domingo, 25 de maio de 2025

Emenda da câmara de ar vazando

Pneu furado. Para o passeio. Entro no boteco, peço um suco, desmonto o pneu, pego a câmara, bombeio até ficar cheia. Passo a mão pela câmera e não consigo sentir onde está o furo, mas está vazando bem devagarinho. Encho mais ainda, encosto a câmara na bochecha, que é muito sensível, vou passando e finalmente encontro o microfuro. Na emenda. Estico a câmara com as mãos e o buraco aumenta um pouco. Paro ou não vai dar para remendar. Remendo feito seguimos em frente sem problema.

Furo em emenda da câmara acontece. Ruptura também, não é comum, mas acontece, principalmente em câmaras velhas, como era o caso. Devia ter uns pelo menos uns 20 anos. De marca européia, portanto boa. Quanto durou e ainda vai durar depende de uma série fatores. Não importa, tempo de vida é tempo de vida, tudo termina.

Por sorte, naquele domingo quente, e naquele bairro distante, tivemos a sorte de passar por dois senhores já bem altos, música alta e cerveja na mão. Olhei e vi que era uma bicicletaria bem pobrinha cheia de câmaras remendadas penduradas. Por muita sorte saímos com uma câmara nova, que foi instalada na primeira parada mais longa do passeio. Aí a dona da bicicleta me contou que já tinha trocado a câmara da roda da frente. Deveria ter trocado as duas. E guardado as velhas para estepe, para conseguir voltar para casa.

Quantos anos têm suas câmaras? Em que estado elas estão? Quando foi a última vez que as revisou? Só quando furam? Não vale a pena. Com um pouco de paciência você sairá de casa muito mais tranquilo. Revise.


A saber, todas câmaras de ar têm emendas na diagonal para juntar as duas pontas. Se não tiver é porque o tubo foi extrudado. Várias têm emenda longitudinal, ou seja, são fabricadas a partir de uma tira de borracha, látex ou outro material. Primeiro são juntados, normalmente fundidos, os dois lados para formar um tubo, depois cortada na medida desejada e finalmente juntadas as duas pontas. O bico? Não sei ao certo, mas imagino que seja colocado ainda quando é uma tira.

segunda-feira, 12 de maio de 2025

Onde você coloca seu olhar?

Subiu na bicicleta e colocou seu olhar para baixo, no chão. Esquece, não vai se equilibrar ou pedalar com facilidade. Este é um erro clássico entre os aprendizes de ciclista, mas não só deles. Entre os que pedalam mais sério no mountain bike, colocou o olhar numa árvore, "chupa!" (como minha geração dizia), líquido e certo você vai bater na árvore.
Sim, há uma forma correta de olhar, principalmente quando se trata da segurança no trânsito ou mesmo do simples pedalar.

Tive bem poucos acidentes pedalando e praticamente todos foram causados por mulheres bonitas. Não, não foram elas que causaram os acidentes, mas porque fiquei olhando e acabei batendo num poste, numa árvore, caindo num buraco ou acertando a lateral de um carro, dentre outras situações tensas que já passei. 

Outro dia estava pedalando no meio do trânsito e tirei por um segundo o olhar de onde devia estar, do carro da frente. Felizmente tive tempo para desviar da traseira que cresceu rápida. Correu um gelado pelo corpo, uma fração de segundo a mais e cabummmm.

Um dos problemas com quem se distrai prendendo o olhar num ponto fixo, e isto inclui celular, é que quando o olhar volta para o que realmente interessa, o cérebro demora para ler e entender a situação que está a frente. O número de acidentes que tem por causa isto é muito alto. No caso do uso do celular há alguns agravantes, o mais complexo é tempo de retorno à realidade depois que o olho sai do celular. Segundo pesquisas científicas, o retorno completo à realidade só se dá uns 23 segundos após o olho deixar a telinha. 
No meu caso, o vício de olhar para mulheres interessantes, depois que tirei o olho delas e voltei o olhar para a rua, o pensamento ainda fica na beleza delas por um pequeno tempo, ou seja, estou olhando para frente e não estou vendo ou entendendo o que está a frente. 

