletas, mas a pretensão mesmo era irem além desse mercado. Tentaram, mas deram com os burros n'água!!...
Para se ter uma ideia, até as
Organizações Globo entraram nesse rolo, ao lado das montadoras existentes -
ford, gm e vw -, claro!
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bom dia----------------------------------------------------------------
O que conheço da história da bicicletas
Peugeot no Brasil foi contado por pessoas que viveram a história pessoalmente:
proprietários de bicicletarias com forte ligação com a família Caloi,
representantes do setor, políticos...
Soube desta ação da (Rede) Globo.
Celsinho e seus irmãos, donos de uma papelaria no Shopping Iguatemi de São Paulo,
Gonçalves e Irmãos, me contaram a história na época que estava acontecendo por
que tinham um conhecido, ou cliente, que participou do projeto. Alguém (da
Globo?) foi enviado para os Estados Unidos para ver como estava o mercado e
trazer algumas novidades para o Brasil. Vieram 10 bicicletas (o que era
proibido), de vários tipos e modelos, uma delas uma recumbent (reclinada), a
primeira que vi e pedalei pessoalmente. Isto foi no final dos anos 70, mas não
me lembro exatamente o ano.
Caloi tinha problemas dentro do mercado
americano por uma falha boba, infantil, patética, no controle de qualidade
daqui, Brasil, que fez com que fosse enviado um lote grande das Caloi 10 pro
USA com defeito no garfo, o que os obrigou a sair daquele mercado.
Na época haviam só dois fabricantes no
Brasil, Caloi e Monark, e um mercado imenso, tudo controlado pelo Governo
Federal. Alguém da Globo tinha informações de qualidade, sabia o que já estava
acontecendo com a bicicleta em vários países da Europa, que ia de vento em popa,
e deve ter olhado tudo como negócio. Devia ter uma noção clara que bicicleta
era então o veículo mais usado no Brasil, um negócio milionário e que o Governo
Federal não iria lhe dificultar uma ação. Olhando a distância realmente não
creio que seria uma empresa ligada a área de comunicação, mas um negócio
completamente independente da Rede Globo, talvez de alguém da família Marinho
ou apoiado por ela.
Houve quem dissesse algo sobre esta
relação da Globo com a Peugeot, mas nunca saiu do pessoal que tinha informação
quente. Creio que esta relação foi mais boato.
O que talvez não tenha sido tão boato é
uma versão que diz que a Globo fez toda a ação só para acertar algumas
propagandas com a Caloi (e talvez Monark, que era dura de jogo). Esta versão
sim faz todo sentido. Foi dada por um então importante publicitário.
Mais ainda: a Peugeot bicicletas só
entrou da forma que entrou, sem uma guerra de maior escala por parte de Caloi e
Monark, por que os idiotas dos franceses colocaram toda a diretoria de
franceses, que foram devorados e cuspidos pelo mercado brasileiro em
pouquíssimo tempo. Caloi e Monark souberam da diretoria antes mesmo da operação
começar a funcionar no Brasil. Soube que dentro da Caloi fizeram uma grande
festa com várias piadas de como eles seriam engolidos. Em pouco tempo os
franceses saíram do Brasil vendendo a marca para um grupo brasileiro, que
também não aguentou a briga contra cachorros grandes, ferozes, viciados e até
um tanto hidrófobos.
Sobre Peugeot automóveis entrar no
Brasil via fabricação de bicicletas, duvido. Nunca ouvi qualquer
palavra sobre isto. Um dos meus tios, Mino Falzoni, que era então presidente da
Plavinil, fornecedora de tecidos plásticos para a indústria automobilística,
teria contato a ‘fofoca’. Na época eu tinha outras fontes de primeira que
saberiam desta história. É lógico que podem ter ficado quietos por várias
razões, mas duvido. Outro ponto que não faria sentido seria o fato do setor da
indústria automobilística ser considerado “área de segurança nacional”,
controlado na ponta dos dedos pelos militares. Os acordos comerciais realizados
na época estavam muito centrados no relacionamento com Estados Unidos e
Alemanha. O nome Renault tinha sido fortemente arranhado no Brasil uns anos
antes e mesmo que a base do primeiro Corcel tenha sido o Renault 12, o que
ninguém sabia, não fazia sentido a entrada de outra marca no mercado,
principalmente francesa. Não era desejável.
Seria fantástico saber que minha versão
não bate. A verdade vai aparecendo aos poucos. Nunca ouvi qualquer versão desta
história que fosse diferente da que conto acima. Gostaria de saber mais de sua
história e fontes
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Arturo,
bom o intercâmbio de informações.
Quanto a mais detalhes sobre o ventilado, infelizmente eu não tenho como lhe
dizer. Apenas lembro-me de ter lido sobre isso há muitos anos atrás e não
guardei a fonte. Apenas ficou memorizado devido ao fato de eu ser da cidade de
Montes Claros, bem como ser notícia que envolve a Vênus Platinada que, como
sabemos?, é uma espécie de cancro para o Brasil e tudo que posso saber a
respeito - apesar de poder fazer pouco - eu faço questão. Quanto a utilização
da conversa para maior aprofundamento, está liberado.
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