- 11-13-15-18-21-24-28
- 11-13-15-17-19-21-24-27-31-35-40
Estas duas sequências de números são duas relações de marchas, a boa e velha de 7 marchas e a uma atual de 11 marchas.
Na de 7 marchas o número de dentes sobe de 2 em 2 dentes nas duas primeiras marchas (11-13), de 3 em 3 nas três seguintes (15-18-21), e termina com um salto de 4 dentes para a última marcha (21-28).
Na de 11 marchas as cinco primeiras marchas sobem 2 dentes (11-13-15-17-19-21), as duas seguintes 3 dentes (21-24-27), mais duas subindo 4 dentes (27-31-35) e finalmente a última 5 dentes (35-40).
Isto é o escalonamento das marchas, que varia conforme o uso e a finalidade. Quanto menor a diferença de dentes entre as marchas mais suave é o escalonamento. Bicicletas speed profissionais para estradas praticamente planas normalmente costumam ter uma diferença de 1 ou no máximo 2 dentes entre as marchas. Mountain bikes profissionais chegam a ter uma grande diferença de dentes entre as últimas marchas, no caso as mais leves. Há uma relação específica para cada terreno, piso e topografia, e ciclista.
Se você já dirigiu um carro sabe que se passar duas ou três marchas de uma vez só o motor "morre", fica sem força, ou sobe o giro até estourar. O escalonamento de marchas é que faz o motor trabalhar no giro ideal para melhor rendimento. O mesmo para a relação de marchas de uma bicicleta e suas pernas, seu coração e pulmões.
Manter a cadência numa estreita faixa de giros de pedal é o ideal por diversas razões, uma delas é pela inércia que o peso da perna tem quando está girando os pedais. É como a brincadeira de girar pedra amarrada no barbante que quando se chega a uma determinada velocidade de giro fica fácil de manter a pedra voando. Por isto se vê ciclistas profissionais girando alto os pedais no plano ou em subidas leves. Há um giro ideal para todos ciclistas, até os iniciantes, que não deve ficar abaixo dos 60 giros por minuto.
No caso do mountain bike subidas pesadas, terreno irregular, solto ou fofo exigem força, que acaba sendo mais importante que a cadência, daí a diferença entre o número de dentes de uma marcha para a outra ser maior. O ideal mesmo seria que o escalonamento, a diferença do número de dentes entre as marchas, fosse menor, mas não é impossível por razões técnicas, uma delas fácil de explicar.
Imagine o escalonamento feito de duas em duas marchas uma relação de 11 marchas com 11 / 40; teria que ter 14 marchas. Simples: 40 dentes - 11 dentes = 29 dentes; 29 dividido por 2 = 14.5, ou seja, o câmbio teria que ter 14 marchas; três a mais que as 11 atuais. Não dá espaço no quadro, dentre outros problemas. Já existe câmbio de 12 marchas, que creio que seja o limite. Duvido que continue surgindo câmbios com 13, 14 ou mais marchas, até porque a brincadeira fica cada dia mais cara, outro problema. Uma corrente para 11 marchas de boa qualidade custa quase R$ 200,00, muito mais cara que uma de 7 e 8 marchas, além de durar muito menos.
Faz uma diferença enorme ter a relação de marchas correta para a situação que se vai pedalar, tanto no escalonamento quanto na multiplicação / desmultiplicação. Quem vai tomando gosto e aprendendo como usar as marchas a brincadeira começa a ser cada vez mais detalhista. O mínimo é ter uma boa relação para mountain bike e outra para rua ou estrada.
Quanto mais suave for o escalonamento mais fácil manter a cadência e a musculatura trabalhando o mais suave e equilibrada possível, o que melhora muito o rendimento. O ideal é pedalar numa estreita faixa de giro, por exemplo, entre 80 e 90, o que se consegue quando de uma marcha para outra há uma pequena diferença do número de dentes.
Em pedalar melhor do site Escola de Bicicleta você encontra dicas sobre o uso do câmbio e manter a cadência.
Nenhum comentário:
Postar um comentário