Num cálculo simples: a cada 1 segundo desatento um ciclista de rua, destes bem calmos, que pedalam a uma média de 15 km/h, a bicicleta roda 5 metros. Parece pouco, mas definitivamente não é. E não estou falando sobre a perda de direção que pode ocorrer nesta desatenção. Pelo que li, a 15 km/h uma bicicleta demora entre 10 e 15 metros para parar. Ou seja, 1 segundo de distração = 5 metros corridos, mais 10 metros para parar = 15 metros para evitar um acidente, e neste cálculo não está o fator tempo de reação, que são mais uns tantos metros.

Esportistas profissionais conseguem manter a atenção completa por um bom tempo, mas não todo tempo. Entre os mortais, eu afirmo, ninguém consegue ser perfeito o tempo todo, muito pelo contrário. Nós voamos no piloto automático com um inconsciene ligado no olho sempre pronto para reagir. Se não estiver olhando, nem o piloto automático vai funcionar.

A forma correta é olhar para onde é necessário de preferência usando a visão periférica. Trânsito, ir, pedalar, ou qualquer condução de veículo, não é exatamente uma linha reta, mas um processo dinâmico porque tudo em volta está se movimentando.

O correto mesmo é tentar relaxar quando se está no meio do trânsito. Esta é uma verdade provada e comprovada pela ciência, divulgada em relatórios e em artigos científicos publicados nas mais respeitadas revistas especializadas do planeta. Relaxado o cérebro vai automaticamente escolher o que é importante ou não para a segurança. Relaxado se enxerga muito melhor.

Não é só no meio do trânsito, mas ficar relaxado faz muita diferença em tudo. Fechou a cabeça num único pensamento sempre é problema. Há uma diferença enorme entre ficar ou estar concentrado e ficar ou estar bitolado, ou seja, com foco fixo.

Abrir o olhar demanda um certo treino, sempre demandou. A proxima vez que for para as ruas deixe seu olhar leve, quando possível treine sua visão periférica. Sua vida ficará muito mais agradável e segura.




Um dos  

segunda-feira, 5 de maio de 2025

Bondes, VLTs ou ônibus elétricos? Bicicletas?

Transporte de massa ou transporte ativo individual, leia-se bicicletas, patinetes e afins? O correto, o eficiente, é tudo junto, cada um com suas qualidades e em seu lugar, incluindo automóveis. Não é uma equação fácil de ser resolvida, mas o resultado tem que ser "qualidade de vida para todos e para o meio ambiente da cidade". Aí não dá para descartar nada. 

No fim das contas é sobre o uso de espaços de uso público, o que é o caso das vielas, ruas, avenidas, vias expressas, por onde a vida passa. Via expressa? Sim, uma linha de trem no fim das contas é uma via expressa. E por razões de contexto histórico e econômicas, as vias expressas para automóveis, o que inclui caminhões e ônibus, tem que existir, talvez, melhor, com certeza, não como são hoje.

Sobre que escala estou falando? Numa cidade como São Paulo a escala é uma loucura, quilométrica, dezenas de quilômetros, distâncias enormes, deslocamentos massivos... Pensar só em bicicletas ou patinetes é não olhar para a realidade. Transporte ativo é para distâncias curtas, quando muito médias. Eu sei, daqui até meu médico são 20 km e vou pedalando, o que acaba sendo mais rápido inclusive do que em automóvel, dependendo da hora e dia. Mas, ir tão longe, não é esta a função da bicicleta no contexto de uma cidade, ou pelo menos não deveria ser. Minha média de velocidade pedalando é de 15 km/h. Um automóvel deveria ter uma média de velocidade maior, mas, de novo, dependendo do dia e horário não tem, e aí está o erro, ou os erros, muitos erros.
 
