quarta-feira, 9 de setembro de 2020

Cabo de câmbio partido - cuidados ao trocar

Ontem o câmbio traseiro começou a funcionar estranho. Parei a bicicleta e olhei para ver se quando estacionei algo bateu no câmbio e entortou ou o próprio câmbio ou a gancheira, mas estava tudo em ordem. Hoje tirei com muito cuidado a tampa do passador de marchas para não perder os pequeninos parafusos e dei com um cabo já todo desfiado, pronto para partir. 
Não há grandes segredos em trocar um cabo de câmbio, mas eu tive uma experiência bem negativa que vale a pena contar.

Tenho uma bicicleta com os velhos e perfeitos STX e um dia deu o mesmo problema, cabo partido. Na hora de trocar fiz uma besteira e cortei o cabo partido muito rente ao passador. Não vi, mas isto fez com fiapos do cabo partido tenham ficado dentro do mecanismo do passador de marchas, que depois de uns dias passou a funcionar completamente errático. Uma hora passava as marchas com perfeição, sem mais nem menos ou não subia ou não descia com precisão as marchas, voltava a funcionar bem, parava de funcionar, foi uma loucura. Revisei todo sistema do câmbio, limpei, desmontei, troquei cabo, conduite, roldanas, olhei, procurei, enlouqueci... e as trocas de marchas continuavam erráticas. Até o momento que abri a tampa do passador e com uma lupa achei dois fiapos de cabo no meio da graxa do passador. Saí para pedalar e tudo bem. Passados uns dias voltou o problema. Lupa em mãos de novo e com um arame fininho fui cutucando até que pesquei o último fiapo de cabo que estava grudado embaixo das engrenagens. Ai sim tudo voltou a funcionar com perfeição. 

Moral da história: nunca corte o cabo partido rente ao passador. Sempre deixe fiapos longos de cabo e puxe-os com um alicate de bico fino. E antes de colocar o cabo novo certifique-se que não sobrou nenhum fiapo. 


Fica aqui duas outras recomendações:
  1. Não economize com os cabos. A diferença de precisão e durabilidade entre um cabo de primeira e um genérico é muito grande; e a diferença de custo não doe no bolso. Um bom cabo dura anos, um baratinho dura meses. Se fizer o cálculo vai descobrir que o bom custa menos.
  2. Tem muita gente tirando a poeira de bicicletas do início dos anos 90. A qualidade do material destas bicicletas é insuperável, principalmente se o sistema de marchas for todo Shimano. Mesmo que os cabos estejam enferrujados não troque. Limpe com uma esponja embebida em óleo, seca com um pano e coloca de volta. Os cabos daquela época duravam fácil 10 anos de uso intenso. Aliás, aquelas bicicletas foram fabricadas para durar décadas. Evite trocar o que quer que seja. Os passadores pararam de funcionar? Toca WD40 dentro e vai usando que normalmente eles voltam a funcionar. E não troca o cabo.

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