E num dos dias bem frios que peguei por aqui o
olhei para o lado e senti inveja do quentinho do capacete que o ciclista ao meu
lado usava.
No Brasil tenho recomendado o uso do capacete
principalmente por causa do sol. De preferência com aba para fazer mais sombra
sobre o nariz. Capacete oferece alguma proteção contra o sol nas orelhas, o que
segundo especialistas em câncer de pele, é uma área muito sensível do corpo que
pouca gente presta atenção. Capacete tem a grande vantagem sobre os capacetes
de não sai voando ou dobrar a aba na cara nas descidas ou em ventos fortes. Mas
produz mais ruído, o que interfere na segurança do ciclista. Audição é uma
referência preciosa.
Com relação ao aumento da segurança do ciclista
repito sempre que tudo que li, que não é material oficial de fabricante ou
marketing, indica que capacete faz pouca diferença em caso de acidente de
ciclistas que usam bicicletas com perfil urbano, principalmente as que o
ciclista pedala mais em pé. Aos que afirmam que capacete faz toda diferença em
caso de acidente, hoje em dia não discuto mais, mas não deixo de recomendar que
aprendam a conduzir a bicicleta corretamente e não sofrerão mais acidentes.
Incrível como virou chique cair de bicicleta, como se fosse um rito de
passagem, um transformar-se em ciclista de verdade, um fazer parte da turma.
Bicicleta e tombo não rimam para samba e menos ainda na vida real. Se bicicleta
fosse tão perigosa quanto os novos ciclistas brasileiros dizem, a maioria da
classe média, provavelmente seu uso não seria recomendado e muito menos
estimulado pelo mundo afora; como o é aqui em Paris. Aos que respondem que a
cidade brasileira não tão segura quanto a de países de trânsito desenvolvido,
também recomendo que aprendam a pedalar corretamente no trânsito e terão bem
menos problemas ou acidentes.