Para distâncias maiores deveria entrar o metro ou bonde. Metro é mais rápido, com paradas bem mais espaçadas. Bonde atende as localidades com suas paradas mais curtas, mais ou menos as de um ônibus. A diferença é que está mais que provado que ônibus, mesmo os elétricos, criam problemas ambientais urbanos, o que não é o caso dos bondes ou VLTs. 

O transporte de massa mais barato e rápido de se implantar é o ônibus, mas por onde passa degrada, está aí para quem quiser ver. E seus custos de operação, diretos e indiretos, são altos. Ou seja, o barato sai caro, e como.

Metro é caro e demorado, mas sua eficiência é mais que comprovada, em praticamente todos sentidos.
É necessário diferenciar o custo inicial do operacional e suas consequências na vida dos cidadãos. Metro é um ótimo negócio, mesmo que aqui no Brasil demore e custe normalmente bem mais que o previsto e desejado.


Bonde, ou VLT, é um sistema bem menos caro que o metro, com certeza, mas bem muito caro e complexo que implantar ônibus. É transporte limpo, carrega menos passageiros que o metro, bem mais que ônibus, e é 
ambientalmente correto em vários sentidos. O grande problema é o tempo e os transtornos durante sua implantação. Depois só vantagens. 

Bonde, minha paixão, virou VLT, ou veículo leve sobre trilhos, e que são muito maiores que os velhos bondes, usam uma linha fixa, trilhos, para se movimentar. Ônibus consegue desviar. Por que os bondes desapareceram em São Paulo? Fácil, por uma ironia do destino caminhões e ônibus sempre quebravam em cima dos trilhos. Uai? Como assim? Mas por que? A cidade tinha bonde para tudo quanto era canto, e como num passe de mágica, ou de "quebra tudo exatamente sobre os trilhos", a cidade passou a ter ônibus para tudo quanto é canto. Aviso, o fenômeno não aconteceu só nestas paragens, mas em outras partes também. Maldita indústria automobilística? Eu afirmo: maldita mediocridade de toda sociedade. 

Vá a Milão, Itália, e circule nos mesmos modelos de bondes que tínhamos aqui na década de 60. Funcionam maravilhosamente bem. Pergunte se por que não foram desativados lá.

"Que inveja de Amsterdam! Bicicleta para tudo quanto é lado, uma delícia pedalar!" É mesmo? Quem fala fala como turista e não se lembra da escala urbana. Amsterdam é pequena se comparada a boa parte de nossas capitais e cidades mais importantes. Sim, o índice de uso da bicicleta é bem alto, mas a cidade não funciona por causa da bicicleta. Funciona porque tudo funciona, a bicicleta, os bondes, a qualidade para caminhar, o controle de fluxo, o projeto urbano... Tudo está e é racionalizado, bem pensado, funcionando com deve, não como alguns acham que deve. 

Qual a solução para nossas loucuras? A primeira é ter um planejamento honesto e de qualidade para curto, médio e longo prazo que levasse em consideração as necessidades específicas de cada local somada a do geral, aproveitando o potencial de cada uma das mobilidades e modos de transporte. Mudar tudo de governo administração para administração definitivamente não funciona. Apostar pesado num modo de transporte em detrimento dos outros também não. Atender a vontades e desejos específicos e particulares muito menos.
E, principalmente, que o povo aprenda que reclamar pouco adianta. Tem que saber o que está falando, trocar ideias e fazer força para que aconteça. 

Semáforos inteligentes só é novidade aqui


A primeira vez que fui para Buenos Aires foi em 1966 e as avenidas já estavam com semáforos sequenciais fazia décadas. Aqui é motivo de materia como se fosse novidade.

Em qualquer cidade civilizada o sistema semáforico é de fato inteligente, ou seja, lê não só o fluxo da avenida em si, mas de todo entorno e de todos fluxos. A diferença de qualidade para a cidade em relação a um sistema sequencial é imensa.

De novo e sempre: não muda porque não nos interessamos. Quem quer vai atrás.