quarta-feira, 22 de maio de 2019

Que diferenças faz ângulo do tubo de selim mais ou menos inclinado?

Boa noite Arturo,
 
Recentemente, adquiri uma revista Bici Sport (Ano III nº 15 Agosto 89), que possui uma matéria chamada "O futuro está lançado - Caloi Mountain Bike".
Sou um apaixonado por bicicletas, na verdade, acho que já transcendi a paixão, trata-se de um caso de amor, pois andar de bicicleta e ler sobre sobre o assunto faz-me muito bem.
Com isto, sempre que posso e encontro, adquiro revistas antigas (sobre bicicletas), com o propósito de estudá-las e preservá-las.
Bom, lendo (estudando e curtindo cada detalha) a matéria da revista citada anteriormente, fiquei em dúvida na parte que segue abaixo:
 
"A solução encontrada foi cruzar o triângulo traseiro com o dianteiro, criando assim um pequeno terceiro triângulo. Este desenho não é novidade no mercado americano. Talvez haja alguma diferença na estrutura do quadro em termos físicos (torção, dureza, etc.), mas para principiantes o que importa é a geometria. O que melava a velha Mountain Bike era o ângulo muito caído do banco; nesta nova ele é bem em pé, muito mais correto. A traseira ficou mais curta, também mais correto. Enfim mudou a filosofia do quadro."
 
Com isso, seguem abaixo minhas dúvidas:
 
Quais características, definem o comportamento dinâmica de uma bicicleta que possui um ângulo do tubo de selim menos inclinado e uma traseira mais curta?

E quais características, definem o comportamento dinâmica de uma bicicleta que possui um ângulo de tubo do selim mais inclinado e uma traseira mais longa?
 
Agradeço se puderes e esclarecer essas dúvidas e desculpe se o e-mail ficou muito extenso.
 
Um abraço.
Samuel Cordova
 
-----------------------------------------------------------------------------

Samuel
bom dia


Bicisport foi uma boa época. Tudo era diversão e boa esperança.

Quanto maio a distância entre eixos mais previsível é a bicicleta porque as reações ficam mais lentas. Entre eixos curto faz com que a bicicleta fique arisca, de reações rápidas. 
Traseira mais curta faz com que a bicicleta responda mais rapidamente a pedalada. É uma explicação muito simples, mas é por aí.
Quanto ao ângulo do tubo de selim; quanto mais inclinado para trás mais "tranquila" fica a bicicleta. Também explicação muito simples.
A questão é que já em 1989 o mercado de mountain bike já não tinha dúvida que a melhor geometria era 70 graus no tubo de selim, 71 para a caixa de direção, com 23 polegadas de tubo superior e 17 para tubo de corrente para quadros tamanho 19 polegadas e sem suspensão. O famoso 70 / 71 / 23 / 17 (ou pequenas variações) que até hoje é usada em bicicletas, inclusive para as básicas sem suspensão. 
A Caloi Mountain Bike foi a primeira a usar esta geometria de quadro. Era cópia de uma GT, que patenteou o desenho de quadro com três triângulos. Subia muito melhor que a MTB 15 que tinha o tubo de selim muito inclinado. Mais, como o peso do ciclista ficou muito mais bem posicionado na bicicleta, portanto equilibrado, ela também fazia melhor as curvas. O ideal é que a distribuição de peso seja 45% na roda dianteira e 55% na traseira, também com pequenas variações. Quando se o ciclista fica muito para trás a tendência é a bicicleta sair de frente nas curvas.

Há muitos outros fatores nesta história. Espero que tenha esclarecido.
Caso tenha outras dúvidas escreva

abraço
Arturo Alcorta


Nenhum comentário:

Postar um comentário