Estudo
Inédito Revela os Incentivos Necessários Para A Expansão do Uso de Bicicletas no
Brasil
Levantamento inédito
revela os benefícios do uso da bicicleta e apresenta as melhores formas de
incentivar o uso do modal nas cidades
Uma parceria entre a
Abraciclo, Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores,
Motonetas, Bicicletas e Similares, e a renomada consultoria Rosenberg Associados
resultou na realização de um estudo pioneiro no Brasil, com o intuito de
analisar o segmento de bicicletas no país. O levantamento foi apresentado hoje,
15 de abril, em São Paulo.
“O estudo é o
trabalho mais detalhado publicado recentemente sobre a bicicleta no Brasil. Ele
visa ajudar aqueles que defendem seu maior uso, principalmente como alternativa
de mobilidade urbana, com dados, fatos e referências concretas. Não há muita
informação disponível sobre a bicicleta e seu uso no país e identificamos que
algumas vezes números podem ser utilizados de formas imprecisas, levando a
conclusões questionáveis sobre o tema. Achamos que estava na hora de reunir em
um só lugar os dados e fatos mais recentes e mais precisos que tínhamos sobre o
setor junto com novas análises e estudos. Assim temos uma base de referência
para o assunto, especialmente agora que a bicicleta está ainda mais valorizada
como alternativa de mobilidade”, afirma José Eduardo Gonçalves, diretor
executivo da Abraciclo.
Com base em projetos
internacionais e analisando o comportamento e perfil do mercado nacional, o
estudo intitulado “O uso de bicicletas no Brasil: qual o melhor modelo de
incentivo?” revelou que a melhor forma de se promover o uso da bicicleta
como efetiva alternativa de mobilidade urbana é através de políticas
direcionadas à ampliação da infraestrutura dedicada ao uso nas
cidades.
Entre as principais
ações para a popularização da bicicleta como alternativa de mobilidade urbana
estão a existência de ciclovias, ciclofaixas, ciclorotas, locais para
estacionamento e melhora na segurança.
Por outro lado, no
cenário atual, o raio de ação limitado, a sensibilidade às inclinações das vias,
a exposição à poluição, a vulnerabilidade física do ciclista e ao furto
desestimulam o uso da bicicleta como solução de mobilidade no Brasil e no mundo,
segundo o estudo, que também aborda a existência de soluções fáceis e baratas
para mitigar esses problemas.
Mercado
de Bicicleta
O mercado nacional de
bicicletas sempre esteve dividido em quatro grandes frentes – Recreação e
Lazer, Esporte e Competição, Brinquedos e Transporte
Básico. Porém, de alguns anos para cá, com o surgimento de ciclofaixas,
ciclovias e infraestrutura cicloviária, nasceu um novo segmento de mercado,
chamado de Mobilidade Urbana, que comporta bicicletas desenvolvidas com
tecnologia, componentes e design específicos para este fim. Este segmento ainda
é pequeno, pois se trata de um fenômeno ainda novo no país e muitos ainda usam
produtos destinados ao Esporte/Competição e Recreação/Lazer para se locomover
nas cidades. Estas três categorias de mercado, compostos por produtos de maior
valor agregado, crescem sustentados pela elevação da renda – uma mudança
cultural que apoia o uso da bicicleta e a expansão da infraestrutura cicloviária
nas cidades para enfrentar os problemas de congestão urbana cada vez
maior.
Já os produtos
destinados para o Transporte Básico, usados em regiões rurais e como meio de
locomoção pela população de baixa renda, estão em queda, uma vez que este
público está migrando para a moto, o carro ou o transporte público como
alternativa de locomoção. Este fenômeno acontece em países como Brasil, China e
Índia, que eram grandes consumidores de bicicleta de baixo valor agregado, e nos
quais o crescimento da renda da população e uma crescente urbanização
transformaram seus mercados de bicicleta. Já o consumo de brinquedos (produtos
de aros 12 a 16) se mantem estável, pois a elevação da renda e do consumo nas
classes C e D são compensados pela troca de tipo de brinquedo com as crianças
migrando para itens de tecnologia tais como vídeo games, tablets e smartphones.
produção
nacional
Atualmente, o Brasil,
com 4,2 milhões de unidades anuais, figura como o quarto maior produtor mundial
do modal, ficando atrás da China, com 85 milhões, Índia, com 12 milhões, e
Taiwan, com 4,5 milhões.
Quanto à produção
nacional, ela segue o mesmo fenômeno do consumo e vemos o crescimento da oferta
dos produtos de maior valor agregado. Esses produtos, que englobam as bikes de
mobilidade urbana, recreação/lazer e esporte/competição, correspondem a mais de
1,7 milhão de unidades vendidas anualmente. Cerca de 750 mil saem do PIM (Polo
Industrial de Manaus), enquanto 600 mil são produzidas formalmente fora do Polo,
150 mil produzidas informalmente fora do Polo e 250 mil são importadas. É nesta
divisão, portanto, que as importações são mais relevantes e onde elas mais
competem com o produto nacional legal, já que o grau de informalidade, neste
segmento, é relativamente pequeno.
