terça-feira, 31 de maio de 2011

Bicicletaria: trabalhar sem descanso?

Nome: W A S
Idade: 19
UF.: PE, Brasil

Mensagem: Venho pedir-lhes ajuda. Eu e minha mãe temos uma pequena loja de bikes há três anos e desde então temos enfrentado muitas dificuldades, principalmente com a questão de nossas folgas. Nos últimos dois anos folgamos só 2 dias, ou seja, um dia para cada ano de trabalho direto. Ela diz que temos que trabalhar e que não vai fechar nenhum dia. Por favor me ajudem!! Eu e ela estamos muito estressados. Como convencê-la de que uma folga semanal pode ajudar muito??
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W
bom dia

Hoje ninguém tem mais dúvida sobre a necessidade de que ter folgas periódicas. Descansar é absolutamente básico para bons resultados. É através do balanço entre trabalho e descanso que se chega a índices de produção de fato rentáveis. Está em qualquer manual de administração. Há pesquisas que mostram a ligação do descanso com a diminuição de erros e perdas, o que é básico para alcansar qualidade. Quanto maior a qualidade, maior o valor agregado ao trabalho, maior a rentabilidade do negócio.
Não fique tanto tempo sem parar. Não vale a pena. Provavelmente vocês estão perdendo dinheiro com esta atitude e não sabem fazer os cálculos corretos para perceber isto. 

Há um ditado antigo que diz: "Quem trabalha muito não tem tempo para ganhar dinheiro". É pura verdade.

Pensando bem: eu recomendaria que vocês dois fossem fazer um curso no SENAI sobre administração de pequenas empresas. Ajudaria muito você, o negócio e principalmente ela.

Arturo Alcorta
Escola de Bicicleta
http://www.escoladebicicleta.com.br/

segunda-feira, 30 de maio de 2011

sair da moto e voltar para a bici

Nome: P
Idade: 29
Altura: 1,59
Mensagem: olá a uns 6 anos atrás eu ia trabalhar de bicicleta, depois comprei moto depois carro e já viu, agora pretendo voltar a vir de bicicleta estou muito sedentária como devo fazer meu trabalho fica a 5km da minha casa eu fazia em 30minutos o trajeto como devo fazer q bicicleta comprar?
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P
bom dia

Bem vinda de volta à bicicleta.
Muitas pessoas fazem o caminho que você fez da bicicleta para a moto. A maioria o faz porque fica de cheia do desconforto e falhas mecânicas da bicicleta, o que normalmente acontece nas mais baratas. Como você teve esta experiência com moto sabe como é bom saber que vai sair e voltar para casa com conforto e sem quebras. Uma bicicleta de qualidade, do tamanho correto para você, vai proporcionar esta mesma segurança e conforto. Voce vai gastar um pouco mais, mas não terá as chatices que as bicicletas básicas e baratas causam com tanta freqüência.

Para sua altura o ideal é que compre uma bicicleta tamanho 15 ou 16, no máximo. Há duas alternativas: ou você monta uma, ou vai para uma importada, o que hoje sai praticamente o mesmo preço. Dos fabricantes nacionais creio que só a "Soul" deve ter modelo tamanho 15, mas não sei se tem algum básico. A suspensão dianteira é básica para todas. Algumas têm suspensão no canote de selim, o faz a bicicleta mais macia ainda. Não compre com suspensão traseira porque neste preço vai ser ruim.

Uma 17, que é o menor tamanho que os grandes fabricantes nacionais oferecem nos modelos não esportivos, precisa ser mexida no avanço e guidão para ficar mais curta. Ou seja, ficar com uma distância menor entre selim e guidão para que você não fique pendurada na bicicleta. Colocar o selim para frente, como muitos colocam, é mexer na posição do joelho em relação ao pedal, o que não é muito bom para a saúde do joelho e coluna. Não recomendo. Há a possibilidade de trocar o avanço por um curtíssimo, de uns 5 cm, mas a adaptação costuma não sair barata. O ideal mesmo é você ir para uma bicicleta tamanho 15 ou 16, o seu tamanho correto.

