É óbvio que eu gostaria de ter uma bicicleta muito mais leve, destas peso pena, mas não dá tanto pelo preço absurdo como pelo perigo de ser assaltado. Então fico com a minha e estou feliz, de verdade. Preso mais minha liberdade que uns quilos a menos.
Fazia muito que não sentia tanta coceira quanto estou tendo para ver e experimentar uma bicicleta com caixa de câmbio no movimento central. Tudo que tenho lido a respeito fala maravilhas e aponta para que a novidade seja uma mudança de paradigma. Aí não sei se faria uma loucura.
Com a caixa de câmbio no movimento central acaba a possibilidade de as trocas de marchas ficarem imprecisas, do câmbio entortar ou mesmo quebrar, da corrente emporcalhar, de pular marcha, do desgaste de engrenagem... Acabam todas ocorrências triviais e desagradáveis que os câmbios tradicionais podem ter. Mesmo que você mergulhe a caixa de câmbio num mar de lama ela vai continuar funcionando perfeitamente. Manutenção? Praticamente zero. Facilidade de troca de marchas? Total, pedalando, não pedalando, pedalando para trás, fazendo esforço... como queira, nunca falha, trocas absolutamente precisas sempre. Relação de marchas? A mesma dos melhores câmbios com redução para subir poste, se quiser. Se for com correia dentada nem lubrificação é necessária. Com o detalhe que a roda traseira não precisa de raiação com guarda-chuva, em outras palavras, muito mais rígida e resistente.
Mais, abaixa o centro de gravidade da bicicleta, que com isto fica mais estável. Tira peso da roda traseira o que melhora aceleração e frenagem. Faz muita diferença para o bom funcionamento da suspensão traseira.
Contras: ainda é um pouco mais pesado que o conjunto do câmbio tradicional, mas pelo que tenho visto é mais pesado que os modelos top de câmbio traseiro, não sei como será a comparação com os modelos mais simples e baratos.
Estas caixas de câmbio ainda não estão completamente desenvolvidas, há vários projetos diferentes, com princípios diferentes de funcionamento, mesmo assim todos são elogiados. Há um projeto onde a coroa não está fixada ao eixo do pedivela que vem sendo muito elogiado porque simplifica muito todo sistema, alivia um pouco o peso e tem cheiro de bom caminho para o futuro.
E eu estou babando!
Que novidade!
Não, não é novidade. Há registro de caixas de câmbio patenteadas antes de 1900. Inventadas para bicicletas, passaram para os automóveis e motos e agora voltam para as bicicletas. A bem da verdade os cubos traseiros com marchas tão comuns em bicicletas urbanas europeias usam exatamente o mesmo princípio. O Sach Huret Torpedo 3 Speed foi o primeiro sistema de marchas a ganhar um Tour de France isto em 1907 (propaganda abaixo). Enfim, o conceito básico é exatamente o mesmo de uma caixa de câmbio.
Este é o futuro até porque faz todo sentido numa bicicleta elétrica. Com correia dentada então...
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