Assim, o PIM se
fortalece como base de produção de bicicletas de alto valor agregado no país e
está plenamente capacitado para atender esta nova demanda de mercado. Além desta
vocação produtiva, o PIM é instrumento importante da política industrial
brasileira e se fortalece a cada dia. Hoje, já é o principal polo de produção de
bicicletas fora do Sudeste Asiático e três novas fábricas de bicicleta se
instalaram no local nos últimos anos.
O estudo mostra que a
política atual do governo de defesa da indústria nacional de bicicletas, com
isenção do IPI para os produtores do PIM, e a inclusão do produto na Lista de
Exceção da Tarifa Externa Comum foi muito positiva, gerando investimentos e
empregos na Zona Franca de Manaus, que é a única com vocação para a produção dos
modais de maior valor agregado, que atendem a nova demanda de mercado.
O
levantamento abrange em detalhes a questão tributária do setor e revela, entre
outros, que o IPI afeta mais o importador do que o produtor nacional. Além
disso, reforça que ações de redução desses impostos seriam muito menos efetivas,
se não inócuas, no sentido de incentivar o uso do produto.
“Uma
bicicleta mais barata, por si só, não levará o consumidor a adotar o modal.
Reduzir o IPI e o II, além de ter um impacto pequeno, ou quase nulo, sobre o
preço do produto, apenas beneficiaria a importação em detrimento da produção
brasileira - especialmente do PIM, onde se concentra a maior parte da produção
capaz de atender à nova demanda da sociedade”, esclarece Thais Zara,
economista-chefe da Rosenberg Associados.
Cenário
Atual
A bicicleta se tornou
uma alternativa à mobilidade urbana, diante do caos instaurado no trânsito das
grandes cidades. Para distâncias de até cinco quilômetros nas áreas urbanas mais
densas das cidades, há estudos que constatam que a bicicleta é o meio de
transporte mais rápido, podendo chegar a uma velocidade entre 12 km/h e 15 km/h.
Além disso, o modal contribui para a saúde do usuário, bem como possui baixa
perturbação ambiental e maior flexibilidade, requerendo menor investimento em
infraestrutura, entre outras vantagens.
Segundo aponta o
estudo, em diversos países do mundo, especialmente nos casos de sucesso, o
estímulo ao uso das bicicletas é feito através de fornecimento de uma
infraestrutura adequada, concomitante à conscientização de um melhor
aproveitamento do espaço urbano.
“O
movimento que vemos hoje nas ruas do Brasil ocorreu em Amsterdã, na Holanda, há
mais de 30 anos. Hoje, estamos presenciando diversas transformações urbanas com
base na integração da bicicleta na matriz de transporte das cidades com
resultados surpreendentes como é o caso de Bogotá e até Nova Iorque. Este é um
fenômeno mundial que começa a se alastrar pelo Brasil devido ao caos causado
pelo congestionamento urbano. O melhor meio de quebrarmos a ‘cultura do
automóvel’ é implementando infraestrutura dedicada à bicicleta nas cidades. Só
assim a bicicleta será definitivamente integrada nas cidades como uma
alternativa real de mobilidade urbana”, comenta Eduardo Musa, vice-presidente do
segmento de bicicletas da Abraciclo.
“O que realmente pode
alavancar o crescimento do mercado nacional é a implantação de iniciativas que
ofereçam segurança e boas condições para os ciclistas, bem como a introdução da
‘cultura da bicicleta’. Esta é a bandeira que fabricantes nacionais,
importadores, poder público e, principalmente, a sociedade, devem defender”,
conclui Luis Paulo Rosenberg, sócio diretor da Rosenberg
Associados.
Sobre
a ABRACICLO e o Setor de Duas Rodas
Com 39 anos de
história e 12 associadas, a ABRACICLO – Associação Brasileira dos Fabricantes de
Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares representa, no
país, os interesses dos fabricantes de transporte em Duas Rodas, além de
investir fortemente em ações que tenham por objetivo a busca pela paz no
trânsito e pilotagem defensiva.
Representativa, a
fabricação nacional de motocicletas – majoritariamente concentrada no Polo
Industrial de Manaus (PIM) – está entre as cinco maiores do mundo. Já no
segmento de bicicletas, o Brasil se encontra na terceira posição entre os
principais produtores mundiais. No total, o Setor de Duas Rodas gera em suas
indústrias cerca de 20 mil empregos diretos.
MOTOCICLETAS
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BICICLETAS
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Frota nacional: mais
de 20 milhões
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Frota nacional: mais
de 70 milhões
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Produção anual: cerca
de 1,5 milhão de unidades
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Produção anual: acima
de 4 milhões de unidades
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6º
maior produtor mundial
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4º
maior produtor mundial
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SD&PRESS
Consultoria
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Bruna
Dal Moro
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Mariana
Larsson
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Jessica
Magalhães
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Sergio
Duarte
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Abril,
2015
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