O sonho de todos normais é viver as emoções dos bons, mitos, heróis, dos profissionais, daqueles que fazem coisas que parecem impossíveis. Foi assim desde os tempos imemoráveis; sonhos e desejos transmitidos via oral num passado longínquo, depois por escrita, rádio, TV e hoje através de mídias sociais. A humanidade chegou aqui porque sempre se aproveitou o famoso "nada se cria, tudo se copia", ou seja, aproveitou as referências. Precisamos de referências para viver, sobreviver, crescemos com elas, nos fortalecemos nelas. Não é diferente com os ciclistas normais ou amadores, aliás também com os profissionais e campeões.
A escolha da bicicleta,
acessórios, equipamentos de segurança e roupas normalmente vai ter como base referências
mais diversas: o que alguém viu, provou ou gostou, as modas. Não importa muito
que seja só para melhorar a aparência, satisfazer o ego, para o status, para
ser incluso num grupo social, ou para o que seja.
Foi e continua sendo assim com as mountain bikes, verdadeiras ou falsas, e
as 21 marchas, por muito tempo sonho de todo principiante. A maioria não fazia
e continua não fazendo ideia de como usar tantas marchas, usando só umas duas
ou três, pedalando sem cadência, mas com orgulho de ter 21 marchas. O mundo
gira e a bicicleta roda, nada para e o chamariz ficou cada dia mais sofisticado;
e assim vieram as 24 marchas, as 27 marchas, e as 30, mesmo com a maioria dos
ciclistas só usando duas ou três marchas. Quanto mais marchas ou quanto mais
atual o sistema mais legal, mesmo que o proprietário jamais vá pedalar onde
sejam necessárias tantas marchas. E os “entendidos” foram para as 20, depois as
11, 12, 13 marchas, mas ainda não colou no povão. Wireless! Ops! esqueceu de
trocar a bateria do wireless e ficou sem marchas?
Bom exemplo do que é o mercado
são os quadros de alumínio, que todos acham que foram introduzidos no mercado
porque são mais leves que os de aço e cromo-molibdênio. Normalmente não são, pelo
menos nas bicicletas mais básicas. Só são nas bicicletas top de linha.
Bicicletas mais baratas usam alumínio de liga mais barata, que é mais frágil,
portanto precisa mais material para ter a resistência necessária, o que em
outras palavras pode ser traduzido como peso. Por isto os tubos são grossos. Final
das contas, tão ou mais pesado que uma de cromo-molibdênio. Mas todo mundo
queria uma porque são mais vistosas. Para os fabricantes a entrada do alumínio
diminuiu os custos de produção e como os tubos tem que ser mais grossos a marca
da bicicleta fica muito mais visível que nos tubos de cromo-molibdênio. E para
os leigos parece com aquelas bicicletas dos campeões. Enfim, todo mundo feliz.
As mountain bikes vinham com
cantilever, sistema de freio que permite muitas regulagens, de uma frenagem
mais suave a uma mais rápida e firme, com a modulagem que o ciclista desejar.
Mas são chatos de regular, tomam muito tempo na oficina, poucos os mecânicos
sabem fazer bem o trabalho. Para o setor o Vbrake foi um achado; simples e
rápido no montar e ajustar, menos peças, qualquer um faz, bom para os lucros. Os profissionais começaram a usar o Vbrake
porque são ciclistas profissionais e são patrocinados pelos grandes fabricantes.
E todo mundo foi para o Vbrake, mesmo que a frenagem fosse tão violenta que boa
parte dos ciclistas iniciantes tenha voado por cima do guidão. E o mundo não
para, o progresso (?) também. Veio o freio a disco, que no início freava pouco
e agora freia bem, mas torra pastilhas que custam uma nota, bom negócio para os
fabricantes e bicicletarias. Mas quem se importa? Para o povão chique é ter um freio a disco como das
bicicletas top. E assim vamos.