Outra questão é que há dificuldade de para encontrar no mercado nacional bicicleta urbana para seu tamanho. A maioria é tamanho grande para quem tem menos de 1,65m. O que você terá que fazer é ajustar uma mountain bike básica, o que bem feito fica bem bom.

A explicação acima é para bicicletas com preço por volta dos R$ 1.000,00. Nesta faixa a qualidade da bicicleta é a mesma de uma boa moto. Vale cada centavo
Há modelos femininos, desenhados especialmente para o corpo da mulher, mas custam um pouco mais caros. O conforto será maior ainda 

Arturo Alcorta
Escola de Bicicleta
www.escoladebicicleta.com.br

aprender a pedalar

Nome: C
Idade: 54 anos
Mensagem: Muito obrigado por existir este site.
Creio que um dia irei aprender a pedalar. Necessito urgente aprender e meu esposo diz que não aprendo mais. Na minha infância meu pai não me deixou e por teimosia apanhei muito. Já tentei, mas aquela imagem eu não consigo tirar da minha cabeça. Fiquei com trauma. Me ajudem.
Trabalho numa área extensa demais para ir a pé. Uma bicicleta vai me ajudar demais.
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C
bom dia
Histórias como a sua são muito comuns. Há muita mulher que os pais ou a família não permitiu pedalar.
Nunca peguei alguém que, com a técnica correta, não tenha conseguido sair pedalando. Pode demorar um pouco mais, mas todos saem.
A questão é simples: quem faz o equilíbrio é a bicicleta - lei de física pura. É só acalmar o ciclista, fazer ele não parar de lutar contra a bicicleta, que ele vai embora. Para acalmar a questão é diminuir a ansiedade. Com ansiedade o corpo trava. Ansiedade está muito relacionada com medo. Para diminuir o medo inicial é crucial que o ciclista consiga apoiar os pés por completo no chão. Também é crucial saber parar a bicicleta de maneira correta, ou seja: primeiro pára a bicicleta e depois coloca os pés no chão. Ela não cai - é física pura - dá tempo de colocar os pés no chão com tranqüilidade.
Nós temos uma página "aprender a pedalar" - http://www.escoladebicicleta.com.br/souiniciante.html que dá as orientações. Dá uma lida e se tiver dúvidas escreve. Estou copiando Teresa D'Aprile que também vai ajudar. Infelizmente estou em São Paulo e não posso ensiná-la.
 Você precisa de uma bicicleta baixa que permita apoiar seus pés no chão.
 PS.: bicicleta não anda em linha reta. Não segura o guidão com força. Aliás, segura o guidão bem leve, sem fazer qualquer força. Deixa teu corpo o mais mole possível. Deixa a bicicleta variar um pouco. Se você se equilibrar em linha reta acabará fazendo curvas
 Escreva se precisar
 Arturo Alcorta
Escola de Bicicleta
www.escoladebicicleta.com.br

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Capítulo 21 - acessórios: onde estão o farol e farolete

