Uma das razões
para o ressurgimento da bicicleta e o surgimento do mountain bike na década de
80, foi a criação de um sistema de troca de marchas de alta precisão e
confiabilidade, o SIS da Shimano em 1984. Com este sistema mesmo os ciclistas
menos habilitados conseguem usar o câmbio traseiro sem medo. Quem chegou a
pedalar uma boa bicicleta com um sistema de câmbio Shimano GS (fim dos anos 80)
sabe do imenso prazer do engate sequencial, preciso, silencioso e seguro.
Antes, só com muita prática e atenção era possível trocar as marchas na
sequência correta e manter a boa cadência do pedalar. Para quem vivenciou a
época sabe o tamanho do salto de qualidade.
Fiz uma trilha
outro dia com duas bicicletas, uma mountain bike aro 26 de 21 marchas que
estava com problema no sistema de câmbio e não trocava precisamente as marchas,
e outra com rodas 29 e um câmbio topo de linha de 20 marchas, 2 coroas na
frente e 10 atrás, que funcionava precisamente. A diferença entre as duas
obviamente é imensa, não só no esforço, mas no prazer e principalmente na
segurança oferecida pela troca de marchas precisa. Um câmbio que não funciona
bem é perigoso em qualquer ocasião, seja numa trilha, na cidade, ou na estrada.
A quantidade de
pessoas que sofrem acidentes por causa de falha no sistema de marchas é muito
grande. A transmissão da energia do ciclista para o chão tem que ser a melhor
possível sempre, com ou sem marchas. Qualquer falha influencia diretamente no
equilíbrio. Especialistas calculam que pelo menos 35% dos acidentes fatais com
ciclistas são causados por falha mecânica da bicicleta, e que falha no sistema
de transmissão é uma das principais causas. Morre muita gente porque a corrente
escapou ou por que estava em marcha errada. Falta de manutenção adequada, componentes
gastos, e até mesmo comprar gato por lebre. Explico.
É um sistema de
câmbio, portanto é um conjunto de peças e componentes que trabalham integradas
dentro de um quadro de bicicleta com padrões específicos para fazer com que
sistema realize a troca de marchas corretamente. Infelizmente a maioria pensa
que basta o câmbio traseiro ser de boa qualidade para funcionar bem. O mercado
está lotado de bicicletas lindas e com o câmbio traseiro de boa marca, mas de
péssima qualidade. Como escapar da arapuca? Simples: faça um pequeno teste
antes de decidir. E depois? Também simples: ao primeiro sinal de mal
funcionamento da troca de marcha mande a bicicleta para a manutenção. Se o
sistema for de boa qualidade provavelmente uma boa limpeza resolverá tudo. E
uma dica muito importante: troque a corrente antes do fim da vida útil dela.
Assim você preserva as coroas, que é o mais caro.
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