Show bike da Specialized: lindo, mas... ; inviável |
E o mercado precisa encontrar
novos caminhos para estimular as vendas; vieram as fixas, as urbanas, as 29, as
estradeiras...
Qual é a sua referência?
Eu, em particular, prefiro
pedalar, não importa a bicicleta. Minha referência é o “pedalar” em si. Até
gostaria de ter uma top de linha, mas temo roubo e prefiro evitar assalto a mão
armada, o que infelizmente é comum, todos sabem. Mas minhas restrições às
bicicletas muito sofisticadas não param aí. Quem já teve a experiência de estar
com uma bicicleta sofisticada e ter que voltar para casa porque deu problema
numa peça besta, mas muito sofisticada, que só se encontra nas bicicletarias
especializadas, sabe a raiva que dá. Não passei por esta, mas já vi passarem e
não foi uma ou duas vezes.
Lembro da primeira vez que um
amigo apareceu com uma bicicleta com pneus sem câmaras, uma novidade então. A
bicicleta era maravilhosa, ele dizia que era mais difícil de furar o pneu, mas por
ironia do destino na hora que o passeio deveria sair o bendito pneu sem câmara,
sonho de boa parte dos que estavam lá, furou, murchou. E foi um baile conseguir
conserta-lo.
O que você quer?
Defina o que você pretende
fazer com a bicicleta. Há um modelo para cada uso. Não vale a pena comprar uma 29
baratinha com 21 marchas para fazer trilha, tanto porque ela não tem redução própria
para off road quanto porque não foi projetada para aguentar o tranco. Também
não faz sentido comprar uma bicicleta cara para usar como modo de transporte,
ou seja, que vá ficar muito suscetível a roubos e assaltos, cada manutenção vai
custar uma poupança, os pneus vão gastar muito rápido... e sua mulher vai
querer te matar!
De preferência ter uma
bicicleta que dê liberdade, que você não tenha que se preocupar. A partir de um
preço, uns US$ 500,00 (R$ 2.000,00) as bicicletas são boas, não chamam muito
atenção, vão e voltam de qualquer lugar, até em trilhas leves. Falo de ciclista
comum, não de esportista de competição.
Não recomendo comprar
bicicletas muito baratas porque vão dar problema, muito problema, mais que se
possa imaginar. O bom para um leigo é ter uma bicicleta que rode e rode e rode
sem apresentar qualquer problema.
E por favor, entenda uma coisa
simples: uma coisa é a aparência outra é a função. Exemplo típico: bicicleta
com suspensão dianteira e traseira para funcionar direito custa caro. As
baratas são pura enganação.
Ter ou ser?
Pé de chinelo, literalmente, é
aquele sujeito bem simples, pobre, para dizer sem rodeios, que vem com uma
bicicleta precária e passa a mil por você pedalando com sandálias Havainas, daí o apelido. Passa
por você, pelos ciclistas com bicicletas caras todo equipados, passa pelo
sujeito treinado, e vai embora na maior naturalidade. Ele simplesmente pedala. Este
é meu herói.
Adoro todos aqueles
que tem uma bicicleta correta, bem cuidada, e vão na deles, curtindo o dia,
curtindo o pedal, curtindo as companhias, curtindo a vida. Pedalam!
Não é a bicicleta, é o
pedalar. É lógico que uma boa bicicleta ajuda, mas definitivamente não é tudo.
ResponderExcluirشركة تنظيف بالاحساء
شركة تنظيف موكيت بالاحساء
شركة تنظيف فلل بالاحساء
شركة تنظيف منازل بالاحساء
شركة تنظيف مجالس بالاحساء
شركة تنظيف مساجد بالاحساء
ResponderExcluirشركة تنظيف مكيفات بالاحساء
شركة تنظيف خزانات بالاحساء
شركة تنظيف كنب بالاحساء
شركة مكافحة حشرات بالاحساء
شركة رش مبيدات بالاحساء
ResponderExcluirشركة مكافحة النمل الابيض بالاحساء
شركة مكافحة القوارض بالاحساء