A 9 de Julho é a mais tradicional prova de ciclismo de São Paulo, talvez do Brasil. Tive que procurar para saber se vai acontecer este ano, o que por si já é um absurdo. Absurdo? Não num país que tem umas 40 milhões de bicicletas rodando e que não consegue ter ciclistas nas grandes provas internacionais de ciclismo, Tour de France, Giro d'Italia, Vuelta de Espanha... Não é nenhum absurdo num pais com histórico de desrespeito ao passado de vários esportes vencedores, incluindo o futebol. Absurdo? Não aqui. Estar no meio do mundo da bicicleta e não ter notícias se a 9 de Julho vai ou não acontecer diz tudo.
A 9 de julho 2024 vai acontecer... no dia 8 de Julho e fora de São Paulo, a cidade. A prova está aberta só para ciclistas federados, sem as categorias amadoras, na Ligação Anchieta - Imigrantes. Bom, pelo menos vai acontecer? Desculpe, mas é justamente esta forma de pensar que destroi o esporte. Para dizer a verdade, fazer da forma que dá é uma das razões que faz o Brasil nunca ser o país do futuro que sonhamos.
Outro lado triste é que ciclistas não são unidos. O pessoal que luta pelas melhorias para os usuários da bicicleta urbana acham que ciclismo esportivo é uma outra tribo e vice-versa. Não só a comunicação entre eles é precária, não raro é hostil. Um tanto daquela história estúpida "nós e eles".
A Prova 9 de Julho acontecer como evento sagrado é de interesse de todo e qualquer ciclista ou cidadão. Aí é que tem que entrar o corporativismo para valer, o bom corporativismo, não esta burrice setorisada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário