Meu Swatch caiu no chão e
soltou o ponteiro de segundos. Coisa raríssima em qualquer relógio e
principalmente nos relógios desta marca, feita ´para o dia a dia de muitos desaforos.
Fui a uma loja da Swatch, falei sobre o problema e eles disseram que como o
relógio era praticamente novo, portanto na garantia, e que seria trocado por um
novo bastando apresentar a nota fiscal. É óbvio que joguei fora a nota fiscal e
garantia exatamente deste Swatch. A dos outros, mesmo com garantia vencida,
estavam em casa. Voltei à loja, avisei que tinha perdido a garantia, mesmo
assim pedi que o relógio com defeito fosse enviado para a fábrica. A atendente
recebeu o relógio e anotou na nota de serviço “em garantia, porém perdida”.
Avisei que estava consciente que sem a nota de compra não tinha qualquer direito.
Estava querendo que o controle de qualidade da Swatch entendesse as razões do
defeito. Menos defeito, menos descarte, menos danos ambientais...
Passado um tempo recebi uma
mensagem pelo Whatsapp pedindo que fosse à loja para receber um relógio novo.
Qual a moral desta história: Qualidade.
Ponto! Precisa mais?
Swatch: produzem relógios
divertidos, simples, funcionais, quase individualizados e que funcionam por
muitos anos, décadas, perfeitamente, e tem um preço honesto.
No meu caso, provavelmente
como em casos semelhantes, a Swatch fez o que o bom senso recomenda: assumiu o
problema e agradou o cliente. É assim que deveria ser com tudo. Só através da
qualidade, e o que aconteceu foi um ótimo exemplo de qualidade, é que vamos
fazer tudo melhor, viver melhor. Qualidade, ponto!
Infelizmente esta não é a regra.
Bom exemplo oposto a esta situação que passei com o Swatch vem, no geral, do
mercado de bicicletas no Brasil. Quantas bicicletas são vendidas? Quantas dão
defeito? Quantas apresentam defeitos ridículos? Quem assume os defeitos,
principalmente nas bicicletas mais baratas? Normalmente o comprador.
Deprimente. O mercado comprador aceita má qualidade, simples e deprimente.
Ninguém duvida que bicicleta é
um veículo, portanto não pode apresentar qualquer defeito ou problemas de
funcionalidade. Tem que funcionar perfeitamente por uma simples razão:
segurança do ciclista. Ninguém parece preocupado.
Infelizmente é dificílimo,
quando possível, o diálogo com os fabricantes de bicicletas no Brasil. Não
culpo só eles. A maioria dos compradores e usuários das bicicletas se recusa a
pensar com qualidade. Fazendo isto sacaneiam com a bicicleta, com os ciclistas,
com a cidade, com o planeta..., sacaneiam os próprios sonhos e desejos.
Repito o que falei e escrevi
milhão de vezes: uma bicicleta com um mínimo de qualidade tem que durar no
mínimo uma década de uso intenso. É lógico que se tem que fazer manutenção,
trocar corrente, sapata de freio, pneus, lubrificar, coisas básicas, mas defeito,
mal funcionamento, isto não pode acontecer, e não acontece numa bicicleta que
tenha qualidade. E numa bicicleta honesta, de qualidade, não acontece, ponto!
A única saída que temos para
este planeta é o povo entender que ou temos qualidade em tudo ou temos qualidade
em tudo. Vale principalmente no Brasil, país sem menor pendor para a qualidade.
Qualquer outro caminho é suicídio coletivo. Não é difícil entender o porque, mas
se fosse necessário enumerar razões este artigo nunca acabaria. Acredito que até
os problemas políticos, ideológicos, religiosos, e outras esquizofrenias mais
que estão incendiando o planeta, praticamente desapareceriam com a aplicação de
qualidade. Qualidade, simples.
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