Primeiro passo foi encher os pneus, que apesar de
muito ressecados e cortados ficaram cheios. Pouca pressão, o suficiente para o
aro não bater no chão, esta é a regra numa condição destas.
Segundo passo era fazer rodar o sistema de
transmissão. Corrente completamente enferrujada e dura. “Vamos colocar óleo”,
disse o amigo. Nunca! Nesta condição não se coloca óleo. Com uma escovinha
tiramos o grosso da ferrugem. Depois, com água, soltamos a corrente. Deixa
secar.
“E a catraca, que está completamente travada?” Umas
batidinhas leves para frente e para trás, e para os lados, sempre trocando a
posição das batidas. Ainda travada. Deitei a bicicleta no chão, coloquei
bastante jornal debaixo do eixo traseiro, e ai encharquei de óleo por dentro da
catraca. Mais umas leves batidinhas e um pequeno movimento. Progresso! Coloquei
a bicicleta para rodar e a catraca soltou. A bicicleta funciona, muito precariamente,
mas funciona.
O movimento central estava bem duro, barulhento, um
som horrível. Tirei o canote de selim e joguei bastante óleo dentro do tubo de
selim. Há um buraco entre este tubo e tubo de movimento central que serve para
resfriar a solda dos dois. Não esqueça do jornal em baixo para não contaminar o
solo. Creck creck creck.... Paciência, sem ferramenta não dá para fazer melhor.
Aproveitei e coloquei óleo na corrente. Girei bem
os pedais e limpei o excedente enferrujado. Agora a corrente está praticamente
solta.
Se já tínhamos uma bicicleta boa trazida de casa,
agora temos uma e meia. Dá para passear devagar. Vamos lá. Creck Creck creck creck....
mas os barulhos foram diminuindo. Para quem gosta de mecânica dói no ouvido,
mas para quem sabe que não há outra solução o passeio está ótimo. O carro vai
ficar em casa. E assim a bicicleta foi melhorando.
A deformação do pneu traseiro, mesmo com pouca
pressão, era tão grande que tive que procurar uma bicicletaria para troca-lo.
Da forma que estava, sambando forte, provavelmente iria quebrar a traseira da
bicicleta.
Enfim, a bicicleta que iria para o lixo vai
continuar ali por mais um bom tempo. Ainda vai rodar muito. Só precisei de um
pouco de óleo fino (melhor seria óleo SAE 40 automotivo), uma chave inglesa (não
tinha martelo), um pouco de paciência, e um pneu traseiro novo. E vamos lá
pedalar ao som do mar.
Você tem amor por bikes mesmo. Outra pessoa teria jogado fora. Leio seus posts pois quero voltar a andar de bicicleta. Já emagreci 31 kg praticando natação e preciso perder mais para voltar a ter o prazer de pedalar. Parabéns pelo post.
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