segunda-feira, 7 de outubro de 2019

Pastilhas Shimano Tourney acabaram com menos de 300 km


Por diversas razões, algumas técnicas outras de pilotagem, optei por trocar meu freio a disco hidráulico por mecânico na minha 29 zero km. Fiz pesquisa, conversei com quem entendia, li a respeito, e troquei. Coloquei o Shimano Tourney depois de ter lido o site da própria Shimano e alguns comentários. Estava consciente dos prós e contras. Eu mesmo instalei milimetricamente segundo o manual. Rodei uns dias na cidade e funcionou como eu queria. Uns dias depois fui para o Caminho da Fé e com uns 250 km rodados fiquei praticamente sem freio. Por sorte encontrei uma ótima bicicletaria em Estiva, logo depois da entrada na cidade, e o mecânico deu um tapa num par de pastilhas e trocou o outro, e deu para seguir em frente até Consolação, de onde tive que voltar para São Paulo por causa de trabalho. Voltei a rodar pela cidade, mas os freios já não eram mais os mesmos. Cristalizados me disseram. Quando todos que voltei a conversar souberam que eram pastilhas a base de resina torceram o nariz, que deveriam ter base ferrosa, que não funcionariam bem com freios a cabo. “Não quero que trave, quero modulação, mesmo que com menos poder de frenagem” respondi. Riram, disseram que eu sou maluco, que tem que ser hidráulico e ponto. “Hidráulico tem mais poder de frenagem por isto gasta menos pastilha”; “O disco do Tourney é diferente do XT (freio hidráulico original da bicicleta) e por isto gasta mais”, e por aí foram as explicações, as mais variadas, plausíveis, mas com pequenos buracos de lógica.
Sempre aprendi muito cometendo o que para outros eram erros, maluquices, insistindo em algumas, deixando de lado o que não fez sentido, procurando saber onde está a solução dos problemas. Bater cabeça dá dor de cabeça, mas também ensina muito. Acreditei no que me disseram, assim como acreditei no que está no site da Shimano:

O TOURNEY TX é um conjunto de componentes básicos para bikes esportivas de entrada e ciclistas iniciantes.
Pedale com liberdade na sua bike, sinta-se livre, distante de sua vida diária e desfrute de um desempenho estável e sem problemas por muito tempo.

Os dois lados estão falando coisas que fazem sentido, então onde a equação não fecha?
Eu não preciso de bicicleta e componentes profissionais para pedalar descentemente; preciso pedalar descentemente e o faço respeitando o equipamento disponível. Não é o equipamento que me faz ciclista. Se a Shimano diz que Tourney é para bikes esportivas de entrada e ciclista iniciante, sem problemas por muito tempo, para mim basta.
Continuei achando que tinha feito algo errado, revi tudo que tinha lido, conversei de novo com mecânicos experientes para ir mais fundo, olhei filmes no Youtube, troquei e refinei o alinhamento das pastilhas, rodei muito subindo e descendo ruas de São Paulo e tudo parecia resolvido. Praticamente encostei a 29 até que fui fazer outra viagem na terra e novamente depois de 180 km e muito sobe e desce (3.500 m de desnível acumulado) simplesmente fiquei sem freio, zero, zero mesmo, zero total, absoluto, coisa que nem em prova final disputando campeonato com muita chuva e barro nas sapatas de V-brake me aconteceu. Tive que terminar o passeio empurrando todas as descidas. Ridículo.
Entrei em contato com a Shimano e Infelizmente não consegui uma resposta oficial; mas todos mecânicos, dos que sabem o que falam, a maioria com curso técnico na própria Shimano, afirmam que as pastilhas do freio a disco dos Shimano Tourney acabam em aproximadamente 300 km, quando muito, tanto por serem a base de resina como por obsolescência programada. Como assim?
Todos erram, até os melhores fabricantes. Se não reclamar eles não vão saber do problema.
Troquei os freios? Não. Para mim o aprendizado ainda não acabou, é o que me fez chegar onde cheguei. Mudei um princípio de ajuste. Vamos ver no que dá. Depois conto.

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