SP Reclama
O Estado de São Paulo
Ontem por muito pouco não sofro um acidente grave enquanto pedalava. Peguei pedalando uma, não, duas seguidas malditas tampas de bueiro afundadas daquelas que estão por toda a cidade. Bel, num buraco destes partiu em dois a suspensão dianteira de seu carro. Não precisa de estatística para saber que muitos caem nestas tampas de bueiro afundadas, basta ficar parado próximo para ouvir o barulho das seguidas rodas batendo. De qualquer forma seria de utilidade pública se houvesse dados estatísticos sobre este tipo de ocorrência, o que aposto que não há. Reasfaltaram e deixaram a tampa afundada ou o concreto cedeu? Sou cidadão e não me interessa de quem é a responsabilidade, quero o problema definitivamente sanado. Concreto novo colapsando é coisa trivial, como é trivial que ninguém investigue o porque concretou na coisa pública, quebrou logo em seguida, é óbvio, nós que paguemos. É extremamente fácil provar que o concreto usado é inapropriado ou o serviço é mal feito. Só bueiros afundados? Quantas são as esquinas que foram repetidas vezes reconcretadas? Uma que mais uma vez está uma vergonha é a esquina da rua Augusta com Oscar Freire. Se eu começar a escrever os locais que me lembro de bate pronto onde o concreto rapidinho quebrou não paro mais. Não me interessa qual seja a razão, me interessa que se pare de gastar estupidamente dinheiro público numa obra mal feita, num problema que não se sana. Corredor de ônibus esburacado aos montes. Os remendos nas pontes..., consertos em calçadas guias rebaixadas, escadas... Concreta, cimenta, quebra, concreta, cimenta, quebra... Finalmente: quem vai ter interesse, ou coragem, para investigar porque o concreto usado em obras públicas quebra ou esfarela com tanta facilidade? Quem vai ter interesse em descobrir o número de ocorrências graves, acidentes e incidentes que foram causados por buracos e tampas de bueiro afundadas ou inexistentes que pipocam por toda cidade? Se até hoje não se investigou e trouxe a público a verdade sobre o escárnio dos roubos de fio de cobre, que é um setor muito menor e mais fechado, o que tudo indica é que falta interesse e ou coragem para descobrir o que vem acontecendo com esta indústria do cimento. Relatar a ocorrência não basta, urge ir atrás dos fatos. Óbvio que alguém está ganhando muito com isto. Saber quem deveria ser o objetivo, mas saber porque o silêncio talvez seja muito mais útil.
Não cheguei a cair da bicicleta no meio do trânsito por pura sorte, mas bati o saco no tubo superior, consegui frear a bicicleta antes de ir para o chão e a gentil senhora que estava atrás parou a tempo. Aliás, agradeço aos que viram a ocorrência e assustados pararam para perguntar como eu estava. Meu tenis foi para o lixo, eu que me vire para pagar, assim como acontece com todos nós, cidadãos. O prejuizo sempre é nosso.