Nome: K V
Cidade: Porto Alegre
UF: RS
Mensagem: Galera,
O capítulo 21 do site (Escola de Bicicleta) está essencialmente incompleto. Ele não recomenda o uso de faróis dianteiro e traseiro na bicicleta e isso é o mais essencial. A maior parte das mortes acontece à noite e tem como causa o ciclista estar invisível para motoristas.
Mesmo que a lei não exija, precisamos ir além e respeitar o bom senso. O melhor a fazer é usar pisca-pisca até mesmo em bikes de corrida. Sites formadores de opinião, como o Escola de Bicicleta, tem a obrigação de informar sobre isso.
[]çs - K
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K
boa tarde
Desculpe a demora na resposta. Estávamos em manutenção
Muitíssimo obrigado pela observação. Você está absolutamente correto. A correção deve ser feita dentro de uma ou duas semanas, dependendo da volta das férias de nossa webmaster.
Segue o complemento do texto original do Capítulo 21, “acessórios”.  Ainda passará pela revisão normal a qualquer texto
do site:
Refletores
Os refletores são de extrema importância para sua segurança, portanto devem ter a melhor qualidade possível, tanto o refletor em si quanto seu suporte. Mesmo em bicicletas de competição é possível e recomendável ter área refletiva sem adicionar peso, o que pode ser conseguido através de adesivos especiais.
novo texto:
Lanterna e farolete
Lanterna e farolete só não são mais importantes que um jogo de bons refletores porque o ciclista pode esquecer de acendê-los, acabar a bateria ou queimar uma lâmpada.
Hoje há uma série de opções no mercado. Infelizmente aqui no Brasil ainda é difícil encontrar  os que são acionados por dínamo, principalmente os que têm dínamo embutido no cubo da roda dianteira, tecnologia que segura menos a bicicleta do que o dínamo de pneu. Há uma nova geração de sistemas de iluminação para bicicletas acionada por dínamo que guarda energia e mantém a iluminação por um tempo depois que a bicicleta está parada, o que aumenta muito a segurança. Dos modelos a pilha é muito importante que a opção seja pelos da melhor qualidade possível porque gastam menos energia e são mais resistentes. Os mais baratos costumam ser muito frágeis e gastam mais energia, portanto são menos seguros e ambientalmente incorretos.
Há uma série de opções de função para lanternas e faróis. Para lanternas traseiras não é necessário mais que duas opções: luz fixa ou pisca-pisca, sendo que o pisca-pisca serve para trânsito mais intenso.
A principal razão da iluminação dianteira numa bicicleta é posicionar o ciclista no trânsito. Faroletes brancos de luz fixa cumprem bem o serviço. Faróis para bicicleta usam muita energia, necessitam de muitas pilhas, portanto são pesados. São mais recomendáveis para viagens ou competições em locais sem qualquer iluminação pública. Faroletes ou faróis pisca-pisca mais atrapalha do que ajuda na segurança do ciclista porque não raro ofusca a visão de motoristas, motociclistas e também de outros ciclistas.
É importante verificar a compatibilidade do sistema de fixação da lanterna / farolete com a bicicleta. Não adianta nada ter uma boa lanterna escondida atrás da roda ou do bagageiro, por exemplo. A luz gerada deve estar livre de interferências e completamente visível pelo trânsito.
Dica: refletores devem ser fixados o mais em baixo possível para ser “pego” pelo farol dos carros e motos. Uso refletor importado aparafusado na gancheira traseira esquerda e adesivos colados nas duas pernas do garfo próximo ao eixo da roda; o que faz com que o conjunto seja visto a mais distância.
Lanternas, que tem luz própria, devem ser instaladas na parte mais alta da bicicleta, no canote, logo abaixo do selim. Não faz mal para ninguém ter uma segunda unidade menor no capacete ou mochila.
Faroletes podem ser fixados no guidão ou com uma pequena adaptação na ferradura da suspensão. O facho de luz não deve ser regulado de forma a apontar para o olho dos motoristas

domingo, 22 de maio de 2011

Trazer uma bicicleta de fora

Há algum tempo uma leitora escreveu perguntando que bicicleta deveria trazer de fora. Dei uma resposta que repetiria agora, mas adicionando que a Receita Federal está parando todas as bicicletas que passam pela alfandega. Mais que isto, estão entrando na Internet, colocando os dados da bicicleta e checando o preço real no mercado de origem. Além do mais praticamente todas companhias aéreas cobram pelo transporte. American Airlines, por exemplo, não consegue fornecer por telefone ou internet um critério claro sobre o transporte da bicicleta, que uma hora pode na caixa, outra não, uma hora cobra US$ 100,00, outra US$ 150,00. Contar com uma tremenda sorte de pegar um funcionário no aeroporto que goste de bicicletas é um risco, mas acontece. Dentro dos aeroportos americanos a caixa corre o risco de ser aberta por uma questão de segurança (leia-se terrorismo) e pode acontecer que nesta averiguação se perca alguma peça pequena, o que já ouvi relatos. No final das contas o que acontece é que não vale a pena trazer. Uma importada oficialmente vai custar um pouco ou mais cara, mas dá traquilidade e tem garantia.

Para quem ainda não sabe: bicicleta no Brasil paga os mesmos impostos que um carro, portanto um absurdo. E nós, interessados, simplesmente não mexemos uma palha para tentar reverter a situação. Triste.