Ana Elisa comprou uma bicicleta elétrica de boa marca, uma das que mais vende. Depois de um pouco mais de dois anos a bateria pifou. Conseguimos uma solução melhor, reformar a bateria com o Luiz, um dos caras sérios do mercado. Ele abre a bateria velha, tira todas as pilhas e troca por novas. Não são pilhas, eu sei, são baterias, mas parecem com pilhas, tem forma de pilha, e no final das contas funciona como uma pilha. Que seja. O que interessa é que a brincadeira custou R$ 2.000,00. Poderia ter custado menos, mas seria com baterias de vida curta, ou a longo prazo um custo maior.
A forma como Ana Elisa pedala gasta um pouco mais energia que um ciclista comum, mas não deve fugir muito a regra. Vou fazer um cálculo básico mequetrefe sobre o custo do uso de uma bicicleta elétrica. Foram 2 anos por R$ 2.000,00, ou seja R$ 1.000,00 por ano, ou ainda, R$ 83,00 por mês / custo bateria. Não conto as recargas porque ela recarregou em tudo quanto é canto, em casa, no trabalho, na casa de amigos... Vamos calcular muito por baixo que o custo mensal total bateria mais energia tenha sido R$ 100,00, o que acho pouco, mas vamos lá.
A bicicleta mesmo sendo um modelo quase básico, motor na roda traseira, bateria sob o bagageiro, custa zero mais ou menos o que custa uma Honda Biz zero. Comparando a quilometragem que ela rodou com o que gastaria na Biz dá quase a mesma coisa, dependendo de uma série de fatores uma hora melhor para um lado outra para o outro. Não sei como seria o cálculo custo energia com uma bicicleta elétrica cara, das grandes marcas, talvez vantajoso para a elétrica, mas aí entra um fator que assusta: cano na cabeça, assalto, bang-bang. Definitivamente não é minha opção.
Tem o discurso ambiental. A Honda Biz polui o ar e outros mais, o que já sabemos de cor e salteado. Agora, o que acontece com as baterias que foram trocadas ninguém sabe ao certo, mesmo Luiz, um cara para lá de sério, afirmar que tem uma empresa que recicla as que ele troca. Deixo a pergunta: qual é o custo ambiental de reciclar? Baterias são violentamente poluidoras e pelo que sei sem uma solução definitiva para o problema.
Uma coisa tenho certeza: a bicicleta elétrica básica é muito mais frágil que uma scooter, o que implica em custo de manutenção. Aposto que aí uma scooter básica sai ao longo do tempo muito mais barata que uma bicicleta elétrica básica de boa qualidade.
Como disse, o que escrevi aqui tem é baseado em cálculos bestas e uma dose de impressão. O fato indubitável é que Ana Elisa está se mexendo para trocar a bicicleta elétrica por uma scooter. Fato também é que a cada dia é mais comum ver ex bicicletas elétricas circulando por aí. A bateria ou o motor tão pau e a bicicleta acaba rodando do jeito que está.
Fica a pergunta: quanto as elétricas estão estimulando a venda de motos?
Nenhum comentário:
Postar um comentário