1) Vc tem o contato ou email do pai do projeto Juan Timon?
Timon já se foi. Bruno Caloi também. Daquela equipe não sei quem está por
ai, se ainda sobrou alguém
2) Qdo vc falou em protótipos seriam a própria bike ou modelos antes
dela? Tem fotos desses modelos da
época?
Talvez Renata Falzoni tenha alguma foto
acidental do protótipo por que foi levado para o Cruiser das Montanhas de Campos
de Jordão, em 1988. Eu corri com o protótipo em Paraíba do Sul, e era terrível,
saía muito de frente, não engatava as marchas dianteiras, freava mal, era
incomoda... Poderia ter sido uma boa bicicleta urbana com outro avanço, mais
curto e alto, mas nunca deveria ter sido vendida como mountain
bike.
3) Essa bike é interessante. A produção sendo de 1500 unidades não seria um
número bom, médio? Qual a média de unidades de bikes produzidos nos modelos? Se
foram recolhidas cerca de metade, então foram vendidas apenas umas 750 unidades
já sem o defeito na rosca da cx do quadro, divididas entre vermelho e azul, nos
3 meses de produção, vamos dizer, entre dezembro de 1988 e março de 1989?
Como na época eu fazia testes de bicicletas para revistas, posso dizer que
a história é curiosa, mas a bicicleta é ruim, um projeto errado para o que se
destinava.
Não, a maioria das bicicletas foi devolvida pelos compradores, uma
vergonha. Fazer um lote de 1.500 só em produtos muito sofisticados e caros, o
que definitivamente não foi o caso. O fracasso foi total.
4) O defeito fazia com que a cx desrosqueava sozinho ok?! Com o defeito na
rosca era impossível montar o mov central ou era possível andar com a bike, tudo
montado e só depois começava a desrosquear ou ainda, só se notava depois de
desmontar a peça? Será que alguma pode estar ainda rodando com este
defeito?
Soltava em movimento ou, pior, pulava fora feito rolha de champanhe. Muitas
a caixa era desalinhada e os rolamentos trabalhavam tortos.
5) Sei que o quadro dela é o mesmo das Cruiser Montana, porém com algumas
modificações. A cx da preta era de rosca, 34.7mm, na Montana era igual da Light,
50mm. Aliás, faz diferença o quadro ter cx 34.7 ou 50mm, algum é melhor? A solda
da cx com os tubos na preta parecia ser de melhor qualidade que nas Montana,
apareciam menos, enquanto que nas Montana eram mais aparentes. A mesa na preta
era 22.2, sendo que em todas as Cruiser e cross era de 21.1, por que será isso?
As rodas na preta eram Araya 26X1.75 tamanho padrão, enquanto que nas Montana
eram de ferro iguais da Barra Forte, medida 26X1.1/2.2. A posição das
ferraduras era mais próxima das rodas na preta (quase lambia os pneus) enquanto
que na Montana era mais longe. Garfo curvo na preta e reto nas Montana. Vc sabe
o porque dessas diferenças, em especial da mesa ser 22.2? Nem nas "GT" eram
assim, nelas eram 21.1 tbém.
Interessante estes detalhes que você descreve. É muito possível que tenham
fabricado o mesmo modelo com detalhes diferentes para tender o mercado local.
Era fato comum. Aliás, ainda é. Nunca vi uma com movimento central de Cruiser
Light. Aqui em São Paulo a branca tinha quadro igual à Mountain Bike 15 preta,
só que tinha peças mais simples. Por exemplo, o pedivela era o mesmo da Caloi
10, em ferro e com duas coroas, 53 / 39, se não me falha a memória.
6) A Mountain Bike 15 branca que veio em 1989 parece ter tido menos
unidades ainda que as pretas, confere? Vc sabe qtas unidades dela foram? Creio
que vieram em agosto ou setembro de 89. Vc tem algum contato de alguém que tenha
hoje? Eu tinha na época. A curiosidade dela é que tinha o mesmo quadro das
Cruiser Montana, apenas com as guias do câmbio dianteiro soldadas. E o quadro
das pretas continuou depois, porém chamaram de Cruiser Montana 10 em 89, sem a
mesma MTB e sem a pedivela tripla, apenas a pedivela dupla Duque de ferro da
Caloi 10.
Creio que a branca tenha tido uma vida mais longa, com mais modelos
fabricados. A Caloi tinha que recuperar a perda da preta, que foi feia.
Naquela época colocaram para funcionar uma máquina de solda que fazia uma
costura (solda) mais grossa, mas de melhor qualidade que as feitas a mão.
7. Com relação à geometria do quadro, é interessante que o tamanho de fato
é "grande", inadequado para a prática do MTB, está mais para o cicloturismo. Top
tube e mesa longos. Porém as primeiras Caloi Aluminum tinham geometria bem
parecida, com top tube longo e mesa mais longa ainda! Por que eles fizeram a
Aluminum assim, e não com um quadro mais compacto, como das "GT"? Até 1991 os
quadro da Caloi, com exceção da Caloi 10 eram tamanho "único", mais ou menos
19,5", depois vc me confirma se eram 19,5 ou 20"!
Tenho 1,85 m e a Caloi Mountain Bike não funciona. Não era simplesmente uma
questão de tamanho.
As Aluminun tinham geometria comum para bicicletas mountain bike da época.
Era algo próximo ao 23, 17, 71, 73, ou seja 23 polegadas de tubo superior, 17 de
forquilha de corrente, 71 graus na cixa de direção e 73 de tubo de selim, isto
para o tamanho 19. As Aluminun não fugiam à regra geral. Eram oferecidas em dois
tamanhos, 19 e 17. Funcionaram muito bem para quem queria fazer MTB esportivo.
8. Sobre os quadros "GT", eles eram nacionais feitos aqui mesmo? Soube de
um boato que eram fabricados no exterior, confere? Tiveram a preta, depois a
crack e depois as ATN em 1991 no mesmo quadro, com algumas modificações na
gancheira e outros detalhes como guias do freio, também gostaria de saber porque
dessas modificações! Se souber a quantidade delas, é interessante, sei que são
mais comuns de encontrar do que as MTB 15!
Todas as bicicletas da Caloi, com exceção das de ciclismo profissionais,
eram fabricadas aqui, na fábrica da av. Guido Caloi, Socorro, Zona Sul de São
Paulo.
As Caloi 15 devem ter sobrado em maior quantidade pela simples razão que
eram ruins para mountain bike. As “GT”, mesmo vendidas com a recomendação de
serem usadas para passeio, acabaram sendo detonadas exatamente por ter aparência
de uma mountain bike de verdade. Acredito que a a história seja por ai.
Bom, este é um assunto que rende, vamos trocar informações! Valeu!
Vou continuar publicando.
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